Elas Gostam de Apanhar

Elas Gostam de Apanhar Nelson Rodrigues




Resenhas - Elas gostam de apanhar


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Bru 27/01/2009

É uma coletânea de contos de cerca de cinco páginas cada um do Nelson Rodrigues. Ao final do primeiro conto fiquei surpreendida, pois nunca havia lido nada similar. Ele consegue, em algumas páginas, te acostumar com as personagens, criar características que te fazem afeiçoar-se a elas e, no final, algumas linhas abaixo, destruir a imagem que construiu. Infelizmente, conforme se lê os próximos contos, não há muita inovação de temas. Tratam-se sempre sobre adultério e/ou morte. Ainda assim é uma boa leitura.
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claudioschamis 10/02/2009

Não será qualquer leitor que irá gostar do estilo Nelson Rodrigues. Um estilo único. Irreverente. Ácido. Direto. Sem nenhum pudor. Uma narrativa estilosa à moda Nelson Rodrigues. Aqui são 26 contos com muito humor, mas um humor negro misturado com um humor que pode encomodar muita gente, digamos cheia de "não me toques". Se você for assim, nem leia.
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Lucas 12/11/2016

O jornalista escritor ou o escritor jornalista?
'Elas gostam de apanhar' é uma reunião de crônicas escritas e publicadas entre os anos de 1950 e 1961 no jornal 'Última Hora', originalmente encontradas na coluna 'A Vida como ela é'.

Para um leitor neófito de Nelson Rodrigues (como quem vos fala) as duas ou três primeiras crônicas causarão uma certa euforia, um notável estardalhaço mental.
A minha primeira indagação foi 'como que Nelson conseguia escrever dessa forma?'.
Simplesmente original, genial. Essas duas palavras, original e genial, definem Nelson Rodrigues na escrita.

As crônicas começam como quem não quer nada, uma narrativa de pessoas comuns que se projetam ao leitor como casos da vida como ela é (eis o título da coluna).
No entanto, Nelson Rodrigues tinha, digamos, um dom fantástico em narrar tais casos. A proeza do escritor é tão admirável que não consigo imaginar alguém que não fique surpreso ou boquiaberto com as crônicas.
O final de cada crônica contém uma certa revelação, um plot-twist que pega desprevenido qualquer leitor.
Como é uma reunião de crônicas, é possível, depois de ler umas dez crônicas seguidas, deduzir no que dará o desenlace do enredo no meio da narrativa, por isso recomendo não ler de uma única vez, leia no máximo umas três crônicas por dia.
De qualquer forma, mesmo nas últimas crônicas do livro, Nelson Rodrigues conseguiu me surpreender, mesmo a dar pitaco, inferências, não tinha como, Nelson sabia transpor a vida comum de uma forma impensável, algo que até então não encontrei em outros escritos.

Óbvio, são crônicas, então não procurem nada complexo, o título da coluna já diz tudo: 'a vida como ela é'.

A proposta das crônicas de Nelson é dissecar a vida do brasileiro como ela é, como as pessoas vivem, causos e causas de pessoas comuns e que podem ocorrer com você, desvelado com muito bom humor e tato por parte do escritor.

Agora sobre o 'polêmico' título 'Elas gostam de apanhar'.

Quem simplesmente polemiza o livro ou o escritor por causa do título é reducionista que, ou não leu o livro ou não conseguiu interpretá-lo.
Nelson Rodrigues nos transmite que as mulheres gostavam de um jogo psicológico que muitas das vezes os homens não conseguiam entendê-lo afinco.
O apanhar nessas veredas é nada mais do que a esquizofrenia conjugal vivido por muitos. A obsessão feminina nos relacionamentos, os jogos psicológicos, os ciúmes desproporcionais, as neuroses etc.
Apesar de tudo, no desencadear das crônicas percebemos que o título se adéqua a todos. O próprio Nelson Rodrigues comenta tal entendimento no livro, é condição sine qua non do ser humano.
Destarte, tudo isso refere-se à primeira metade do século XX, registros de um tempo anacrônico se compararmos à atualidade, qual uma fotografia.

