Mulheres de cinzas

Mulheres de cinzas Mia Couto




Resenhas - Mulheres de Cinzas


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juliapassos14 22/04/2020

Gostei
O livro nos traz a história de Imani, uma jovem africana, e sua relação com um sargento português.

A leitura é dinâmica, intercalando os acontecimentos entre a narrativa da menina, que trás muito da cultura africana, com as cartas que o sargento mandava a Portugal.
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Biblioteca Álvaro Guerra 24/09/2019

"Mulheres de Cinza" é o primeiro livro de uma trilogia sobre os derradeiros dias do chamado Estado de Gaza, o segundo maior império em África dirigido por um africano.

Ngungunyane (ou Gungunhane, como ficou conhecido pelos portugueses) foi o último de uma série de imperadores que governou metade do território de Moçambique. Derrotado em 1895 pelas forças portuguesas comandadas por Mouzinho de Albuquerque, Ngungunyane foi deportado para os Açores onde veio a morrer em 1906. Os seus restos mortais terão sido trasladados para Moçambique em 1985. Existem, no entanto, versões que sugerem que não foram as ossadas do imperador que voltaram dentro da urna. Foram torrões de areia.
Do grande adversário de Portugal restam areias recolhidas em solo português. Esta narrativa é uma recreação ficcional inspirada em factos e personagens reais. Serviram de fonte de informação uma extensa documentação produzida em Moçambique e em Portugal e, mais importante ainda, diversas entrevistas efectuadas em Maputo e Inhambane.



site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535926620
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Sabryelle Torres 09/09/2018

É uma história que traz como pano de fundo o contexto histórico-cultural da Africa no final do século XIX, dessa forma acompanhamos a luta entre portugueses e africanos pela região de Gaza. Há no decorrer do enredo a visão de dois personagens totalmente distintos como o Sargento e a protagonista Imani, é muito interessante ver como ambos colocam os mesmos fatos dentro de contextos diferentes. É um livro construído a partir de muitas metáforas, que ampliam a interpretação dos fatos, e mostram a profundidade cultural de cada um. Em alguns momentos me lembrou Iracema de José Alencar.
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Desireé (@UpLiterario) 21/07/2018

Poesia e beleza em meio ao caos e a destruição. (@UpLiterario)
Imani é uma jovem de 15 anos diferente de todas as demais de sua tribo. Primeiro, porque ela é a única que ainda não possui um filho, segundo porque a criação em meio aos portugueses lhe permitiu ter conhecimentos que nenhuma delas jamais sonhou em possuir. Sabendo ler e escrever em português, Imana e sua família buscam manter a aldeia a salvo do terrível destino que assola toda Moçambique. Mas ninguém será capaz de fugir do seu próprio destino.
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Mia Couto traz uma obra belíssima e um começo de trilogia sem igual. Intercalando a voz de Imani com as cartas do sargento português Germano de Melo, temos uma mistura de poesia e aspereza, beleza e brutalidade, sonhos e angústias, todos os bons elementos para uma narrativa impressionante. Entre presente e passado, conhecemos a saga da família de Imani e os motivos que levaram o sargento à África, enquanto os mistérios e a beleza da cultura e da religião local levam o leitor a se imaginar ali, em meio aos terrenos áridos e tortuosos de Moçambique.
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"Alguns de nós, humanos, temos esse mesmo destino: falecidos por dentro, e apenas mantidos pela parecença com os vivos que já fomos."
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É quase mágico vivenciar esses dois olhares e perceber como uma mesma ocasião pode ser vista e interpretada de jeitos tão distintos. Mais impressionante ainda é que mesmo sob o toque forte e intenso da cultura africana e o véu brilhante e cegante da adolescência, Imani pode ter uma percepção muito mais cética e lúcida sobre os acontecimentos presentes, do que qualquer português ou adulto por ali.
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"O pior do passado é o que ainda está por vir."
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Leitura mais do que recomendada, é obrigatória! Melhor livro do ano e uma das melhores leituras da vida.
Mas a melhor parte é que Mulheres de Cinzas é apenas começo de uma grande história.

