A Tolice Da Inteligência Brasileira

A Tolice Da Inteligência Brasileira Jessé Souza




Resenhas - A Tolice Da Inteligência Brasileira


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Marcelo 20/05/2024

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
"A Tolice da Inteligência Brasileira", de Jessé Souza, é uma crítica incisiva às interpretações tradicionais das causas do atraso e das desigualdades sociais no Brasil.

O autor argumenta que a elite intelectual brasileira perpetua uma visão distorcida da realidade nacional ao focar excessivamente na herança cultural e racial como explicações principais dos problemas do país. Ele propõe que a verdadeira causa das desigualdades é a estrutura de classes, mantida por uma elite que preserva seus privilégios à custa da maioria da população.

O livro revisita e questiona obras canônicas da sociologia e da história brasileira, como as de Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre, desafiando conceitos como o "homem cordial" e a visão idealizada da mestiçagem. Souza critica a falta de uma análise de classe mais robusta na sociologia brasileira e destaca o papel das instituições e da burocracia na perpetuação das desigualdades.

Ao longo dos capítulos, Souza apresenta uma análise detalhada da formação histórica da elite brasileira e do papel das relações de poder e de classe. Sua escrita é provocativa e busca reavaliar crenças profundamente enraizadas, incentivando uma reflexão crítica sobre as estruturas sociais e econômicas do país.

Em resumo, "A Tolice da Inteligência Brasileira" oferece uma nova perspectiva sobre as raízes das desigualdades no Brasil, desafiando o leitor a reconsiderar explicações tradicionais e a buscar uma compreensão mais profunda das relações de poder e classe que moldam a sociedade brasileira.
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allanpatrick 24/02/2016

Um retrato da sociedade brasileira contemporânea
O autor abre o livro com uma crítica muito apropriada a Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Raymundo Faoro. Elogia a percepção de Florestan Fernandes, talvez por ser a do pensador cuja obra mais se encaixa na sua tese, e conclui com elegância.

Fez, em termos acadêmicos, o que Nelson Rodrigues fazia com ironia em suas crônicas: esculachar o complexo de vira-latas.

No entanto, principalmente na parte 3 da obra, creio que o autor falha na missão a que se propôs, de escrever para o grande público. É a parte do livro em que os jargões e o academicismo da sociologia se veem mais pesados.
karinna adad 13/04/2016minha estante
Acho que um dos pontos principais que o Jessé tenta explicar é a dicotomia mercado honroso e Estado corrupto e para isso ele tece uma digressão de como a concepção de mercado advinda do teoria capitalista transforma-se numa instituição que passa a comandar toda a nossa forma de pensa, agir, relacionar-se, fazer negócios, "que muda nossa cultura, nossos costumes, etc.
Bom, essa é minha percepção geral antes de acabar a Parte I.




isamendesrj 13/01/2021

Jesse é necessário.
Livro denso, mas extremamente necessário para entendermos o que está por trás de todo o cenário político brasileiro, principalmente no que tange as manifestações de 2013 até o golpe de 2016. É impactante saber que 1% da população é a que influencia a mídia, intervém no judiciário e no próprio Estado para a manutenção dos seus privilégios. Esse pequeno grupo usa o seu poder que vai além do capital econômico para enfraquecer o Estado no sentido de diminuir ?o bem estar social? do povo. O mais triste é que boa parte da população continua com o ?complexo de vira lata? e ainda acredita que possui alguma vantagem ou privilégio sobre aqueles que historicamente se encontram nas classes menos favorecidas, mas que na verdade essa classe média também tem seus recursos e direitos mais espremidos.
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Gustavo Mahler 01/12/2020

Será que o Brasil tem jeito?
Às vezes me pergunto se o Brasil tem jeito. Não como o país que fará todos serem detentores de carro do ano ou telefones de marca. Isto é consequência de uma série de fatores mais subjetivos. O que eu de vdd espero do Brasil é o momento em que todos, de uma forma plena e abrangente, não mais se contentem com a desgraça alheia e usem isso como forma de glória pessoal para subjugar o próximo. É inconcebível termos o desejo de mudar um país mas ao mesmo tempo aceitando e legitimando parte substância da nossa riqueza nas mãos de 1% de uma elite parasitária.

Este livro é apenas um lembrete ( óbvio até ) de quem tem algo muito errado.

