Fabio Shiva 26/12/2017
inusitado e original
Um romance policial inusitado e muito original, protagonizado pelo detetive particular Pepe Carvalho, criação máxima de Montalbán. Pepe é uma figura e tanto, que dá o tom de originalidade à narrativa: ex-comunista, gastrônomo e intelectual às avessas, que compra livros apenas para atirá-los à fogueira, o detetive de Montalbán é exagerado e contraditório, mas de algum modo também muito cativante.
Em “O Labirinto Grego”, Pepe está às voltas com duas deusas em forma de mulher, que o fazem perambular pelos antros mais sombrios e marginais de Barcelona, tentando encontrar o homem da vida de uma e evitar que a outra se meta em maiores encrencas. Esse é o pretexto para um desfile de cenários surreais e personagens bizarros, entremeados por banquetes suntuosamente descritos e tiradas filosóficas pronunciadas com fina ironia.
A parte policial da história aparece quase que como um apêndice, por acaso. E acaba não fazendo a menor falta. A prosa de Montalbán é rica em adjetivos inesperados, que trazem um frescor poético e um olhar renovado ao velho tema do detetive particular.
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