Cidade Pequena, Cidade Grande

Cidade Pequena, Cidade Grande Jack Kerouac




Resenhas - Cidade Pequena, Cidade Grande


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@fabio_entre.livros 29/12/2023

Prelúdio para "On the Road"
Esta é a história dos Martin, uma numerosa e típica família americana do início do século XX que, como tantas outras naquela época de intensas transformações sociais, motivada por problemas financeiros e/ou pela busca de uma identidade própria, deixa a sua minúscula cidade natal em direção à cidade grande (neste caso, Nova York, o caldeirão cultural da América).
Quem tem o mínimo de conhecimento da biografia de Kerouac sabe que praticamente tudo o que ele escreveu tem caráter autobiográfico. Aqui não é diferente; mesmo sendo seu primeiro romance, e o único em que ele se atém a um modelo tradicional de escrita, as experiências vividas por Kerouac estão presentes com bastante clareza. Assim, os Martin nada mais são que a própria família Kerouac, ampliada em número para dar ao livro uma cara de grande saga familiar. E consegue, à sua maneira peculiar. Os verdadeiros Kerouac eram quatro: pai, mãe, Jack e uma irmã (houve ainda um irmão mais velho que Jack, mas faleceu na infância). Já os Martin são dez: pai, mãe, cinco filhos homens e três mulheres.
É interessante notar que, enquanto nos seus livros seguintes os protagonistas são em geral, alter egos do próprio Jack, neste romance de estreia ele fragmenta a si mesmo em cinco personagens: todos os filhos dos Martin são facetas de Kerouac, com idades, personalidades e histórias individuais distintas.
O livro, contudo, vai além da autobiografia, e o autor bebe de fontes consagradas da literatura, de Thomas Wolfe a Dostoiévski. Sobre este último, a inspiração em "Os irmãos Karamázov" é evidente na forma como ele constrói os três irmãos mais velhos: o aventureiro e impulsivo Joe (correspondência com Dmitri), o intelectual meio cínico e distante Francis (Ivan) e o garoto de ouro e filho-modelo, Peter.
Em termos de narrativa, "Cidade pequena, cidade grande" não tem aquele ritmo frenético característico da prosa espontânea de Kerouac (que só apareceria a partir de "On the Road") e isso, aliado à escrita em 3ª pessoa permite um melhor aproveitamento das várias tramas individuais do livro.
E já que se falou em "On the Road", pode-se dizer que "Cidade pequena, cidade grande" é um prelúdio narrativo da obra máxima de Kerouac em termos cronológicos. Enquanto "On the Road" já começa descrevendo as aventuras do protagonista adulto, quando decide começar sua peregrinação pela América e além, este primeiro romance acompanha vários protagonistas desde a infância e termina com um deles (Peter) finalmente adulto, tomando a decisão de se aventurar pelas estradas americanas: a recorrente jornada de autodescoberta kerouaquiana.
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Aline 27/12/2011

O Início da Viagem
“Cidade Pequena Cidade Grande” conta a história da infância e juventude do próprio Kerouac, representado no livro pelo personagem Peter Martin. Da infância saudável e produtiva na pequena cidade de Galloway, até o período pós 2º Guerra Mundial, em Nova York, o livro descreve o amadurecimento pessoal de cada um dos 8 filhos de George e Marge Martin, além das decisões e das distintas direções tomadas. O mais interessante de todo o conteúdo é a constante busca de George Martin pelo equilíbrio dos valores constituídos em Galloway num ambiente selvagem como Nova York.

Um romance quase épico, denso e um pouco difícil de ler. Nele, as características mais estigmatizadas do “Mentor da geração Beat” ainda não estão consolidadas. Por esse motivo, é quase certo que os amantes de “On The Road” não gostem de “Cidade Pequena Cidade Grande”, primogênito de Kerouac.
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Kevin Kretzu 30/12/2013

Quando vi as críticas ao livro fiquei em dúvida se valia a pena ou não comprá-lo. Não gosto de jogar 54 reais no lixo. Diziam que a narrativa de Kerouac é muito diferente de todas as outras, e realmente é, mas isso não quer dizer que o livro seja ruim. Um dos melhores do autor. Você se envolve com cada um dos personagens e com seus dramas. É parecido até com "Morte Súbita", porém com diferenças no enredo e no desenrolar da trama. Não me arrependi.
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