O Quarto de Jacob

O Quarto de Jacob Virginia Woolf




Resenhas - O quarto de Jacob


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Luiz Souza 14/11/2023

Jovem misterioso
O livro conta a história de Jacob Flanders um jovem que viaja muito e que te uma visão bem errada sobre as mulheres, chega a incomodar suas reflexões sobre as mulheres é de um jeito horrível.

Algum exemplo do que ele diz
" Esta manhã havia umas mulheres horrorosas " e por aí vai.

Ele não se rende nem aos encantos de Clara que rapaz difícil mas lá pelo penúltimo capítulo deu a impressão que ele traiu seu amigo pegando a esposa só que ficou um pouco subjetivo kkk.

Ele gostava de borboletas quando criança uma coisa boa a se dizer dele.

A história é toda de fragmentos sobre Jacob sobre a perspectiva dos outros personagens sobre ele.
Era uma narrativa experimental que a autora fez.

Curioso que esse livro foi publicado no mesmo ano que Ulysses (1922) , Virginia não gostava muito das obras de James Joyce , diferente de seu amigo TS Eliot.

O livro é bem escrito e tem passagens bastantes lindas quase um poema em forma de prosa vale a pena acompanhar a leitura.

Ótima leitura.
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Toni 22/03/2012

Fragmentos, quadros e pulsações
Talvez porque os ânimos não estivessem afeitos a uma prosa espicaçada e aventurosa, menos entregue à imediata coerência e mais fragmentada, a leitura de "O quarto de Jacob" foi uma experiência quase maçante, preciso confessar. Quase, porque, mesmo em se tratando de uma tradução, pude aqui e acolá, com requintado prazer, distinguir por trás da opção portuguesa, as expressões eminentemente aristocráticas e o vernáculo deliciosamente britânico caríssimos à escrita de Virginia Woolf — e daí, para um bom anglófilo, sempre há de vir algum deleite, ainda que a malcuidada edição da Novo Século insistisse em negá-lo com seus abundantes erros tipográficos (não houve revisão, é isso, senhores?).

Apesar de acostumado à prosa da autora – havendo, diga-se de passagem, experimentado e apreciado a dissolução máxima de enredo em “As ondas”, romance do qual em seguida a autora precisou se recuperar escrevendo algo mais leve, cujo resultado foi “Flush” – apesar, dizia, de conhecer e admirar com excelentes recomendações boa parcela da obra de Woolf, “O quarto de Jacob” é uma narrativa de difícil envolvimento. As razões podem ser encontradas, talvez, na breve análise do desenvolvimento de sua ficção, por mais que nosso conhecimento esteja aquém de semelhante aventura, e ainda haja certa resistência pessoal quanto ao emprego de soluções comparativas como forma exegética. Com o perdão de ambos os impedimentos, sigamos.

“O quarto de Jacob” foi o terceiro romance de Virginia Woolf, mas o primeiro publicado pela editora que ela e o marido, Leonard Woolf, haviam criado – a Hogarth Press. “Voyage out” e “Night and Day”, foram levados ao prelo pelo meio-irmão ultraconservador de Virginia. Por esse motivo, aquelas duas primeiras obras tiveram de ser “adequadas” ao milieu editorial vitoriano, de maneira que a autora não pode trabalhar em completa liberdade como desejava. “O quarto de Jacob” será, portanto, o grande salto da obra de Virginia. A partir dele, a autora “não tem mais quaisquer dúvidas de que descobriu como começar a dizer qualquer coisa com a sua própria voz; e isto lhe interessa tanto que é capaz de seguir em frente sem louvores” (de seu Diário).

Celebrado como um marco do modernismo – apesar da autora nunca ter usado palavra semelhante para descrever a si mesma ou sua obra – o livro foi recebido com louvores, e representou o início de sua fama e a formação de sua maturidade literária que alcançaria um perfeito equilíbrio entre forma e conteúdo com Mrs. Dalloway (1925), Orlando (1928) e o já referido As Ondas (1931). O romance narra a história do jovem Jacob Flanders entre lareiras, salões, primaveras, Cornualha, festas, livros, aulas, Grécia, gente, melancolia, ruínas, cartas, telefonemas, Guerra – assim mesmo, fragmentariamente. A explicação do título está no último capítulo – um dos mais comoventes arremates da narrativa woolfiana.