Então, meus caros, o livro é um achado, uma bela reunião de crônicas daquele que foi um dos melhores jornalistas, teatrólogos e escritores do Brasil, assim denominado por Gilberto Freyre:

'[...] Nelson Rodrigues avulta na literatura atual do Brasil, como o nosso maior teatrólogo. O maior de hoje e o maior de todos os tempos. Pode ser considerado um equivalente, nesse setor, do Eugene O'Neil: do que foi O'Neil na literatura, dos Estados Unidos.
Mas ele é também o mais incisivamente escritor, sem deixar de ser vibrantemente jornalístico, dos cronistas brasileiros de hoje. O maior dos jornalistas literários - potencialmente literários - que tem tido o Brasil. Nesse setor é um equivalente do que foi e é - quem o superou? - Eça de Queirós na literatura portuguesa. Apenas com esta diferença: no brasileiro há um vigor de expressão maior do que em Eça - um Eça até hoje inatingido e, talvez, inatingível, na graça artística que soube dar ao seu jornalismo literário.
Por jornalismo literário não se deve entender o jornalismo que se ocupe de assuntos literários; e sim o que se caracteriza pela potência literária do jornalista-escritor. Um característico relativamente fácil de ser captado: contanto, que se dá tempo ao tempo.
O escritor-jornalista ou o jornalista-escritor é o que sobrevive ao jornal: ao momento jornalístico. Ao tempo jornalístico. Pode resistir à prova tremenda de passar do jornal ao livro.
[...] Em Nelson Rodrigues, como em Eça de Queirós, o escritor vence o tempo como escritor, embora servindo-se do jornal; da correspondência para jornal; do comentário ao acontecimento do dia. Nelson Rodrigues é, dos dois, o mais vigoroso nessa espécie de expressão literária: a transferível de jornal para livro. Ele é lido em livro, tão forte de virtude literária, quanto lido em jornal. Repete Eça. Repete Eça neste particular, com maior vigor do que Eça'.

Fonte: FREYRE, Gilberto. Nelson Rodrigues, escritor. In: RODRIGUES, Nelson. O reacionário: memórias e confissões. Rio de Janeiro: Record, 1977. p. 9-10.

O prefácio escrito por Nelson é um dos melhores prefácios que já tive o prazer de ler na minha vida.
É trágico, é humano, é a vida como ela é.
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Afonso74 03/03/2011

São contos retirados da coluna A Vida Como Ela permeados pelo universo superlativo e direto que Nelson Rodrigues tão bem criava.
Embora os temas e os ambientes nos quais se passam sejam um pouco repetitivos, o melhor são os finais arrebatadores de cada um deles.
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Leonardo 14/09/2012

Nelson é Nelson
Nelson Rodrigues me encanta com seus livros, suas histórias e no livro elas gostam de apanhar ele consegue retratar muito bem o universo feminino seus desejos, receios, teimosias.
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Marcone 23/05/2013

Seleção de 26 contos de "A vida como ela é..."

"O homem é sórdido porque morre. No seu ressentimento contra a morte, faz a própria vida com excremento e sangue" Nelson Rodrigues
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Bianca Martins 22/08/2013

Se tem uma coisa que eu não entendo até hoje é o porquê do título deste livro. Talvez seja puramente para expressar mais uma das opiniões machistas de Nelson Rodrigues.

O livro consta com vários contos curtos onde sempre há alguma morte, seja por assassinato, acidental ou "morte morrida".
Possui um humor ácido (ou até mesmo negro), típico do Nelson.


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Lilian 23/06/2023

Na força do ódio
Terminei só pra poder falar mal com propriedade: o livro é todo feito pra falar mal das mulheres, e, ainda que o texto seja bem escrito, é ruim de engolir!
Leila 24/06/2023minha estante
não gosto do Nelson Rodrigues, li aquele num sei que casamento, enviado pela TAG e nossinhora, morri de ódio




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