Érica | @aquelacomlivros 19/08/2016
Dane-se, contém SPOILER! Tô chateada...Me deixa!
Vamos lá, primeiro quero dizer que eu acabei de ler A probabilidade do amor à primeira vista e amei tanto que fui ler este em seguida, então fica impossível não comparar os dois!
No começo, o romance é bem parecido com o primeiro livro. Dois adolescentes se conhecem presos num elevador por causa de um blackout na cidade e logo surge aquele romance fofinho e leve. Eles são resgatados do elevador, mas passam aquela noite juntos, conversando sobre suas vidas, seus dramas.
Lucy é moradora daquele prédio de riquinhos, tem uma vida abastada financeiramente, mas carente de amor e atenção, uma vez que os pais vivem viajando e parece que não fazem muita questão de sua companhia, substituindo suas presenças com cartões postais de cada lugar que visitam sem ela. Owen é filho do novo administrador do prédio, mora lá no subsolo sozinho com seu pai, pois sua mãe acaba de falecer em um acidente de carro, mas apesar de todo o sofrimento da perda e de uma vida financeira complicada, os dois são muito unidos e amor de pai é o que não falta. Igual ao livro anterior, chega um momento em que os dois vão se afastar. Ela, porque seu pai conseguiu um emprego na Inglaterra...Não, espera! É na Escócia agora! Não sei por qual motivo a autora resolveu trocar de país, mas foi assim. Ele, porque seu pai foi demitido (Que ódio daquele maldito!) e resolve pular de Cidade em Cidade de carro com o filho. E foi aqui no desenrolar, que tudo se enrolou.
A escrita da autora está mais detalhista, com muitas descrições que acabam cansando. Ao contrário do que vi em A probabilidade(...), em que a história foi simples e objetiva, aqui tem muita enrolação em torno de um simples romance adolescente. A ideia era que, por eles se afastarem, manteriam um tipo de relacionamento à distância, porém quando a menina sugere trocarem e-mail, Owen, um garoto de 17 anos, em 2016 e nos ESTADOS UNIDOS, informa que não tem um smartphone ou um computador e que não usa nenhuma rede social ou aplicativo de comunicação...Isso é surreal!
Toda a dificuldade para se falarem e estreitarem seu pseudo relacionamento, foi devido ao garoto que se limitava a enviar cartões postais!!!! Na primeira vez, achei fofo porque ele fez um trocadilho com a história dos pais dela mandarem cartões postais com frases falsas como "Queria que você estivesse aqui", mas isso virou rotina e o cara não queria saber de responder os e-mail dela porque primeiro: teria que achar uma lanhouse!!! E segundo: Achava muito sinistro escrever uma mensagem e assim que desse um clique, ela chegar para pessoa tão rápido! Sério, não to zoando!
Uma coisa que achei bem legal é que dessa vez, a autora intercala a narração entre a visão de Owen e a visão de Lucy, então a gente vai acompanhando a vida deles longe um do outro. Ela choramingando porque o Owen só manda postais com pequenas frases, ele procurando o próximo postal que ia mandar. Até que, como se não bastasse a dificuldade da distância e da má comunicação, a autora tem uma brilhante ideia! Cá estava eu lendo e pensando "Meu filho, deixa de ser retardado e escreve logo esse e-mail!" quando de repente, eu vejo que a autora acrescentou uma personagem nova na vida de Owen, alguém que ele diz ser a garota mais bonita que já beijou (Oi??) e então, eles estão lá numa vibe super deprê porque ele está contando para ela que vai se mudar de cidade já que o pai não arrumou emprego e, enquanto eu pensava que merda estava acontecendo, ele diz:
Owen: -"Vou sentir falta de muita coisa nesse lugar"
Biscate: -"Do Lago?"
Owen: -"De você"
Mas que porra está acontecendo aqui?? E não para por aí não! Coisas como: "Eles entrelaçaram seus dedos enluvados e caminharam de volta" e o safadinho do Owen beija ela de novo e DE VERDADE, a autora fez questão de frisar isso!
Então chega a visão de Lucy e a menina também tem um crush, mas está limitada, (Pobre fragilidade feminina!) não teve nem 1% do romance que o Owen tá curtindo lá com a coisinha. O carinha que ela tá pegando, leva ela em casa e faz menção de entrar, mas ela mente que os pais estão em casa e enquanto estão se beijando, ela está pensando no que há de errado com ela. A essa altura eu já não tava nem ligando, já virou bagunça mesmo, que se foda! Eu tava tipo "Pega o cara mesmo, leva ele pra casa e mostra pro imbecil do Owen que você tá cagando para os postais dele!" Mas a menina tem a auto estima tão baixa que ela diz estar esperando aquele relacionamento ruir, pois ele é perfeito e ela, uma imbecil.
A coitada fica vendo o Owen em tudo quanto é canto, esperando ansiosamente pelo seu cartão postal que há 2 meses parou de chegar! Sinceramente, imbecil é pouco!
A coisa toda piorou quando, em determinada situação, Owen está prestes a reencontrar Lucy, mas em quem ele está pensando? Na outra! Ali ele lembra de como foi a despedida deles, na expectativa da coisinha em manter o relacionamento à distância e de ele falar para ela que ligaria da estrada, mandaria uma mensagem de texto assim que entrasse no carro!!!! Wtf?????? Agora ele lembra que pode mandar mensagens pelo celular? Ok!
Assim que Lucy aparece, ele já esquece da coisinha (Que menino inconstante!) e, depois de quebrarem o gelo, os dois passeam à vontade, matando a saudade e curtindo a companhia um do outro, até que Lucy tenta beija-lo e ele recua, então informa que ele tem uma namorada que deixou na antiga cidade, ela por sua vez, também informa do gostosão da Escócia e os dois têm sua DR com direito a:
-"O nome da sua namorada é feio"
-"Ah é? E você já contou para o seu namorado que veio me ver?"
Aff! Alguém enfia um garfo nos meus olhos! Essas crianças em vez de ir assistir Chaves, ficam brincando de ser gente grande, aí dá nisso!
Enfim, a autora colocou tantos empecilhos numa fraca história de paixonite teen que eu já nem lembrava mais do tal romance, fiquei me perguntando por que eles ainda queriam se ver. Foi muito frustrante essa leitura, fui com tanta expectativa de mais um romance fofo que eu leria em algumas horas e acabei levando 5 dias, terminando com aquela sensação de puro ódio mesmo!
Não vou recomendar não, coleguinha! =/