A qualidade mais impressionante do romance é, sem dúvida, quando refletimos sobre a fragmentação do texto, a liberdade com que Virginia permite que se movam as personagens, deixando no leitor a sensação de que o próprio Jacob, central à obra, às vezes escapa do livro e se perde. Quando novamente o reencontramos, anos se passaram, mal conhecemos os rostos ao nosso redor, e descobrimo-nos numa outra sala de estar a nos perguntarmos: “é essa a maneira de gastarmos nossos dias? Os raros, os limitados, tão depressa perdidos dias – tomando chá? jantando fora? E os bilhetes se acumulam. E os telefones tocam. Onde quer que estejamos, fios e tubos nos rodeiam para levarem nossas vozes, que tentam penetrar antes que o último cartão seja mandado e os dias se acabem. “Tentam penetrar”, porque quando erguemos a taça, e apertamos a mão, e expressamos tal desjeo, alguma coisa sussura: isso é tudo? Jamais poderei saber, partilhar, ter certeza? Estarei condenada todos os meus dias a escrever cartas, a enviar vozes que caem sobre a mesa do chá, fenecem nos corredores, marcando encontros para jantar, enquanto a vida vai se encolhendo? Ainda assim, porém, as cartas são veneráveis; e o telefone necessário, pois a jornada é solitária e, se estamos vinculados por bilhetes e telefonemas, andamos acompanhados – quem sabe? –, talvez possamos conversar no caminho."

Caso a tietagem seja permitida à guisa de conclusão, são passagens como essa que fazem valer a pena mesmo o mais maçante dentre os romances de Virginia Woolf.
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Paulo 06/05/2022

?Oh yes, human life is very tolerable? ?
Sabe quando você está caminhando pela rua e não vê ninguém conhecido, ninguém sabe seu nome e você se sente livre? Essa é a sensação de ler este livro: parece uma caminha longa e sem fim pela cidade.
bella 09/05/2022minha estante
que bonito!




Tiffani.Silva 22/02/2023

Jacob e sua consciência
Nesse livro, Woolf modifica sua maneira de escrever, ela utiliza de toda a construção literária ao passo que o próprio personagem cresce e se adapta. Jacob, personagem que para todos é frio e incompreensível. Ninguém nunca chega a entendê-lo completamente, todas as mulheres se apaixonam por ele, ele é inteligente e se adapta bem em novos espaços, porém algo em seu interior falta, ou seria algo que ninguém pode compreendê-lo.

Logo no início do livro vemos Betty Flanders a chorar, algo que se repete ao final do livro quando nos vemos no quarto de Jacob ao olhar seus sapatos deixados. A interpretação de tal deixa é a da morte de Jacob pela primeira guerra mundial, algo que ao longo do livro Woolf fez tributos aqueles que perderam suas vidas na guerra, incluindo o próprio Jacob!

Apesar de um final tão hediondo, no livro, Jacob pode amadurecer em seu espaço, pode viajar, se apaixonar e conhecer mais do mundo, ele morreu jovem, mas isso foi demonstrado como algo que ocorre naturalmente no decorrer da vida. Como a vida é frívola e frágil e como a morte está sempre próxima.

Esse livro é maravilhoso, uma leitura rápida e filosófica sobre a vida, morte, relações sociais e sobre a relação mulher-homem!
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Tiago 20/04/2021

A fugacidade da vida
A fugacidade da vida. É isso o que Virgínia Woolf tenta narrar com O Quarto de Jacob. O romance de estilo experimental, “livre”, é um grande salto em relação ao estilo dos seus dois primeiros romances. Tal transformação, de desejo antigo, se dá por finalmente Virgínia ter uma editora própria onde poderia publicar seus romances sem as censuras que sofria por parte da editora do irmão, pela qual publicou os primeiros romances. Aqui, todo o romance é acompanhado por fragmentos de cenas, construídos a partir da técnica a qual a escritora começará a adotar em seus livros, a saber, o fluxo de consciência.

A escrita de Virginia neste livro me parece buscar escrever o indizível que está por trás da fugacidade da vida, sobretudo das relações. Não nascemos com um saber absoluto sobre o Outro porque o Outro é propriamente não absoluto. O que nos cabe fazer então é inventar um saber sobre tudo aquilo que nos escapa e nos constitui.

O capítulo oito, especialmente, traz passagens que parecem testemunhar esse furo estrutural da vida, e que a duras penas buscamos todos contornar de algum modo - porque tampá-lo é impossível. Neste capítulo, o caminho ao qual Virgínia nos conduz a isso inicia-se numa reflexão a respeito das cartas. A letra que se escreve parece fazer uma costura no tecido que todos os dias construímos na invenção do viver. “Sem elas a vida se esgarçaria (...) Tais são nossos apoios, nossas escoras. São eles que entretecem nossos dias uns nos outros e fazem da vida uma esfera perfeita”.

