Débora 01/12/2010
Águas a lubrificar a sede saciar. Escorrendo como um rio da vida
“As águas escuras, sombrias tantos, poderiam estar a centímetros da areia quando esconde o infinito.”
Águas escorrem no rio da vida nos movimentos do tempo. As purezas que dos mares de pensamentos, navegando nessa profundidade da voz que grita. Sob essa maresia Clarice expressa em palavras, O primeiro Beijo e outros contos, na atmosfera escorrida úmidas das águas.
“Um tarde plena” insólito desejo da serenidade de uma tarde. “O grande passeio”, sob o envelhecimento na esperança de um passeio para dissipar a solidão, assim é acometida pelo preconceito vulgar, das feridas do tempo.
Na inocência da semente do amor nos intensos sentimentos ardentes na sede que aclama sob a irradiação do sol, no conto O primeiro Beijo com a transgressão ao escalar.
“Talvez minutos apenas, talvez horas, enquanto sua sede era de anos.”
O mar infinito ao se a submergir no seu próprio mistério em busca de liberdade da angustia do rompimento, se encontrar na decadência do abismo da vida. Na “A fuga” “O mar está quieto, quase sem onda. O céu de um azul violento, gritante. O navio se afasta rapidamente...É em breve silencio.”Na resignação do “silencio da noite, o navio se afasta cada vez mais” .
A vitória de viver, na superação da velhice e na cólera da vida. “A morte era o seu mistério.” Vistos no conto “Feliz Aniversário”. A piedade da galinha no conto “Uma galinha”, e na ânsia da ganância que grita e o sacrifício do animal para alimentar as angustias e saciar a fome.
A passagem desconhecida e divina do corpo na hora que ilumina na “Via-Crúcis”. Ao adquirir o livro “Felicidade Clandestina” nos vínculos da inocência e ardência do desejo do mistério de paginas dentro de um livro. “Não era mais uma menina com livro, era uma mulher com o seu amante.”
A mulher bonita na luxuria soberania envolta nas riquezas e supérfluos, o mendigo na miséria. São iguais busca o dinheiro, diferem pela ausência dele. No despertar súbito ao se deparar nas feridas, nas marcar das futilidades no vazio que perturba na vida mecanizada. Mostrados “A bela e a fera ou a ferida grande demais”. O verde ao pousar a esperança flamejar como um grilo, na renúncia da sorte devotando a “Uma esperança”.
A sede no alivio da purificação da água para supri os desejos, e libertar das angustias. Transcorrendo como um rio até secar lentamente, levando à morte o inicio de outra dimensão desconhecida.