Jessé Souza, por ele mesmo:

?O que distancia o Brasil das sociedades que admiramos não é a corrupção do Estado, que é um problema real em qualquer lugar. O que nos afasta das sociedades ?moralmente superiores? é que exploramos, aceitamos e tornamos fato natural e cotidiano conviver com gente sem qualquer chance real de vida digna sem ter nenhuma culpa nisso.?
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Alex 28/08/2017

FALÁCIAS PARA ALIENAR INCAUTOS
Uma grande crítica a tudo e a todos. Em "A Tolice da Inteligência Brasileira" o autor Jessé Souza liga a metralhadora da arrogância e dá tiros no escuro. Ainda não conhecia o autor, portanto não sei se a escrita agressiva lhe é característica ou se é um tardio bastião da máxima "acuse-o do que você é".

Em um primeiro momento, Souza nos mostra a relação de desmantelamento cultural vivida pelo brasileiro médio, que tem nos Estados Unidos o seu grande referencial de vida, como se o método americano fosse totalmente ilibado. O autor cita ainda, reivindicando controversas referências históricas, a americanização do Estado de São Paulo, que sob o seu entendimento teria sido socialmente beneficiado ao longo da história do Brasil, tornando-se assim desenvolvido, em detrimento do resto do país que vive uma íngua de pobreza. Souza considera São Paulo como um Estado que não merece ser o que é, possuir uma cultura própria e ostentar o próprio desenvolvimento, sem antes retribuir favores históricos às demais unidades federativas.

O que mais irrita na escrita do autor é a insistência em considerar que as universidades brasileiras são conservadoras e colaboram com a perpetuação do pensamento tradicional e reacionário. Eu simplesmente não quero acreditar que seja este escritor tão idiota a ponto de realmente acreditar nisto, haja visto que, há pelo menos cinco décadas, todo o conteúdo difundido nos ambientes acadêmicos brasileiros tem cunho majoritariamente socialista.
Para finalizar com chave de ouro, Souza faz palanque para os governos petistas, ignora as vantagens que o ex-presidente Lula concedeu aos grandes empresários com financiamentos via BNDES e outras concessões, usando a falácia batida e inverossímil de que o petismo tirou o Brasil da miséria e que Dilma Rousseff sofreu um golpe.

Eu realmente não gosto de me alimentar de conteúdo numa bolha ideológica, por isso permito-me ler autores que pensam diferente de mim, diferente da ideologia que prego. Entendo que em muitas críticas ao liberalismo, Jessé Souza é assertivo e sua fala pode me ajudar a interpretar a sociedade de uma forma mais madura. Neste ponto destaco a forma como relata que o Estado mínimo não necessariamente significa Estado honesto. Privatizar todo o Estado sob a luz de livrar-se apenas da corrupção seria inocente e tolo, e nisto concordo com o autor. Porém, em termos gerais, temos aqui uma obra que mais parece um post raivoso de Facebook do que um livro que pretende ser levado a sério.
Davi.Rezende 05/12/2017minha estante
Obrigado. Sua resenha me poupou tempo e dinheiro.


Ana 26/07/2018minha estante
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Cássia 19/09/2018minha estante
Na verdade, esse teu "suposto" aí é quase uma unanimidade entre os historiadores brasileiros. A economia brasileira teve vários ciclos e São Paulo se beneficiou dos últimos que foram os que realmente correspondem à modernização. Desde Boris Fausto a Lilia Schwarcz têm essa interpretação.

Tem alguns pontos da análise de Jessé Souza dos quais discordo (como, por exemplo, a sobrevalorização do aspecto racial). Porém, a crítica que ele faz à base epistemológica dos principais sociólogos brasileiras é muito refinada. Até mesmo por ir direto ao que sustenta as teorias desses sociólogos, trabalho que muitos pesquisadores (preguiçosos) não fazem. E ele faz isso de forma didática que, qualquer um, mesmo não tendo muito conhecimento do pensamento de Weber, Bourdieu ou Foucault consegue entender.

Não vejo erro neste raciocínio dele. Vejo falácia é no pensamento sociológico brasileiro.


de Aquino 18/05/2019minha estante
?Falácias para alienar incautos?. Aí o cara fala um monte de groselha sobre ?as bordas? do livro e ZERO ARGUMENTAÇÃO sobre o ?core?. Jênio.


