LT 14/01/2018
Oi pessoal! Hoje minha resenha é sobre preconceito. Heloísa é uma personagem com uma aparência fora dos padrões da sociedade, ela é rejeitada e humilhada. Vamos lá?!
[QUOTE] "O ser humano cria padrões de beleza, mas se esquece de que padrão não é tudo na vida, mas quando existem preconceitos criados a partir dele." - Deby Incour. [...]
Heloísa tem um diário onde conta como foi seu dia, suas frustrações, os pontos positivos e negativos. A história dela é triste, com várias fatalidades que ocorreram nos seus poucos vinte e sete anos. Ela passou por depressão e comer foi seu escape por assim dizer. No começo da história vejo sua baixa estima pela sua aparência e com isso a sua incapacidade de enxergar suas qualidades.
Independente do que você sente e por aquilo que passa, a vida te cobra e te faz seguir, bem ou mal, mas você tem de seguir, e é dessa forma que Heloísa consegue um emprego de babá – o qual, na verdade, ela nem sabe como conseguiu – em uma casa de uma família muito rica. O patrão chama-se Eduardo, é viúvo e sério, trabalha muito e não gosta de coisas erradas, mas a primeira impressão que teve de Heloísa não o agradou.
[QUOTE] Quase tenho um infarto com o susto que tomo. É uma bela moça de rosto, mas somente de rosto... Não tenho preconceito com pessoas gordas, mas ela está muito acima do peso. Como poderá cuidar de uma criança assim? Ela irá se cansar em menos de 5 minutos. [...]
Comecei a ler o livro e pensei que era sobre autopiedade, ledo engano. Heloísa é muito cativante, sua vitalidade, inteligência e carisma encantam a todos da casa – quase todos. Sim, tem aqueles, como: a faxineira e o próprio patrão que ficaram com receios em relação à Heloísa – bem como acontece com muitas pessoas na vida real devido à obesidade, para as quais as pessoas olham com outros olhos.
Ana Clara é uma menininha muito doce, tem seis anos e vive em regime fechado risos – não é bem assim, é que tudo o que ela vai fazer tem que ser programado –. Eduardo fez uma lista sobre o que a menina pode comer e o que não pode, também em relação a sair de casa para brincar em lugares públicos, algo que a menina não pode.
Como disse acima, a primeira impressão do patrão para com a babá não foi boa, no entanto, com o passar dos dias, a nossa mocinha também conseguiu cativá-lo ao ponto de Eduardo sentir-se atraído por ela, subindo assim sua autoestima.
Apesar do começo dela como babá ter sido um pouco tumultuado, aos poucos Helo conquista o seu espaço e a criança afeiçoou muito a ela. Todavia, as coisas, nem mesmo na vida real, imaginem na ficção, podem ser mil maravilhas sempre, não é? Por isso, por conta de um mal entendido, Heloísa sai da casa e é convidada para tentar a vida como modelo plus size. A partir desse ponto temos muitas confusões pela frente, maus entendidos, muitas mágoas, e é claro que por trás de tudo isso temos pessoas tramando contra a nossa mocinha, pessoas de péssima índole, muito malvadas e que não lidam muito bem com as alegrias e conquistas da Helo.
Não posso deixar de mencionar o Theodoro, um personagem carismático e brincalhão que vive aprontando, ele foi uma peça fundamental para o crescimento de Heloísa, é amigo do Eduardo, mas quando deparou-se com a Heloísa ficou maravilhado com ela.
[QUOTE] “Você é linda, ser gorda não muda nada, padrão não é tudo nesse mundo. Que adianta usar calça 38 e ter a mente de uma criança de 10 anos? Não adianta merda alguma. Você é linda, inteligente e põe muitas magrinhas por aí no chinelo!” [...]
A trama aborda a inversão de valores, o que é isso? Vejamos, as pessoas preconceituosas veem só “a capa” e não olham o conteúdo, por conta disso muitos acabam se iludindo. Foi o que aconteceu nessa história. Convenhamos, o nosso mundo é feito de visual, o bonito nos atrai, mas não podemos deixar de lado o que os seres humanos têm de sentimentos, mas as pessoas, em sua maioria ignoram esse fato e com isso machucam as demais e a si mesmas.
Confesso que adorei o enredo. A autora trouxe um assunto importante e soube trabalhar bem a proposta que nos apresentou. A escrita de Deby também colabora bastante para com a escrita, é bem e conquista o leitor. Apesar de a história contar com a presença de um romance, acredito que o que mais de se destaca é a realização de Heloísa como pessoa, em como ela cresceu no decorrer da trama, as amizades conquistadas e principalmente o amor próprio que ela conquista, uma história que tem romance, autoajuda e comédia. Encantadora!
Quanto ao desfecho, em relação ao romance e todos os outros detalhes, só vocês lendo para saber, mas posso garantir que vale a pena conferir de perto. A personagem tem muito a evoluir e a autora capricha nisso. Vamos em busca de um final feliz? Bem, o que importa, de verdade, é se sentir bem!
Para ajudar e deixar-nos ainda mais próximos da personagem e o sentimento de empatia ser despertar com mais intensidade a história é narrada na primeira – fato que adoro. Sobre a edição, as páginas são amareladas e o tamanho da fonte é super confortável para leitura, a capa é simples e bonita apresentando uma pessoa olhando para o futuro e se realizando e condiz bastante com o enredo.
Super recomendo a leitura para todos aqueles que duvidam de si mesmos e também para os que gostam de se emocionar com uma leitura. Estou extasiada e esperando ansiosa pelo próximo livro da Deby!
Resenhista: Cris Santana.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/