Lina DC 29/06/2016A trama é narrada em terceira pessoa e gira em torno de duas raças que travam uma guerra: os Avicen, pessoas com características de aves, com penas no lugar de cabelos e pelos e os Drakharin, pessoas com características de dragões, com escamas sobre a pele e alguns com habilidades especiais (como liberar fogo).
Echo é uma garota humana que quando criança, encontrou Ala, a única profeta viva dos Avicen, na Biblioteca Pública de Nova York. Enquanto Echo tornou a biblioteca seu lar (ela fugiu de casa), Ala encontrava paz e sossego. A reunião incomum criou um vínculo que dura dez anos e Echo é uma humana que sabe a verdade sobre essas duas raças especiais.
"A menina sorriu, e a Ala soube que não retornaria sozinha ao Ninho aquela noite. Ela tinha ido à biblioteca em busca de esperança; em vez disso encontrara uma criança. Ela levaria muitos anos para perceber que as duas coisas não eram tão diferentes." (p. 11)
Echo é questionadora, valente, ama palavras e tem uma habilidade incrível em furtar itens. Mesmo tendo sido "adotada" pela Ala, Echo sente-se uma pária no Ninho, pois muitos a observam de longe, questionando o motivo de uma humana estar entre eles. Entre esses, temos o General Altair e Ruby, uma soldado dos Falcões de Guerra.
Em contrapartida, temos a Fortaleza do Dragão, na Escócia, onde o Príncipe Dragão, Caius, está procurando manter a paz entre os Avicen e os Drakharin, mesmo tendo uma grande oposição.
O seu maior empecilho é sua própria irmã, a Tanith. Ela é a general do exército Drakharin e é extremamente sanguinária. Tudo o que importa a ela é poder e aniquilar os Avicen. E Tanith irá chegar ao extremo, criando um golpe pelo trono para conseguir dar continuidade à Guerra.
"- Os Drakharin culpam os Avicen pelo desaparecimento de seus poderes no decorrer dos anos. Uma acusação ilegítima, claro. Como se uma coisa assim fosse possível! Mas o desespero fez as pessoas acreditarem em coisas malucas. A magia flui por este mundo como um oceano invisível. Ela vai e vem, como as marés. Quando os Drakharin sentiram que aquela maré estava recuando, quiseram culpar alguém. O ressentimento fervilha entre os povos por pequenos descontentamentos há milênios, de modo que os Avicen se tornaram um alvo conveniente." (p.41)
Mas existe uma esperança para a paz: a profecia do pássaro de fogo. O problema é que a profecia é uma série de enigmas e que ninguém conseguiu encontrar. Até Echo e Caius.
Enquanto os dois lados começam a jornada para encontrar o pássaro de fogo, fica claro que Echo e Caius terão que trabalhar juntos para conseguir salvar as duas raças.
O enredo é uma grande aventura, pois os personagens percorrem o mundo atrás da pista. De NY e da Escócia, eles vão para Kyoto, Paris e outros locais impressionantes. A cada pista, um novo perigo se aproxima e as revelações vão sendo feitas.
Echo conta com a ajuda de Ivy, sua irmã postiça e melhor amiga. É uma aprendiz de Curandeira. Reservada e tímida, mostra grande tenacidade quando Echo precisa de sua ajuda. Temos também Rowan, namorado de Echo e amigo dela desde criança. Os dois dividem um sentimento muito bonito, mas Rowan é ingênuo demais em relação a hierarquia dos Avicen. Rowan também é um soldado, mas sua lealdade fica dividida entre o Ninho e Echo.
Do lado de Caius temos Dorian, um soldado leal e amigo. Sua lealdade é extrema e seus sentimentos por Caius são contraditórios.
Temos ainda Jasper, um Avicen solitário que trabalha como freelance. Ele tem um interesse especial na descoberta pelo pássaro de fogo e também em Dorian.
A escrita da Melissa Grey é dinâmica e fluida. As descrições são vívidas e encantadoras. A viagem ao redor do mundo durante a busca pelas pistas levam os leitores a lugares espetaculares. Os Avicen e os Drakharin tem características peculiares, além do uso da magia por alguns personagens. Os personagens são complexos e seus debates internos e inseguranças são bem trabalhados.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um trabalho excepcional. A capa é linda e combina perfeitamente com o conteúdo.
"Um é tristeza, dois é prazer.
Três para morte, quatro é nascer.
Cinco é prata, seis é ouro.
Se são sete, é mau agouro." (p. 24)
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