site: www.instagram.com/upliterario
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Squad Literário 14/04/2018

Não tem como melhorar!
"À minha frente alinhavam-se os condenados: todos adolescentes, crianças. Nenhum deles tinha sido julgado, ninguém os escutara em português ou língua nativa. Os que iam morrer não tinham voz."
Não é a primeira vez que trago um livro do Mia Couto - e também está longe de ser a última. Mulheres de Cinza, publicado em 2015 pela @companhiadasletras, é o primeiro livro na trilogia As Areias do Imperador, um romance histórico que narra a época em que o sul de Moçambique era governado por Ngungunyane, o último líder do Estado de Gaza - segundo maior império no continente comandado por um africano.
No entanto, Embora o contexto de Mulheres de Cinza seja o da guerra que assola Moçambique no final do século XIX, um dos temas mais recorrentes na obra é a questão de como as mulheres resistem à uma batalha não apenas com armas e soldados, mas como também sobrevivem a guerra que é ser mulher em um mundo cercado por tradições patriarcais. Para as mulheres ? não apenas da obra, mas, também, de todo o contexto que esta se insere ?, na guerra, ?[passam] a ser violadas por quem não [conhecem]?. É com essa sensibilidade que a personagem Imani, uma garota africana de 15 anos, narra a história com toda sua ingenuidade e inteligência. Intercalado à narrativa dela, somos apresentados também ao ponto de vista do sargento português Germano através de cartas que ele envia a seu conselheiro, enviado a aldeia da moça para protegê-los do avançar do imperador.
O interessante aqui é diferença desses dois mundos que se encontram, envolvem-se, descobrem-se, apaixonam-se e enfrentam inimigos em comum: a guerra e as tradições. Mas é Imani quem mais encanta na narrativa: diz-se vazia, seca como uma casca de árvore, almejando o desejo de tornar-se mulher; contudo, mal sabe ela que já o é por resistir, por enfrentar e nunca se submeter a um mundo que a ameaça, mas nunca a vence.
Embalada por uma prosa poética, sensível, Mulheres de Cinza intercala a história e o romance, os horrores e os amores (que restam) no colonialismo de Moçambique.

Ranger Preta ?
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Manuel Gimo 13/04/2018

História e Ficção, um casal perfeito!
AUTOR: Mia Couto
TÍTULO: Mulheres de Cinza
SÉRIE: As Areias do Imperador
VOLUME: 1/3
LOCAL DA PUBLICAÇÃO: São Paulo
EDITORA: Companhia das Letras
ANO DA PUBLICAÇÃO: 2015
PÁGINAS: 223
FORMATO DO LIVRO: eBook (PDF)

SINOPSE:

Primeiro livro da trilogia As areias do Imperador, Mulheres de cinzas é um romance histórico sobre a época em que o sul de Moçambique era governado por Ngungunyane, o último grande líder do Estado de Gaza. Em fins do século XIX, o sargento português Germano de Melo foi enviado ao vilarejo de Nkokolani para participar da batalha contra o imperador que ameaçava o domínio colonial. Lá, ele encontra Imani, uma garota local de quinze anos que lhe servirá de intérprete. Enquanto um dos irmãos da menina lutava pela coroa de Portugal, o outro se uniu aos guerreiros tribais. Aos poucos, Germano e Imani se envolvem, apesar de todas as diferenças entre seus mundos. Porém, num país assombrado pela guerra dos homens, a única saída para uma mulher é passar desapercebida, como se fosse feita de sombras ou de cinzas.

