Açúcar de melancia

Açúcar de melancia Richard Brautigan




Resenhas - Açúcar de Melancia


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Mari Moraes 25/05/2020

Um suspiro de alívio na quarentena
Fazia muito tempo que eu não me encantava por um livro como me encantei por Açúcar de Melancia, e quando acabei indiquei pra todas as pessoas que eu pude. Meus olhinhos brilhavam toda vez que eu falava desse livro. Sendo assim, o que eu tenho pra apresentar aqui, é menos uma resenha e mais uma trajetória minha com açúcar de melancia.

Vamos lá, conheci o livro por causa de Harry Styles, mas veja bem, os dois chegaram na minha vida quase que simultaneamente. Eu nunca fui ligada à One Direction (a antiga boyband de Harry Styles), apenas não era algo da minha geração - tive minha cota de boybands no passado (BSB, N*SYNC, geração noventista). Depois a boyband acabou, Harry lançou seu primeiro album que também não tangenciou minha vida, até que dezembro de 2019 ele lançou o segundo e por indicação de amigos, comecei a ouvir. Gostei muito da sonoridade e rapidamente se tornou o álbum que eu mais ouvi no final de 2019 e nos primeiros meses de 2020. Quando gosto muito do artista ou de seu trabalho, vou logo procurando as referências, me interesso em saber exatamente o quê fez com que alguém tivesse tais visões, ideias, inspirações. E harry Styles falou, em mais de uma ocasião, que Açúcar de Melancia tinha sido uma das inspirações do seu CD (ele inclusive tem uma música com esse nome – Watermelon Sugar).

Ok, agora entra a parte do livro: Ao saber disso, e no começo da quarentena (segunda ou terceira semana de março), tratei de comprar pela internet o livro, comprei numa sexta e chegou na segunda, eu quase devorei de uma vez. Fiquei tão empolgada que comprei outra obra do autor que vende no Brasil - Como pescar truta na américa, que começou a ser vendido aqui em 2019.

Quando terminei procurei resenhas, fiquei com aquela sensação de querer debater sobre isso com alguém. Achei só um vídeo no youtube a respeito, não abordava nada de importante, vi algumas resenhas aqui do skoob, todo mundo achando a escrita infantil e achando que o livro era pra crianças. Fiquei um pouquinho decepcionada, e senti que precisava fazer justiça pelo livro incompreendido, hahaha.

Bom, acho que talvez ainda nem seja capaz de organizar meus pensamentos a respeito da obra. Vamos em partes:
O autor foi uma grande influência para o movimento hippie, que o venerava e mantinha suas publicações em suas mesas de cabeceira – como eu li em algum lugar – no entanto aparentemente o autor desprezava a comunidade hippie que emergia a epoca, a retratando em suas obras de forma marginalizada -isso fica claro 3m Açúcar de Melancia.

A outra coisa é: açúcar de melancia é um livro nonsense. Sem sentido em alguns momentos, mas extremamente sensível em outros. Em diversas passagens o livro descreve graficamente uma emoção, algum acontecimento, alguma problematização que ele quer que o leitor faça, isso é explícito de uma maneira visual, mas ele não vai te contar isso em primeira pessoa.
Outro ponto: talvez pela temática nonsense eu acabei achando a escrita bem parecida com Douglas Adams (Guia do Mochileiro das galáxias)

Enfim, se posso encerrar essa “trajetória” com uma dica, é: não tente decifrar o livro inteiro. Leia com a cabeça aberta, vai ter momentos em que ele vai comunicar mais com você e você vai enxergar além do que está escrito, e vai ter momentos que você vai falar “que viagem cara kkk”, o melhor de tudo é isso, o livro ainda tem um tom super levinho de humor, não aborda nada de uma forma que possa servir de gatilhos para alguém. Não é uma obra pretenciosa, mas faz questionar protocolos desnecessários que nos impomos enquanto sociedade, e que a vida pode ser mais simples.

No fim do livro tem uma nota da editora contando um pouco o trajeto literário do autor e explicando alguns pontos principais da obra, como a questão da euMORTE e o ID, ego e superego, mas esse é um tema que eu não domino muito para falar a respeito aqui, apenas achei que é um aspecto que agrega na interpretação do livro.

Ler esse livro foi como um suspiro de alívio na quarentena.
Recomendo para todas as pessoas que queiram ler uma coisa levinha e ainda assim se sentir entusiasmado por ter se emocionado.

