Aline / @alilendounslivros 10/05/2016Resenha: Lady SusanDesde que o mundo é mundo, sempre há quem queira se dar bem na vida por meios um tanto questionáveis. É claro que isso não era diferentes nos anos de 1800, época em que se passa a história de Lady Susan, uma coquete que usa suas artimanhas (beleza física e lábia) para conseguir o que quer: um bom casamento, para si própria e para a filha, que a mantenha presente e em grande estima na alta sociedade. O detalhe é que tão estimada e manipuladora dama mal saiu do luto pela morte de seu marido.
Para colocar seus planos em prática, a viúva se hospeda na casa de conhecidos e parentes do falecido esposo, causando mal-estares e transtornos decorrentes de seus flertes com homens comprometidos ou prometidos a outras mulheres, o que deixa um rastro de narizes torcidos e pessoas insatisfeitas, desejosas de sua ausência o quanto antes possível. Isso sem mencionar sua filha, que tem a índole distorcida pela própria mãe, que convence a todos de que ela é a vítima e pobre garota, a malvada da vez.
O mais interessante (ao menos a mim, pois foi minha primeira experiência neste tipo de leitura) é que ficamos sabendo de todas as tramoias da "lady" através de cartas que as personagens trocam entre si. É uma verdadeira rede de fofocas ao estilo de uma época em que não existiam prints de tela para enviar pelo WhatsApp. Isso torna tudo bem fascinante!
Embora a situação seja engraçada pela forma como é contada nas cartas, chegamos a sentir a raiva e o desgosto da cunhada de Lady Susan, que enxerga quem realmente ela é e como ela manipula a seu favor pessoas (como seu irmão) que teriam tudo para ir contra tais atitudes que esbanjam dissimulação. Assim como vibramos quando a máscara começa a cair (ela sempre cai, não é?).
"Lady Susan" é divertido, intrigante e leve. A leitura prende tanto que, quando você se dá conta, o livro acaba (como disse a pessoa que me indicou - e me emprestou) num susto! E pensar que Jane Austen escreveu essa obra epistolar na adolescência, chega a ser injusto que não seja tão reconhecida quanto seus best sellers (os quais dispensam comentários).
Para fãs de divertidas histórias de época, deixo a minha recomendação.