Rafa Laisa 24/09/2013
** Contém spoilers para quem não leu Intertwined
Este é o segundo livro da série Interligados. Escrevi uma resenha aqui sobre o primeiro e escrevi algumas coisas negativas, alguns amigos chegaram a dizer que haviam gostado da sinopse, mas tinham decidido não ler o livro após ler a resenha. Bem, é uma pena, porque para ler o segundo livro, é necessário ler o primeiro e, devo dizer, vale a pena.
O segundo volume da série não é tão confuso. A estória flui melhor, as coisas fazem mais sentido. Não é como se estivéssemos recebendo várias idéias ao mesmo tempo, sem ter tempo de saborear nenhuma da forma correta. Até o romance maionese dos protagonista está mais real e menos chato. Desta vez, quando você está lendo, tem vontade de virar a página e ver o que vai acontecer; existe aquele suspense, aquela coisa que o prende ao livro.
Acho que a maior contribuição para esta nova sensação de curiosidade foi a adição de um ponto de vista. Além de vermos o mundo sob a ótica de Mary Ann e Aden, também o vemos sob a ótica de um outro personagem. Mas este outro personagem tem apenas poucas páginas de cada vez, o suficiente para aparecer e deixar aquele desejo de que ele apareça de novo para sabermos o que, afinal, está sendo tramado.
Ainda não consigo entender como alguém que nunca teve qualquer treinamento formal em qualquer tipo de luta consegue se sair tão bem nas situações apresentadas no livro. Afinal, Aden cresceu em um mundo mais hostil que este que nós, meros mortais com apenas uma alma, conhecemos e ele teve que aprender a se virar. Mas por "aprender a se virar", eu imagino socos e chutes, fortes e eficazes, mas brutos, às cegas, sem qualquer tipo de técnica, com o único propósito de derrubar o oponente a qualquer custo ou ter tempo o suficiente para correr. Quando eu falo em "aprender a se virar", não imagino derrotar um guerreiro vampiro poderosíssimo e com anos de experiência e nem lutar tão bem ou melhor que um guerreiro lobisomem com anos de experiência.
Uma coisa mais fácil de imaginar, porém, é que ele consiga ensinar a alguém o que aprendeu ao longo dos anos em que teve que lutar para se proteger. Isso acontece, e o leitor é brindado com ótimas aulas de defesa pessoal e conselhos do tipo "não tenha medo de machucar seu oponente. Lembre-se que o único propósito desta pessoa é machucar você". Sábio conselho.
Aden Stone contra o Reino das Bruxas mostra personagens que formam laços a partir da convivência e das várias situações em que participam juntos, e não apenas porque acordaram um dia e decidiram formá-los; mostra pontos de vista diferentes, criando uma aura de suspense; possui várias cenas de luta incríveis. com um protagonista que está finalmente começando a entender o que se passa com ele e desenvolvendo seus poderes por conta própria....
Neste momento, a estória começa a se desvendar e destrinchar sobre si de uma forma que nos faz ansiar pelas revelações do terceiro volume da trilogia. E é por isso que eu digo aos que desistiram de ler o primeiro volume por causa da minha resenha que aquele primeiro livro é apenas o caminho das pedras antes de chegar a uma estrada melhor. Experimentem!
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