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«A diferença entre a Guerra e a Paz é a seguinte: na Guerra,os pobres são os primeiros a serem mortos; na Paz, os pobres são os primeiros a morrer. Para nós, mulheres, há ainda uma outra diferença: na Guerra, passamos a ser violadas por quem não conhecemos.» (p. 63)

Depois de mergulhar no mundo de Ngungunhane (ou Ngungunyane, ou ainda Ngungunhana) ficcionado pelo Ungulani Ba Ka Khosa, em “Ualalapi” (2008)¹, vi-me instigado a querer mais conhecer o mundo do hosi (imperador) Mudungazi. Na verdade, adoro romances históricos e não consigo resistir ao ter oportunidade de ler um. E eis que me aparece este “Mulheres de Cinza”, primeiro volume da trilogia “As Areias do Imperador”, de Mia Couto, pseudônimo de António Emílio Couto. Meu conterrâneo Beirense.

Mia Couto dispensa qualquer tipo de apresentações. Um escritor que estimo muito, Couto está no topo da minha classificação dos melhores autores que já li. A poética escrita miacoutiana é das mais agradáveis e prazerosa que já tive. E com isso, não poderia estar mais ansioso para mergulhar na reimaginação do Estado de Gaza pelas mãos de Mia Couto.

«Diz-se em Nkokolani que o mundo é tão grande que nele não cabe dono nenhum.» (p. 12)

Na Nota Introdutória, Couto deixa bem claro que o que vamos ler é uma narrativa fictícia baseada em personagens e factos reais, originada duma extensa investigação documental e em testemunhos orais. É também nesta nota que ficamos a saber o porquê do título “As Areias do Imperador”. Ngungunyane foi o último dos imperadores que governou toda a metade sul do território de Moçambique, o chamado Estado de Gaza, o segundo maior império em África dirigido por um africano. Este foi derrotado pelas forças portuguesas sob o comando de Mouzinho de Alburquerque em 1895, e sendo deportado para os Açores, Portugal, onde viria a morrer em 1906. Em 1985, os seus restos mortais foram transladados para Moçambique, todavia, há quem sugere que o que estava na urna não eram ossadas do hosi mas sim torrões de areias do solo lusitano. Razão pela qual, o título “As Areias do Imperador”.

«A vida é como uma maré.» (p. 183)

Neste primeiro volume da trilogia, conhecemos Imani Nsambe, jovem MuChopi (da tribo VaChopi) de 15 anos moradora da aldeia de Nkokolani. É a personagem-protagonista portanto conhecemos o mundo sob sua perspectiva (que também é a perspectiva do seu povo). Vive com sua mãe, Chikazi Makwakwa e seu pai, Katini Nsambe. Enquanto a narrativa progride vamos conhecendo mais a sua história. Do seu irmão caçula, Mwanatu, à seu irmão mais velho, Dubula, até ao seu tio Musisi e a esposa deste, Rosi: conhecemos a história de todos estes. Inteligente e insubmissa, Imani (que em sua língua, Imani significa “Quem é?”) é uma menina de uma personalidade marcante. A sua vida e da aldeia muda com a chegada do sargento português, Germano de Melo, que vem garantir a protecção dos campesinos contra as invasões Ngunis.

«Eis o que faz a guerra: a gente nunca mais regressa a casa. Essa casa — que outrora foi nossa —, essa casa morre, nunca ninguém nela nasceu. E não há leito, não há ventre, não há sequer ruína a dar chão às nossas memórias.» (p. 152)

A narração é alternada entre Imani e o sargento português Germano de Melo. No entanto, a narração do sargento só se limita aos relatórios escritos por este ao seu superior, Conselheiro José d'Almeida. Nestes relatórios, ficamos a saber da sua jornada até Nkokolani. Nestas missivas, também temos a sua visão do mundo em que se encontra, sua insegurança e alheamento às “superstições dos cafres”. Exilado da sua amada Portugal por causa do seu passado de rebeldia, a sua estadia em Moçambique é um exílio posto pela Coroa lusitana. Chegado a Nkokolani, o português tem Imani como sua guia e intérprete, pois esta fala muito bem o Português. Confiado a missão de organizar os preparativos para a chegada do capitão Mouzinho de Albuquerque, que liderá as forças portuguesas na batalha contra os Vátuas, termo usado pelos portugueses para se referirem aos VaNgunis, a tribo de Ngungunyane. Da sua chegada até a chegada do messiânico capitão, os eventos se mostraram ser imprevisíveis, ao mesmo tempo que o sargento cria uma relação de afeto muito forte com Imani.