É pelo registro Simbólico que organizamos nossas experiências. As cartas tomam uma inteiramente simbólica, formando esse “um apoio, uma escora” para dar sentido à vida. É através do Simbólico que nossas trocas são feitas com o Outro, e é pela consistência desse registro que apostamos em tudo aquilo que nos levanta da cama para viver uma vida. Se esta fosse lida, veríamos que sua escrita seria como a de O Quarto de Jacob: fugaz.

Ainda no mesmo capítulo, Virgínia nos faz deparar com os limites disso que tentamos construir para tamponar o furo que há em tudo aquilo com o que nos relacionamos; escreve ela: “E ainda assim… ainda assim… quando vamos ao jantar, quando apertamos as pontas dos dedos e esperamos nos encontrar, logo, de novo, em algum lugar, uma dúvida se insinua; é essa a maneira de gastarmos nossos dias?”

Nesse espaço que se abre e que para alguns chama-se insatisfação, para outros potência, é de onde emerge o desejo, essa coisa metonímica e que nos leva para um outro lugar, mesmo ainda em nós. Eu poderia dizer que um sujeito analisado é aquele familiarizado com esse infamiliar e irremediável furo no Outro. Há, claro, sujeitos que não precisam passar por uma análise para construírem a seu modo outros meios de familiarizar-se com as próprias divisões. Virgínia, poucas páginas após refletir sobre o que nos põe diante do nada, da fugacidade da vida, resume lindamente a questão:

“O estranho em relação à vida é que, embora a sua natureza deva ter sido evidente para todo mundo há centenas de anos, ninguém deixou um registro adequado. As ruas de Londres estão mapeadas; nossas paixões não. O que vamos encontrar ao dobrar a esquina?”

E é nessa fugacidade que se encontra a beleza. O próprio personagem ao qual o título faz referência, Jacob Flanders, é fugaz. Curioso contrastar o título deste livro com o próximo de Virginia, Mrs. Dalloway. Em ambos há no título o nome do personagem central, porém é somente em Mrs. Dalloway que temos a presença do personagem em todo o desenrolar. Aqui em O Quarto de Jacob, a própria imagem que o título evoca é a imagem da presença do personagem no livro: fugaz, como a imagem de um quarto vazio, do qual só sabemos a quem pertence por conta dos objetos que funcionam como os fragmentos que servem somente como uma referência.
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Little Mary 04/10/2023

Linguagem mordenista é doideira
É extremamente difícil de se ler, principalmente quando se está acusando as narrativas lineares. Não existe um arco de desenvolvimento que fique claro ao leitor o que se está acontecendo nessa história. A história supostamente é sobre Jacob, quem é Jacob? Até agora não sei. É como se toda a história do Jacob tivesse sido escrita por um narrador que não tinha domínio sobre o personagem e por isso narrativa e desconexa e apresenta apenas situações e casualidades muito aleatórias da vida do personagem. É como assistir trechos cortados de um filme sem contexto, você sabe que o personagem está crescendo, mas você não consegue entender o que fez ele mudar e amadurecer porque simplesmente não aparece na narrativa.

Espero reler e entender mais algum dia.
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João 11/03/2010

O Quarto de Jacob
No final do livro conclui que não estava preparado para tal obra. Acabei por não me adquando a maneira que Virginia Woolf o escreveu. È um livro ótimo, porém eu não estava preparado.
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Geovane 25/01/2016

Por quanto tempo estarei neste quarto?
Está lançado um desafio ao abrir a primeira página: esqueça o tempo. Quem precisa dele? Deixe que ele exista por si, não o procure, não sinta sua falta. Simplesmente recolha os momentos, como flores no campo, e então deixe-as cairem na terra, para secarem ao sol e serem levadas pela chuva. É assim que se aprecia a narrativa de Virginia Woolf.
Nós abrimos a porta do quarto, e pegamos todas as bagagens; iremos desbravar a vida. Lá vai Jacob, e lá vamos todos nós. Ele reúne seus clássicos; suas impressões; a ânsia pelo novo; a busca pela compreensão de sua solidão, pelo que está além das paredes do seu quarto.
Então, nós somos descobertos, somos artistas, escritores, pintores, observadores daquele que habita a luz de nosso interesse. Quando estamos sob a luz de alguém? O tempo todo. Assim, criamos em nós a imagem pensante de Jacob Flanders, sua personalidade está lá, moldada pelos recortes cuidadosamente preservados pelas pessoas por onde ele deixou-se conhecer, e até mesmo aquelas de quem fugiu.
Woolf não nos apresenta apenas um, mas uma avenida de personagens tão humanos, que você poderia encontrá-los em qualquer lugar na vida, e ao mesmo tempo, nunca acharia igual. Mais que defeitos ou qualidades, ela revela a complexidade em nós de forma tão sensível, e ao mesmo tempo, cáustica, que nos é difícil abrandar o conflito diante de tamanha realidade. Onde estão as resposta? Na vida. Não encontrou? Talvez no próximo ano, ou em uma década. Não importa, apenas não deixe suplantar as perguntas aqui despertas.
Se você está lendo um livro, quem estará preparando o jantar? Será que ele pensa em você? Você o conhece? Quem é aquela pessoa que lhe presenteou com um "obrigado" mais cedo? Ela tinha belos... O quê? O tempo estava lá, o tempo está com todas essas pessoas, suas infindáveis mãos estão levando-nos ao salão, e nós dançamos. Eu te encontro, e nós cumprimentamos Jacob, que passou por nós apenas por um segundo. Já não somos mais os mesmos.
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Sanchez 25/01/2021