Rodrigo 31/08/2019minha estante
"todo o conteúdo difundido nos ambientes acadêmicos brasileiros tem cunho majoritariamente socialista" -- na verdade, o grosso do que é difundido nas universidades é o chamado pós-modernismo, pós-estruturalismo, ou chame como quiser. Aquela nefasta mistura de relativismo com textos ilegíveis, batizada de "neomarxismo", que tem enganado boa parte da esquerda ocidental, mas que acaba pregando (ainda que nas entrelinhas) o individualismo e o obscurantismo, atacando a ciência e a razão enquanto passa a mão na cabeça da igreja. Enganam até a galera da direita, como você, que assim passam a exigir "mais direita" dentro das universidades... Chomsky foi um dos que perceberam o engodo, por isso a mídia brasileira simplesmente o ignorou quando veio ao Brasil, ao contrário dos Cortella e Karnal da vida...

Parabéns, Skoob, ainda não sabe o que é UTF-8!!!




André 19/06/2021

Crítica a sociedade brasileira
O autor faz uma crítica a sociedade brasileira, pois na visão do autor a nossa sociedade coloca toda a culpa da corrupção no Estado e nenhuma culpa ao mercado, sendo que este que se apropria daquele para que tenha seus interesses atendidos.
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Paulo Silas 06/11/2016

Revisando e reconstruindo diversas exposições sociológicas do Brasil feitas por renomados autores deste campo (sociológico e também histórico), Jessé Souza apresenta em seu livro uma leitura crítica acerca daquilo que o brasileiro entende por si mesmo. Afinal, qual seria o fundamento que dá a roupagem de 'brasileiro' ao indivíduo? Quais são as características envoltas no sujeito que o definem como um brasileiro? As concepções hoje tidas como o sendo se sustentam? A proposta do livro é rever alguns conceitos e tecer algumas críticas ao expor alguns percalços de algumas construções.

Há a proposta de reflexão sobre o liame do culturalismo conservador e o economicismo, o que, na visão do autor, acabaria por empobrecer o debate político brasileiro. A ideia é apresentar com profundidade o cenário social atual a fim de resgatar um debate mais amplo e crítico - daí a construção expositiva pela viés da ciência social crítica.
Superando ideias como a da meritocracia, por exemplo, o autor evidencia que a competição social inicia muito antes da fase escolar, já que há de se atentar para os estímulos afetivos que são recebidos pelo indivíduo desde a sua criação - o que muitas vezes acaba sendo desconsiderado na análise da formação das pessoas.
O círculo é vicioso e o próprio sistema (e a forma ingênua com a qual é compreendido) contribui para que assim permaneça. Para o autor, "luta de classes não é apenas a greve sindical ou a revolução sangrenta nas ruas que todos percebem. Ela é, antes de tudo, o exercício silencioso da exploração construída e consentida socialmente".

A intenção livro, enfim, é tentar demonstrar que seria possível reverter a situação denunciada. O economicismo é cego, nas palavras do autor, "em relação [...] à estrutura social". E a crítica constante na obra evidencia isso.
Por fim, necessário destacar que no final da obra há uma manifestação de cunho político-partidária, a qual, mesmo estando velada sobre a interessante exposição pelo campo da sociologia, é observável.
Um ponto crítico, quer se concorde ou não, que vale a leitura!
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Edgar 22/12/2016

Desvelando a tolice
Não é meu primeiro contato com o estilo do autor; havia lido trechos longos de A Ralé um tempo antes e dá pra notar a consistência de estilo e argumentos.
Em A Tolice... o autor treina algumas ideias de textos anteriores e trabalha para desconstruir as explicações clássicas sobre o Brasil é o brasileiro, explicando suas origens e vícios, desde os textos de Gilberto Freyre até produções recentes como as de Roberto DaMatta. Nisso o autor é implacável, apontando o ridículo de algumas proposições e traços de um pensamento colonizado e cristalizado ao longo do último século.
Gostei bastante da leitura, mesmo não sendo uma leitura tranquila em alguns trechos.
marcelo 11/10/2017minha estante
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eagorarenato 23/03/2020

