Lina DC
09/08/2013A escritora nacional Leila Rego arrasou com os personagens desse livro. Mari é uma jovem totalmente fútil, mas seus devaneios são totalmente engraçados. Consumista, delirante, ciumenta, cheia de defeitos, mas capaz de arrancar risadas em todos os momentos. É assim que eu defino a Mari. Sim, ela é totalmente imperfeita, mas incapaz de prejudicar alguém de propósito. Um aspecto que me chamou a atenção é que ninguém realmente foi honesto com ela sobre o excesso de futilidade durante toda a sua vida. Todos acham engraçadinho, delirante, mas ninguém nunca chegou e falou: Mari, você é muito mimada, egocêntrica e sem noção. Só a Clara, bem depois é que é muito honesta com ela.
"O "P.O.V.O. - Pessoas Ocupadas (demais) com a Vida dos Outros" - é uma raça muito cruel. E a raça P.O.V.O. do tipo "interior" é duas vezes mais cruel". (p.18)
Eu sei que muitas leitoras suspiraram muito pelo Edu, mas tenho que dizer que ele não me conquistou. Tudo bem, ele é certinho, lindo e gentil, mas após 7 anos de relacionamento, agir do jeito que ele agiu, e no momento que ele escolheu.. bom, ele perdeu todos os pontos possíveis comigo. Quero dizer, são 7 anos de relacionamento. A Mari é fútil desde sempre, é patricinha desde nova. Não estou dizendo que ela está certa nem nada, mas sim que ele sabia com quem estava e poderia ter agido de maneira diferente. Além disso, ele não perceber algumas manobras da sua querida mamãe (lembrem-se do jantar entre as famílias), foi demais.
O livro arranca gargalhadas, lágrimas e passa ao leitor diversas lições. O modo como a escritora Leila Rego discute o consumismo, os relacionamentos familiares e o amor é ao mesmo tempo leve e profundo. Uma leitura leve, gostosa e com gostinho de quero mais.
"Ao entrar no hall do meu prédio de pronto, ouvi um Funk asqueroso ecoando pelos ares...Não basta ser pobre, tem que espalhar o mau gosto para todos ouvirem, filosofei. Quando abri a porta de casa, veio a surpresa: o Funk estava saindo do som da minha sala. E, totalmente entregue ao pancadão, estava Cida rebolando com as mãos no joelho, numa cena quase que pornográfica". (p.41)
Essa resenha será publicada no blog Acordei com Vontade de Ler.