Gatilho: uma personagem se suicida, mas isso é praticamente narrado da maneira que narrei agora, não faz o leitor passar por nenhum desconforto.
Louie 14/02/2021minha estante
Adorei sua resenha!
Acabei de terminar o livro (li em dois dias) e estou muuito encantada. Com vontade de já começar a reler, na verdade. hahaha
Também li por causa do Harry. Aliás, achei a lista de livros preferidos dele e essa é minha meta desse ano. Estou lendo Bukowski.
Você tem indicação de algum material sobre Açúcar de Melancia (textos, videos)? Quero me aprofundar no que eu li, criar algum contexto.


Maria 15/10/2021minha estante
Amei sua resenha concordo com tudo que disse .. perfieta assim como vc amei o livro e deverei ele em um dia(hoje 15/09/21 pq cara que livrooo




Maíra Marques 26/03/2021

É uma distopia que fala da morte do individualismo, numa realidade em que livros são queimados e seitas cometem suicídio coletivo.
Achei a linguagem infantil e cansativa, pois repetia coisas já ditas no parágrafo anterior, sem ter um motivo aparente para essa repetição.
Gosto de distopias. Na minha percepção, faltou um personagens que questionasse a sociedade ou que aprofundasse os acontecimentos, achei superficial.
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Bru 18/06/2021

Estranho e diferente de tudo que já li antes
Fiquei pensando por um tempo como avaliar esse livro depois que terminei de ler, mas depois de um tempo cheguei na conclusão de que gostei muito. É diferente de tudo que eu já tinha lido antes e repleto de metáforas (inclusive eu tenho certeza que não identifiquei todas) e essa originalidade e surrealismo foi provavelmente o que me encantou.
Outra coisa que achei muito massa foi a forma como foi criada uma realidade distópica que pode muito bem passar despercebida, pois as críticas são, de modo geral, bem sutis.
Além disso eu achei a linguagem bonitinha e foi sem dúvidas o que deu o toque especial do livro pra mim. Não acho que seja uma obra que todo mundo vai gostar, mas na minha opinião valeu a pena a leitura.

obs.: te amo Margaret você foi minha pessoa preferida do mundo
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tete 23/03/2022

Richard Brautigan colocou crack nesse livro, só pode. Não consegui largar enquanto não terminei!

Esse livro passa em um mundo tão conforto. Por mais que não seja livro infantil, tive a sensação de estar lendo um conto de fadas. Achei muito bonitinho!!!!
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Dry 31/05/2021

"Nós que não temos nomes comuns passamos um bocado de tempo sozinhos. Isso nos agrada."

Surrealista e irônica.. uma obra do movimento beat, que eu amei ter lido, entendo Harry Styles por gostar tanto. No início foi estranha .. bem estranha, mais depois você consegue entender que a proposta é justamente essa, causar estranhamento, desde o nome da comunidade (euMorte) a sua maior matéria prima (açúcar de melancia). euMorte onde praticamente tudo é feio de açúcar de melancia, com seus personagens comuns, sem nenhuma espectativa, só vivendo mecanicamente dia a pós dia.
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Brunatf 14/05/2022

Um livro muito gostosinho, engraçado e mórbido também. Li ele inteirinho ouvindo watermellon sugar versão forró e recomendo.
No final dessa edição tb tem uma biografia do autor, não o conhecia mas achei importante ter lido, mas avisando aqui que é uma história triste.
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Deivid 24/01/2023

Sem pé, nem cabeça.
Eu sinceramente não sei o que falar sobre esse livro. Não é bom, mas não também não é ruim.
Não consegui entender exatamente o que o autor quis passar com essa bagunça... mas eu até que gostei kkkk.
Não leria de novo, mas é um livro que extremamente rápido e fluído pra ler. Bom pro entretenimento com algo simples, e também muito estranho.
Enfim, não sei explicar melhor, se quiserem entender o que eu to falando, leiam também.
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Euler 23/04/2021

