Dani Ferraz 25/02/2021
Júlio Verne, um autor que dedicou a maior parte de suas obras à literatura de ficção científica e aos romances de aventura
Júlio Verne, um autor que dedicou a maior parte de suas obras à literatura de ficção científica e aos romances de aventura. Ao meu ver, Viagem ao centro da terra é um dos livros que tão bem representam esta afirmação.
Este livro é uma edição em quadrinhos cujo enredo e adaptação não me cativaram muito, mas entendo a dificuldade em se adaptar longas narrativas sobre escritas runas, mineralogia, geologia, cratera de Yocul de Sneffels, temperatura, animais pré-históricos, etc., na publicação deste clássico.
Para contextualizar o leitor, a história sem passa em Hamburgo na Alemanha, onde vivem o excêntrico cientista Professor Lidenbrock, o seu sobrinho e assistente Axel – modelo de gentileza e prudência - e a afilhada Graüben. De personalidades opostas, o professor e seu sobrinho encontram uma anotação escrita em runas com os dizeres "Desça à cratera do Yocul de Sneffels que a sombra do Sartaris vem acariciar antes das calendas de julho, viajante audacioso, e chegará ao centro da terra. Foi isso que fiz. Arme Saknussemm". Esta mensagem, aliada à curiosidade e ao espírito explorador é o que fazem com que saiam juntos para essa expedição com o objetivo de encontrar o centro da terra.
São muitas as passagens descritas e vividas pelo grupo que seguiu rumo à Islândia, tais como florestas de cogumelos gigantes, encontros com gigantescos animais marinhos, mastodontes, homens pré-históricos, além de terem que lidar com a falta de água cuja importância é vital. O que tornou pra mim esta edição menos interessante é o fato dos personagens não se envolverem tanto nesta aventura, eles passam por esses cenários apenas contemplando, não há tanta interação.
Não é o tipo de leitura na qual sou leitora voraz, mas quando nos aprofundamos um pouco para conhecer o contexto como um todo, tanto a parte ficcional quanto o mundo e período no qual a obra que foi publicada está inserida, a leitura se torna muito bem-vinda. Falar sobre geologia em 1864 que foi o ano no qual a obra foi publicada é uma revolução para a época. "A geologia abriu um mundo de descobertas, e suas análises demoliram uma série de antigas certezas". E assim, estudiosos do contexto histórico julgam ser este livro uma ferramenta "utilíssima" e "indispensável" para esse fim.