Aline 21/09/2016Uma pequena ilha de luz na escuridãoDevo admitir dois fatos sobre esse livro:
1. Adquiri por causa da música (da Plebe Rude. Sou meio velha, meio saudosista). Foi dela que saiu o título da resenha.
2. Após adquirido, o livro ficou uns bons dois anos parado na minha estante, porque meu marido disse que se tratava de uma leitura difícil. E é daqui que eu começo a minha resenha:
Esse é, de fato, um livro difícil. Mas a dificuldade não vem do estilo da escrita. Aliás, a leitura em si é muito fluida. A dificuldade vem do conteúdo. Vem do fato de encararmos de frente um cenário de vasto sofrimento.
A condição de Joe é tão maculada, que seu sofrimento ultrapassa a barreira da dor física e se transforma numa atroz tortura psicológica. Trata-se de uma mistura de tenras memórias infantis com a dura aceitação de que nada disso será possível novamente e de que a vida restringiu-se à perturbação mental no limite entre a razão e o pesadelo. Joe tenta se agarrar aos mínimos estímulos externos que é capaz de sentir, para certificar-se de sua existência. O leitor, nesse ponto, questiona-se quanto ao sentido da vida. Até que ponto deve-se exigir de um ser-humano que continue vivendo; de um coração, que continue batendo?
Enfim, a razão de tudo isso: a Guerra. “Johnny vai à Guerra” é uma bela obra pacifista. Senhores líderes, qual é o propósito de disseminar ódio e destruição, ás custas de jovens privados de suas vidas e felicidade para sempre?
“Agora a noite terminou
outra batalha foi ganha
Mas ainda restam outras guerras
outros fins de semana”
(Plebe Rude)