«Sorte a dos que, deixando de ser humanos, se tornam feras.Infelizes os que matam a mando de outros e mais infelizes ainda os que matam sem ser a mando de ninguém. Desgraçados, enfim, os que, depois de matar, se olham ao espelho e ainda acreditam serem pessoas.» (p. 37)

Ler “Mulheres de Cinza” não é só a intricada trama que nos encanta, esta obra é, acima de tudo, um romance histórico. Portanto, temos a História. Apesar de ficção, alguns factos são verídicos, consequentemente é possível identificar alguns factos reais nisso tudo. E falando em ficção se misturando com a verdade, é possível notar nas páginas a extensa investigação do autor. Couto tece tão bem essa dicotomia “real vs irreal” que só temos um único pensamento durante a leitura: isso aconteceu de verdade.

E como não podia faltar, a oralidade (ou folclore), os costumes e hábitos locais imperam toda vez que Imani entra em cena. É algo de encher os olhos de tanto alegria de ver tudo aquilo nas páginas.

«[...] as guerras nunca começam. Quando damos por elas, já havia muito que vinham acontecendo.» (p. 83)

“Mulheres de Cinza” é também sobre um passado pouco lembrado, ou que é negligenciado, em Moçambique, e/ou em África em geral. Durante a escravatura ou colonização, vítimas e culpados estiveram todos misturados. A história foca o conflito entre os colonos portugueses e o “Leão de Gaza” na luta pela ocupação do Sul de Moçambique.

Temos a família Nsambe, nas pessoas de Katini e seu pai Tsangatelo, que renegaram suas tradições e aceitaram ser “civilizados” pelos portugueses. Dentro da própria família Nsambe, há discórdia. Dubula Nsambe não vê nenhum mal na invasão nguni, mas não aceita a intromissão dos portugueses que para ele representa a morte da sua raça. Um contraste a Dubula é o seu próprio irmão, Mwanatu Nsambe, que é fascinado pelos portugueses e é sentinela no quartel que abriga o sargento português. O tio Musisi é um verdadeiro contraste a estes dois irmãos, para este nestas invasões não há nada benéfico para o seu povo. Quanto a Imani, assim como o sargento português, sente-se não adaptado aos dois mundos. As mulheres desta família, Imani, Chikazi e Rosi, ou mesmo da aldeia inteira, são mulheres de cinza, isto é, num mundo dominado por homens e guerras lideradas por homens, elas tem que se tornar cinzas, invisíveis.

Vê-se claramente o povo moçambicano representado pela esta família. Dos que compactuaram-se com as invasões estrangeiras (no sentido: estrangeiros a tribo ou cultura), os que não se aliaram aos invasores e os que se tornaram neutros e passivos a situação.

Há poucos neologismos nesta obra, algo que me entristeceu um bocado, mas isso não tira a beleza da mesma.

Um grande começo dessa trilogia.

