Clio0 13/01/2012
O tema é bem simpático, um grupo de turistas em um paraíso grego. É claro, não pode ser qualquer tipo de pessoas, são todos ingleses, americanos, irlandeses e alemães... caso contrário como haveria contraste de culturas – afinal, como todos sabem (ou assumem), culturas latinas, ou tudo que tenha uma forte base na cultura greco-romana, são todas iguais (segundo eles).
Assim, tudo o que o livro mostra é a comida grega, algumas alusões a artesanato e sítios de escavação e meia dúzia de palavras... facilmente compreensível, visto que a maioria das viagens turísticas se resume a isso mesmo.
O que fica duro de engolir é a autora tentando nos convencer que seus personagens, tomando contato com as coisas supracitadas, viram a “real sociedade grega”.
É nesse cenário que os protagonistas, todos jovens ou relativamente jovens, com graves problemas familiares, vão pouco a pouco tomando contato uns com os outros e resolvendo suas vidas através de soluções realmente simplistas.
Tudo isso feito através da observação de como uma tragédia (não) muda a vida de uma vilazinha e dos conselhos de uma velha bruxa grega (que na verdade é irlandesa). Essa é uma auto-inserção tão malfeita que em boa parte do livro o foco se muda para ela, tornando-a a protagonista de vários acontecimentos e a responsável pelo desenvolvimento das ações.
É óbvio que a autora estava tentando criar uma personagem que fosse a mentora do grupo e tivesse uma certa aura misteriosa e trágica, mas o resultado foi uma Mary Sue de meia-idade tão insuportável que eu já estava torcendo por uma morte a La Dumbledore.
Enfim, é um livro de tema forte, mas muito desequilibrado, com personagens principais muito infantis e superficiais que não conseguem sustentar a trama; os secundários acabam atraindo mais a atenção justamente porque são mais caricatos.