O que me surpreende na narrativa é como as metáforas e os acontecimentos inusitados emergem de diálogos extremamente cotidianos e diria, irrelevantes. Esse efeito potencializa a narrativa no que se propõe de fantástico e na vontade de nos provocar estranhamento. Propositalmente, há a suspensão dos diálogos quando eles estão prestes a nos dar informações importantes. Na contramão das indicações quase unânimes, nessa obra os diálogos de chá são aceitos e usados com frequência. Há na narrativa o simulacro da escritura, o narrador lembra a todo momento que está escrevendo uma obra, o que dá a sensação de que os fragmentos são retratos de um cotidiano. Mas não qualquer cotidiano, e sim de um local onde tudo é feito de açúcar de melancia vizinho a outro onde se guardam obras esquecidas, e perto de Eu morte onde as pessoas estão sempre bêbadas.. Algumas passagens são tão loucas que parecem que estamos sob efeito de alguma coisa. A obra me acessa mais enquanto projeto do que no vamovê do que está escrito, o que se propõe acaba sendo,para mim, maior do que a execução. Mas, o efeito de estranhamento está posto, e o livro ao contrário do título nãoédoce. Ou é. -entendedores entenderauwn.
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Lu 06/11/2020

Um presente
Em cada página um novo suspiro, um novo sorriso e o constante sentimento de estar sendo presenteada com essa nova experiência literária. Açúcar de Melancia retrata a vida em um mundo distópico, uma comunidade chamada ?euMORTE?, onde tudo é feito de açúcar de melancia, mas isso nem chega perto das característica mais peculiares desse lugar. Entre tigres, Sóis coloridos e livros usados como combustível, o autor critica certos aspectos das comunidades hippies fazendo uso de artifícios surrealistas, o que traz ainda mais beleza ao livro. Tenho certeza de que essa obra vai envelhecer comigo e me fazer refletir sobre tópicos que ainda não enxerguei.

Um recado para Richard Brautigan: nos vemos em Pescar trutas na América.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 17/12/2017

euMorte
Richard Brautigan maltratou e foi maltratado pela vida. Alcoólatra, esquizofrênico e depressivo, chegou a ser preso e internado num manicômio. Em 1984, aos 49 anos, deu um tiro na cabeça e seu corpo só foi descoberto um mês depois, em adiantado estado de decomposição. Paralelamente, ele foi um um ídolo da contracultura, o último dos beats, considerado como um dos maiores escritores norte-americanos de sua geração.

Uma de suas obras mais conhecidas, "Açúcar de Melancia", foi lançada em 1968, no auge do movimento hippie, e prima pelos capítulos curtos além da escrita enxuta e infantilizada de um narrador cujo nome jamais é mencionado.

Tendo como cenário uma distopia surrealista e lisérgica, seu relato apresenta o dia a dia da comunidade onde vive e quase tudo que nela existe é feito de açúcar de melancia. Chamada euMorte ? o nome que sugere a perda da individualidade ou a morte do eu ? trata-se de um lugar mágico onde a paisagem muda constantemente e o sol nasce a cada dia de uma cor diferente. Se não bastasse, seus habitantes vivem apáticos e insensíveis nesse "Jardim do Éden pós-apocalíptico" desde que exterminaram seus únicos predadores, os "Tigres", uma bizarra alegoria sobre a perda da inocência que instiga o entendimento do leitor.

Outro desafio fica nos arredores. Conhecido como "Obras Esquecidas" seria um enorme depósito de lixo ou os destroços de uma antiga civilização? Sem dúvida, trata-se de um lugar misterioso que deveria ser deixado em paz, porém, um bando de delinquentes, dissidentes de euMORTE, anda destilando uma espécie de whiskey no local e seu efeito pode ser extremamente danoso, acenando para o clímax da narrativa.

Sem pé nem cabeça, essa foi minha primeira impressão sobre o livro. Confesso que quase abandonei a leitura, mas resolvi insistir e, pouco a pouco, a história foi tomando forma. O mais curioso é que ela permite distintas abordagens e após o desfecho, tomo a liberdade de concordar com o escritor japonês Haruki Murakami numa entrevista a 'Paris Review': "A primeira vez que li Vonegaut e 'Brautigan' fiquei chocado ao descobrir livros tão bons! Era como descobrir o Novo Mundo."

Finalmente não deixe de ler o posfácio do escritor e tradutor Jocas Reiners Terron. Nele, fica claro estreita relação entre a vida do escritor e sua obra. Aliás, esse é o melhor caminho para decifrar "Açúcar de Melancia".
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alex 21/04/2021

Açúcar de Melancia, de Richard Brautigan (1968)
Leitura leve e gostosinha de mais um autor "beat", do movimento hippie e da contracultura americana do período.

Dá pra ler de um golpe só. É simples, mas é prazerosa na proposta. Cheguei a ele pq o Haruki Murakami disse, numa entrevista, que Brautigan havia sido um de seus influenciadores.

