spoiler visualizarValdeci 14/10/2011
Que Luis Fernando Veríssimo é um grande cronista, ficcionista e humorista todo mundo sabe e reconhece sua genialidade através de seus textos da mais pura ironia e de um humor contagiante e inteligente. Todavia, devo confessar que o livro O Opositor, publicado pela editora Objetiva, não me entusiasmou tanto assim. É verdade que a história é das mais hilárias sobre um jornalista que vai para Manaus fazer uma reportagem sobre plantas alucinógenas e acaba fazendo outra “viagem” nos braços de Serena (que de serena não tem nada, exceto os dois polegares) entre doses de chauasca e tantas outras doses de suco de fruta ao lado de Jósef Teodor, o Polaco no bar da esquina.
Em uma história pra lá de “alucinógena”, Luis Fernando Veríssimo faz o personagem principal navegar por afluentes, do afluente do afluente do rio Negro e trilhar por outros tantos caminhos pelas histórias, um tanto quanto suspeitas e misteriosas, da atividade do polaco em ser um “opositor” ou “apagador” ligado ao grupo Meierhoff cuja função seria liquidar quem ameaçasse a supremacia do tal grupo econômico.
Aliás, o tal Polaco é a figura mais estranha e inverossímil desta história toda já que vive, há cinco anos, em uma cadeira (que considera sua pátria) dentro do referido bar. Suas histórias de mistério são narradas de forma a parecer mais uma “viagem” do próprio jornalista do que propriamente fatos da cabeça do pinguço polaco. A narrativa diverte, mas o que fica mesmo é a teoria de que, foi através do dedo polegar que o homem conseguiu evoluir e conquistar a supremacia da raça humana. Confesso que esperava mais deste conto uma vez tratar-se de uma história de Luis Fernando Veríssimo.