Resenhas - O Enigma das Estrelas

Robson 10/04/2014

Paginas enroladas e extremamente infantis!
A sensação de receber um livro de surpresa é ótima, você não sabe o que esperar do livro e, com isso, acaba sentindo uma necessidade imensa de descobrir logo se o bendito é bom. O que realmente se torna chato nestes momentos é quando você acaba lendo o livro e se decepcionando com ele. E foi exatamente isso que aconteceu com “O Enigma das Estrelas” do Brasileiríssimo Fabio Farah.

A sinopse do livro literalmente promete uma aventura misteriosa e de tirar o folego, convidando-me a me aventurar com os quatro personagens, mas aqui é que mora a primeira decepção com o livro. O enredo demora a desenvolver-se, se atendo a tópicos não muito necessários à trama principal. O autor peca muito nesta parte, pois o livro é pequeno e isso demanda uma história com um ritmo mais “frenético” e envolvente. Ao ler a sinopse e ver a capa (linda, diga-se de passagem), criei a expectativa de uma aventura infanto-juvenil e engraçada, mas conforme passava as páginas, pude perceber que estava lendo algo extremamente infantil, daqueles que você lê quando está na quinta ou sexta série do ensino fundamental. Ok, isso leva a mais um ponto que quero deixar claro aqui. O plot principal do livro me lembrou muito a de outros dois livros infantis que li quando estava no colégio: Mistério em Veneza (A turma dos Tigres – Thomas Brezina) e Rah, O Mensageiro do Sétimo Raio (Luci Guimarães Watanabe). Todo o clima de amigos criando um grupo para desvendar mistérios, extra-terrestres e coisas estranhas, faz com que eu pense que o autor tentou combinar o enredo destes dois livros para criar o seu (essa pode não ter sido a intenção do autor, mas foi o que eu senti durante a leitura).

Um dos poucos pontos que me agradaram ao ler “O Enigma das Estrelas” foi, sem dúvidas, a narrativa do autor. Se há uma coisa que eu posso dizer sem medo, é que Fabio Farah narra muito bem o que quer contar em seu livro, sem aquela típica sensação de que está querendo assemelhar-se aos grandes best-sellers americanos que estamos acostumados a ler na nossa querida literatura. Ele é simples e objetivo, sem se prender a descrições e mais descrições sobre a folha que está caindo do pinheiro e o fato do livro ser narrado em terceira pessoa, acaba fazendo com que o autor abranja mais facilmente todos os seus personagens.

“Tá bom, Robs! O livro é pequeno, você vai acabar soltando um spoiler gigantesco se continuar falando sobre ele.”

Dito isso, só para finalizar a resenha com chave de ouro, eu tenho que dizer que gostei bastante da dinâmica com que os nossos cinco personagens se envolvem. Eles acabam se completando e isso torna a leitura mais agradável. Além disso, o livro se finaliza de uma maneira boa, deixando um gancho ótimo para a continuação e me dando esperanças de continuar a série e ter algo um pouco mais envolvente.

Em suma, “O Enigma das Estrelas” é um livro que eu indicaria (com certas ressalvas) para professores utilizarem como leitura complementar nas aulas de português do ensino fundamental, afinal, o autor demonstra riqueza cultural em sua narrativa. Mas ainda tenho que dizer que no momento em que ele começa a inserir algumas mitologias à sua narrativa, acaba se perdendo um pouco e não aproveitando-as de uma maneira muito completa.

site: http://www.perdidoempalavras.com/resenha-o-enigma-das-estrelas-clube-dos-misterios-1-fabio-farah/