O Impostor

O Impostor Javier Cercas




Resenhas - O Impostor


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Alipio 04/06/2020

Justificando o injustificável
Javier Cercas é um escritor e professor de literatura espanhola, e nesta obra " O impostor" narra a história de não ficção de um homem que conseguiu enganar toda uma nação com a farsa de ser um sobrevivente de um campo de concentração nazista, tornando-se um dos maiores impostores da história da humanidade.
Durante anos, Eric Marc viveu a farsa. Dava conferências sobre o tema, recebeu homenagens, e chegou até ser presidente da associação espanhola dos sobreviventes dos campos de concentração nazista ( Amical de Mauthausen).
Sua farsa chega ao fim em 2005, quando o historiador Benito Benejo, após minunciosa pesquisa sobre os deportados espanhóis do campo de concentração, o desmascara
Eric Marco esteve na Alemanha no periodo da segunda guerra mundial, porém foi espontaneamente à trabalho.

Quando foi lhe dado "o princípio do contraditório", se justificou que a farsa foi para um bem maior: " o objetivo foi para que as pessoas não se esquecesse dos horrores do nazismo"
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Lucas1429 14/10/2019

Quem é o impostor?
Javier Cercas é um dos meus escritores favoritos, por essa feita, qualquer livro que ele lança já atrai instantaneamente meu interesse.

Não é por menos.

Todos os seus livros são devorados por mim em poucos dias, mas a culpa é sempre dele, por esse grandioso talento literário.

Em "O impostor", Javier desnuda Enric Marco, uma emblemática figura da história espanhola, um ex-presidente de uma associação de sobreviventes dos campos de concentração que em 2005 foi desmascarado como um mentiroso que nunca havia passado por um campo de concentração.

Mas o livro não é só isso, o livro também é uma contínua aula de história da Espanha, onde Javier mostra todo o seu talento de historiador mesmo sem formação, onde trabalha as fontes e levanta suposições plausíveis. Onde respeita os limites e dialoga consigo mesmo.

O livro também é uma aula de filosofia, pois Javier indaga Enric e a si mesmo o tempo todo sobre as razões da mentira, seja ela Nietzscheana, seja ela de Montaigne ou seja ela platônica. Reflete sobre a política, a história, a ontologia de Marco e de si.

O livro também é uma aula de literatura comparada. A ficção salva? Enric Marco é um Dom Quixote ou é um Alonso Quijano? Javier Cercas é um Javier Cercas ou um Truman Capote? Nas páginas se descobre...

Mas, principalmente, o livro é um mea culpa. O livro é também uma aula de autocrítica. No final, Javier responde aos seus anseios do começo do livro: seria ele também um impostor ou somente Enric Marco? Seríamos todos impostores?

Para descobrir, apenas adentrando nessa maravilhosa construção narrativa que não poderia vir de outras mãos, que não as de Javier Cercas.
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hermes.willyan 25/05/2022

Mentira, passado e narcisismo
Esses são os três tópicos que rondam o livro. Ao descrever a trajetória de Enric Marco, o escritor tras a tona questionamentos até então pouco debatidos: Existiria uma mentira boa? Uma mentira com boas intenções? Seria o passado algo isolado? Ou uma parte do presente? O que é um verdadeiro narcisista? Confesso que o livro demorou mais do que o esperado. Todavia, foi uma demora necessária para que se refletisse acerca desses questionamentos.
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