Chato, chatíssimo, enfadonho...
Voltei ao "Entre os Atos", como nessa leitura, na mesma altura praticamente, tive que apelar pra duas resenhas. Agora esta fazendo mais sentido, porém meus sentimentos sobre a autora retornaram a primeira obra que li, a que eu citei e a última escrita. E agora, sabendo que o livro em questão é o primeiro sob a tutela de editora própria da autora, percebo pq o segundo escrito e que li, Noite e Dia, tinha uma tipografia completamente diferente, e muito mais agradável pra mim. Ainda pretendo ler o primeiro, A Viagem, e pra mim talvez o último dela que eu vá tentar. Quanto ao Quarto de Jacob, NÃO recomendo. Infelizmente ainda não consigo abandonar livros, teria me poupado sofrimento, rs. Monte de cenas soltas, personagens demais, quase nada de diálogos.
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romulo mafra 03/10/2009

Woolf começa a experimentar
após terminar Opus Pistorum, passei pra outro livro completamente diferente: O Quarto de Jacob, de Virginia Woolf (tradução de Lya Luft). neste livro, Woolf começa definitivamente a praticar seu experimentalismo literário que a deixou ainda mais famosa. já no começo, percebe-se os personagens que aparecem e somem logo depois, pra não voltar mais à história, enquanto vai se contando a vida de Jacob. poesia literária pura! vale a pena!
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jaircozta 30/04/2020

Virginia Woolf - força atemporal
#livro O Quarto de Jacob
#autora Virginia Woolf

Virginia Woolf (1882 ? 1941), como Clarice Lispector no Brasil, é uma potência poética da geração modernista britânica. As novas estruturas narrativas, o desafio e a ruptura com normas pré-concebidas, o pensamento filosófico e científico; tudo isso encontramos em suas obras e, melhor, com o estilo inconfundível desta genial escritora. A literatura de Woolf é, sem dúvidas, desafiadora, mas, após o mergulho em seus textos, não queremos mais emergir.

"O Quarto de Jacob" foi um de seus primeiros livros, sendo publicado originalmente em 1922, bem no início do Modernismo. Muito embora seja uma obra que não trata sobre queers, especificamente, traz as reflexões feministas e sociais que Virginia sempre pautou em sua obra. A importância de falar desta escritora reside no fato de que temos informações históricas claras acerca de sua homossexualidade e dos problemas em seu casamento de 29 anos com Leonard Woolf - com quem não mantinha relações conjugais, mas mais profissionais e coexistenciais (como sugere a biógrafa argentina Irene Chikiar Bauer no livro "Virginia Woolf: la vida por escrito). A riqueza das discussões sobre gênero, sociedade e feminismo em sua obra é de extrema importância para a literatura e para garantia de abertura dos espaços para mulheres no mundo ocidental, principalmente na literatura. Estamos falando de muita representatividade, muita genialidade e muita coragem.

No livro, é narrada a vida de Jacob Flanders por meio da percepção das mulheres que com ele conviveram, passando pela infância através do olhar de sua mãe, Betty, até sua jornada acadêmica e sua personalidade meio antissocial, informação que sabemos por meio de uma de suas amigas, e enfim, entendemos um pouco sobre sua vida como adulto e seus relacionamentos amorosos, especificamente com uma garota de classe social inferir à dele. Como um quebra-cabeça ou um mosaico, vamos juntando as peças dessa narrativa, dessa vida, a fim de entender quem Jacob é e o que busca.

A leitura é fragmentária e tudo se passa num fluxo muito intenso e profundo. É uma narrativa sensível, solitária e muito revolucionária para a época em que foi escrita. Imprescindível a leitura e importantíssimo conhecer, principalmente, esta escritora sublime que foi e é Virginia Woolf.