Decidi voltar e terminar esse livro. O momento pareceu óbvio.
Tinha parado num capítulo que ele destrincha as causas da marginalização da população negra, onde ele descreve que o preconceito de cor é um efeito secundário e a razão principal é o abandono dessa população. A elite tira os pobres dos lugares de poder obrigando esses grupos a encontrar outras formas de ter independência. Quando te deixam pra fora do jogo por tanto tempo e de forma tão cruel você cria novas regras e joga um jogo novo. E é justamente a origem do crime organizado, que opera independente da lei e da "ordem" estabelecida pelos colonizadores. Ler isso foi um alívio. Quando a gente se depara com uma leitura que te tira do senso comum é um grande alívio. Jessé avalia de forma científica assuntos que se naturalizam. Escolhi esse trecho mas o livro é bem mais amplo e vai além, encara outros mitos. Tipo a corrupção como exclusividade do setor público, a meritocracia, a cordialidade do povo brasileiro, etc.
No começo é desesperador, mas depois tira um peso das costas. Porque você percebe que por mais que uma multidão esbraveja coisas horríveis e violentas que faz a gente duvidar das certezas, ele dá ferramentas pra você raciocinar.
Gerar polêmicas a partir de banalidades não é burrice, pelo contrário. Nossa ministra não é "louca", o presidente não é estúpido. É um cinismo estratégico, pra atordoar nossas visões de mundo. No mundo que a gente precisa estar cada vez mais junto, construir ponte com quem tá do nosso lado.
Enquanto a gente vibra apenas num escárnio, a gente tá sendo a própria piada. Com nossa passividade. Com nossa inabilidade de comungar com o outro. De ter clareza para olhar as coisas e perceber o que nos tira do atraso e do escuro.
Leitura necessária!
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Juliano 09/09/2023

Desvelamento das falácias economicistas e conservadoras
A missão de Jessé como sociólogo é nobre: disseminar o conhecimento da discussão acerca da dominação social e, além disso, desvelar e desnudar os discursos conservadores e economicistas que pairam no Brasil. Pois bem. Entendo que Jessé conseguiu atingir seu objetivo. Embora, em alguns pontos, parta do pressuposto de que o leitor já conheça algo sobre Max Weber, consegue elucidar, com suas próprias palavras, o cerne da discussão sobre a demonização do Estado e a separação entre o "homem cordial" e corrupto que atua no Estado e do homem nobre e justo que atua no mercado. Obra indispensável para qualquer agente do sistema jurídico, que forma o conhecimento crítico sobre os discursos simplistas na seara política e jurídica.
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Almir 20/04/2016

Acompanhe a série de resenhas deste excelente livro nos links abaixo:



site: http://www.panoramicasocial.com.br/2016/03/o-economicismo-na-analise-social-do.html
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Rhodolfo.Vale 17/11/2016

muito bom
faz uma analise fora do senso comum , aprendi muito . somos alienados direito sem saber
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alex santos 27/06/2017

Desvelador
Mostra com uma clareza chocante os mecanismos que constroem, sustentam e naturalizam a exclusão social e a apropriação da riqueza pelo 1% mais rico.
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Oesttreiichh 09/08/2019

Jessé Souza busca neste livro reconstituir e críticar a construção da hoje dominante, ideia de que o brasileiro é um povo pré-moderno, afeito ao sentimentalismo, corrupto e incapaz. Tendo um estado que é a origem e suprassumo da corrupção em oposição ao mercado, composto apenas de virtudes.

Para tanto, refaz o caminho da criação e consolidação da sociologia brasileira desde Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Raymundo Faoro, DaMatta e Floresta Fernandes; indicando como uma leitura errônea dos pressupostos de Max Weber serviu como base para legitimação de toda a visão negativa do estado brasileiro e seu povo por parte de nossos cientistas sociais mais respeitados.

Critica ainda a perspectiva economicista que reduz todo o complexo mundo social à relações econômicas. (Explícita como o tripé de capitais econômico, científico e social... Define toda uma estrutura de reprodução simbólica de privilégios que é naturalizada e perpetuada, garantido a dominação das elites sobre o restante da população)

Um livro indispensável para se pensar o Brasil atual e como chegamos até aqui repetindo e internalizando uma visão depreciativa de nós mesmos e facilitando a dominação e hegemonia do grande capital e das elites.
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Ana Laura Duarte 09/08/2022

revolução
Foram tantos os socos no estômago que ele livro me deu. A começar pela percepção de que eu sou a tal classe média que rouba tempo a outras classes e por isso, tem acesso a capital cultural. Prova disso, inclusive, é esse livro ter chegado até mim na condição que chegou (por indicação de uma pessoa que conheci enquanto fazia um estágio de verão na Itália). Ler esse livro é a constatação, o simples fato de ter lido (na condição que li) é viver o que Jessé descreve. Mas é também revolucionário assumir tal condição e perceber que o mais importante é o que se faz com ela e com esse capital. Esse livro é revolução!
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