A obra é anunciada como ficção distópica, mas nesse âmbito é diferente do que esperaríamos. Como Joca Terron escreve no posfácio, é uma mistura singular de "quadrinhos underground, ficção científica, letras de rockn'roll, poesia do absurdo".
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Sísifo Contemporânea 21/07/2020

Engraçado como os melhores livros que eu já li na minha vida aparecem de formas aleatórias, não é surpresa pra ninguém que uma das mais novas músicas do Harry Styles faz uma referência a este livro, mas apenas em seu nome mesmo, a música não tem muito a ver com a história por trás de Açucar de Melancia, eu como fã do trabalho de Harry decidi ler a obra que de certa forma inspirou a música.

O livro de inicio me fez me sentir confusa, porém intrigada, à medida que fui avançando menos as coisas faziam sentido mas ao mesmo tempo tudo ia sendo visualizado de uma forma muito cristalina por mim, então de certa maneira era uma falta de sentido que fazia sentido? Não sei, só sei que ao fim da leitura eu estava extasiada.

O livro, apesar de não ser o seu propósito, traz uma ironia entre os elementos que compõe a obra, tudo em euMORTE tem como base o açúcar extraído das melancias, e em alguns momentos o personagem principal - que vale ressaltar, não revela o seu nome, provocando a sensação de que essa é a tentativa do autor de falar sobre si de uma forma direta-, acaba citando sobre cheiros doces, gostos, cores vibrantes, o que acaba ressaltando que aparentemente é um lugar dinâmico, vibrante, alegre, em contraste com a aparente apatia de quase todos os personagens, especialmente em nosso narrador/personagem principal. Apesar do ambiente favorável traz uma atmosfera sufocante, assim como a crescente agonia em relação a alguns acontecimentos da história, o uso irrefreável de uma máscara de felicidade mecânica, onde o mundo se acabando aos seus pés mas que é preferível fingir que o problema não está ali a encarar ele de verdade, o esquecimento neste livro, é supervalorizado (e aqui trago um mini SPOILER!!!!!!!) como quando uma determinada personagem morre e ao final do seu funeral eles usam tijolos (feitos de açúcar e aparentemente ocos por não emitirem sons) para fechar o cômodo que ela costumava viver, de modo que selasse ali, toda existência (tudo que era dessa personagem estava ali guardado) e memória do que um dia foi pertencido.

Já ao final do livro, nós temos um Posfácio, nos contando parte da vida de Richard Brautigan, o que contextualizando à sua obra, percebemos em Açúcar de Melancia uma metáfora para as perdas, a depressão e a exigência de um estar bem quando não se está.

Richard usa, em determinado momento, a figura do tigre, como ameaçador, perigoso, agressivo, mas também inteligente e sedutor, simbolizando uma força que mesmo desconfortável é vital, pois é através dela que encaramos o que possuimos de mais primitivo, nos privar disso, é nos privar da noção de perda, do acesso à algumas emoções para que possamos seguir em frente. Gosto de pensar que a figura do tigre nesta obra vem justamente para sinalizar a perda de Richard ao acesso às suas próprias emoções sinalizadas na apatia do personagem e na falta de rumo do mesmo, numa tentativa de selar "as coisas esquecidas para sempre", provocando no futuro o suicídio do mesmo.

É um livro que, apesar de curto e de rápida leitura, tem um ritmo dificil de digerir, é sufocante, é bizarro, não faz aparente sentido até parar pra refletir sobre o mesmo, o livro tem 239 páginas em letras enormes e capítulos tão curtos que chega a ser risível, mas me foi necessário quase um mês de uma leitura devagar pra poder conseguir apreciar, essa obra não é uma obra fácil, mas ainda assim, eu recomendo, um dos melhores que já li.
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Lara 09/02/2022

estranho
Pra ler esse livro é preciso saber desde o início que é uma história nonsense e embarcar na estranheza. Eu achei interessante em algumas partes e mesmo a história não fazendo tanto sentido, te instiga a querer saber sobre os próximos acontecimentos. É uma narrativa que traz alguns significados nas entrelinhas, mas acredito que, acima de tudo, estimula a nossa projeção fazendo com que cada um atribua os seus próprios sentidos a partir do que traz consigo. Talvez por isso tantas pessoas amem, e outras odeiem. Eu gostei, mas não amei, definitivamente não é um livro pra todo mundo.
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