«(...) Mas a Paz é uma sombra em chão de miséria: basta o acontecer do Tempo para que desapareça.» (p. 14)

OUTRAS CITAÇÕES:

«(...) aquele que está em cima nem sempre manda no que está em baixo.» (p. 39)

«As mães da minha terra trazem o luto de todas as guerras.» (p. 53)

«Precisamos amedrontar quem nos quer causar medo.» (p. 53)

«Os mais perigosos inimigos não são aqueles que te odiaram desde sempre. Quem mais deves temer são os que, durante um tempo, estiveram próximos e por ti se sentiram fascinados.» (p. 126)

«A generosidade de uma família mede-se pelo modo como acolhe os hóspedes.» (p. 141)

«— Nesta tua terra, meu caro Mwanatu, Jesus estaria desempregado: aqui não há quem não faça milagres.» (p. 163)

AVALIAÇÃO: 9.5/10

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Review by: Manuel Gimo

site: www.fb.com/manueltchatche.rmt
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Aninha 21/02/2018

Paz é uma sombra em chão de miséria
"Mas a Paz é uma sombra em chão de miséria; basta o acontecer do Tempo para que desapareça." (página 21)

Emendei um Mia no outro: há 1 mês li Cada homem é uma raça e agora devorei o volume 1 da trilogia "As areias do imperador".

Aqui temos os conflitos raciais e culturais entre portugueses e africanos, no vilarejo de Nkokolani, que vivia amedrontado pela constante ameaça de Ngungunyane, o temido líder e imperador do sul de Moçambique.

Em fins do século XIX, o sargento português Germano de Melo foi enviado a este vilarejo para evitar a expansão dos domínios de Ngungunyane. Tão logo ele chega, conhece a jovem Imani, de apenas quinze anos, que será sua intérprete nesse novo mundo. Ela mora com os pais e tem 2 irmãos: Dubula se aliou ao inimigo e Mwanatu - o tonto e atrasado - aos portugueses.

Os capítulos são intercalados: ora temos os relatos de Imani, ora lemos as cartas que Germano escreve para o Conselheiro José d´Almeida, em Portugal, relatando suas dificuldades, dúvidas e temores.

Conflitos na família (entre tio e pai, entre irmãos, entre marido e mulher) dão o tom da trama, a qual é permeada pelo medo dos invasores e os mistérios e encantos da natureza.

As guerras e as perdas desumanizam a todos que são atingidos e deixam sempre algum tipo de marca. Seja na pessoa, seja na terra onde vivem.

"É para isso que servem as fardas: para afastar o soldado da sua humanidade." (pág.20)

"...bebíamos para fugir de um lugar. E tornávamo-nos bêbados porque não sabíamos fugir de nós mesmos." (pág.42)

"...as guerras nunca começam. Quando damos por elas, já havia muito que vinham acontecendo." (pág.142)

"... não são os mortos que pesam. São os que não param nunca de morrer." (pág.283)

Como sempre, vale a pena ler Mia Couto.
Boa leitura!

site: http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com.br/2018/02/mulheres-de-cinzas-as-areias-do.html
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Andressa.Oliveira 29/11/2017

Lindo e tocante como uma poesia
Ainda estou encantada com a forma que Couto constrói sua narrativa. Tanta poesia em cenários áridos, com pontos de vista diversos fazendo o leitor permear aqui e lá. Quero devorar a bibliografia inteira.
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Dani Ramos 11/05/2017

Todos deveriam ler!
Achei a leitura complexa, mas ao mesmo tempo, intrigante! Você se depara como era a vida dos negros, como eles são usados e manipulados facilmente pelo opressor mais forte. Imani, é uma jovem de 15 anos, mas que para mim, ela transmite uma sabedoria e conhecimento além da sua idade. Sua inteligência e capacidade de falar português fluente e até escrever, mostra como é perspicaz e madura.
Imani explica que seu nome, "não é um nome". E que em sua língua materna "imani" quer dizer "quem é?". Bate-se na porta, e do outro lado, alguém indaga: - Imani?
A cada capítulo, você aprende mais e mais! É incrível como achamos que sabemos das coisas, culturas e povos. Que somos os melhores e inteligentes. O que mais me afetou nesta leitura, foi a simplicidade e pureza de Imani. Seus olhos bondosos e profundos. E que não importa aonde você nasça, você pode ser sim, alguém diferente e buscar o seu futuro. Eu super aconselho a leitura para quem gosta de aprofundar seus conhecimentos! O livro é muito bom.

site: https://www.instagram.com/leituraazul/
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SILVIA 12/03/2017

Uma leitura linda
Meus comentários estão no site.

site: http://reflexoesdesilviasouza.com/livro-mulheres-de-cinzas-de-mia-couto/
12/03/2017minha estante
O Sonho de um Homem Ridículo é uma pequena (no tamanho se compararmos com Irmãos karamazov) obra prima.