O site farofafilosofica.com disponibilizou, para download, 13 obras de Virginia Woolf, dentre elas "O Quarto de Jacob" e "Orlando". Acessem e aproveitem a leitura!
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Stella F.. 16/12/2020

Difícil mas interessante!
Achei bastante difícil a leitura. As cenas se entrelaçam e temos que prestar atenção para nos situar.
O protagonista, Jacob, circula em teatros, fala de livros, tem grandes discussões. Conhece pessoas lugares e se relaciona com várias mulheres, todas apaixonadas por ele. Os amigos também o admiram muito e queriam ser como ele. Mas não sei dizer se gostei ou não do livro. Pareceu meio solto. Os personagens surgem e vão embora e o Jacob parece meio etéreo. Ele viaja pela Cornualha, Paris, Itália e Grécia e sabemos pelas pessoas que convivem com ele, as impressões dos locais referidos.
Jacob circula por vários ambientes, mas parece que ele não está ali, mesmo sua relação com irmãos e mãe parecem distantes, é como se ele estivesse fora de cena, só observando.
O livro é bastante descritivo e não palpável, como concordei com outras pessoas que analisam esse livro, que V. Woolf estava influenciada pelo impressionismo.
Jacob está sempre discutindo um livro, uma peça de teatro, ou está se relacionando com uma mulher: uma amiga de família, uma prostituta, uma mulher mais velha, única pela qual se apaixonou. Todas as mulheres do livro ficam a espera de sua volta, daquele a quem admiram e tem em alta conta.
Foi estudar em Cambridge, e possuía amigos que se juntavam para discutir e os argumentos dele eram sempre fortes, como se ele fosse um líder, mesmo nos parecendo estar na sombra. Depois vemos ele trabalhando e depois viajando pelo mundo.
Apesar de bastante hermético várias passagens me chamaram a atenção, por serem muito interessantes e bonitas, uma delas quando fala da troca de correspondências: “ Pensemos em cartas – em como chegam na hora do café da manhã e à noite, com seus selos amarelos e os verdes, imortalizados pelo carimbo postal – pois ver o nosso próprio envelope na mesa de outra pessoa é entender com que rapidez nossos textos nos deixam e se tornam alheios. {..} A mão que as escreveu é quase imperceptível – quanto mais a voz ou a expressão do olhar. Ah, mas quando o carteiro bate e a carta chega, o milagre parece sempre repetido – a linguagem que tenta falar. Veneráveis são as cartas, infinitamente audaciosas, desamparadas, e perdidas. Sem elas a vida se esgarçaria”.

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Sol 62 12/02/2022

Pela primeira vez leio um romance de Virgínia Woolf. Pensei que teria dificuldade na leitura, mas foi uma grata surpresa conseguir uma leitura fluida. Fiquei encantada com a escrita da Virgínia Woolf, pois a narrativa se assemelha ao pensamento que vai e vem - fatos e pessoas se ?intrometem? na narrativa e a autora dá voz a essas intromissões, mas costura bem, sempre retornando ao ponto inicial de uma forma, a meu ver, tão dela. A autora descreve cenários tão nitidamente que me vi transportada.

?Influenciada por Proust e Joice, Virgínia Woolf superou os limites impostos pela ficção realista, conseguindo integrar à narrativa uma simultaneidade de eventos e criando nova percepção do tempo narrativo, que revolucionou a narrativa ficcional?
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Jéssica 06/06/2020

Memórias
Virgínia te leva pela vida de Jacob, através das pessoas que passaram por sua vida.
Uma das coisas que torna difícil a leitura é a parte mais interessante do livro: a perspectiva. Algumas vezes, ela te mostra as cenas como um terceiro distante, outras, conta o que aconteceu através dos pensamentos e atitudes dos personagens.
Isso pode ser frustrante e cansativo, especialmente se você é acostumado a ser um "leitor onisciente". Mas, se você se deixar levar, as peças vão se encaixando aos poucos.
Achei bonito, por me fazer enxergar a vida por meio das impressões que deixamos uns nos outros.
Recomendo!
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Elisa.Motta 28/03/2021

Fazer uma resenha desse livro é um pouco difícil pra mim. Ele tem tantas nuances disfarçadas na história de criação do Jacob, conta a história de uma mãe criando crianças pequenas sozinha, conta a descoberta do amor, fala sobre filosofia e política, mas no fim, fala mesmo sobre a experiência e descobertas das relações humanas. De viver um mundo complexo.
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