12/03/2017minha estante
Comentei no lugar errado.


12/03/2017minha estante
Qual é o site dos seus comentários?




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Raquel 01/02/2017

Mia Couto é poesia pura.
Livro delicioso, escrita poética, dá vontade de ler tudo que ele escreve.
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Guta 22/11/2016

Resiliência das mulheres de cinza
Já li alguns livros do Mia Couto, porém este foi o mais difícil, por alguma razão demorei muito para me apegar aos personagens, tive que me obrigar a ler, quase abandonei o livro durante a leitura. Mas agora que terminei não vejo a hora de ler o Sombras da água, a continuação da trilogia.
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Rosângela Luz 07/11/2016

Sempre forte a presença feminina negra nas obras de Mia Couto
Antes de começar gostaria de avisar que sou apenas uma leitora de impressões simples e sem técnica de resenha. Vamos lá!
Inicia-se o livro com os dizeres "A estrada é uma espada. A sua lâmina rasga o corpo da terra. Não tarda que a nossa nação seja um emaranhado de cicatrizes, um mapa feito de tantos golpes que nos orgulharemos mais das feridas que do intacto corpo que ainda conseguirmos salvar." E é exatamente assim a história da humanidade, desfiguramos a terra para depois tentar retomá-la ao antes. Mulheres de Cinza é o primeiro livro da trilogia As areias do Imperador, a personagem protagonista apresenta-se e apresenta a família, da importância ao nome dado a cada ser e de esse nome ser um "ato de poder" e dos vários nomes que já teve em sua curta existência até ali, O livro tem como norte a colonização portuguesa na África, especificamente, em Moçambique. Temos vislumbres das superstições, tradições, sinais de povos tão opostos e tão iguais. A história é narrada por dois personagens: a Imani e o sargento português Germano de Melo, os dois pontos de vista significativos diante da guerra, o que sempre me surpreende é a forma magnífica que o autor caracteriza suas personagens femininas, a mãe de Imani tem uma grande sacada para se sair de uma situação muito difícil e consegue com tal maestria e sabedoria que eu jamais seria capaz de imaginar.
Destaca-se a ferocidade humana diante do conflito armado, como os comportamentos se tornam bizarros diante de grandes transformações, da imposição da língua, da religião, dos costumes do colonizador e colonizados. Uma parte que se destacou e que me fisgou de vez para ler LOGO os três volumes foi este trecho: "Alguns de nós, humanos, temos esse mesmo destino: falecidos por dentro, e apenas mantidos pela parecença com os vivos que já fomos."
A verdade contida nesta frase conquistou meu coração, sofremos tantas perdas ao longo da vida, tristezas e decepções que terminamos por morrer um bocadinho. Mas não pense que é um livro deprimente, ao contrário, a alegria e a união andam juntas, obviamente a musicalidade, a dança e a alegria é por conta do negro, já o nosso sargento Germano é altamente melancólico, gera um verdadeiro choque de duas culturas. Eu poderia retirar trechos significativos e poéticos e lindos e emocionantes e faria um outro livro. Mia Couto é para saborear e ser saboreado e como diz a mãe de Imani - "para a minha loucura basta-me uma pequena porção da Lua". A prosa de Mia Couto são repletas de imagens lindas que nos evocam a algo antigo e , por mais estranho que pareça no momento, eu e o livro somos um só, a mesma história, as mesmas personagens, a mesma vivência.
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