Resenhas - Perdido

Márcia 10/10/2015

perdido
Sabe quando você lê um livro e parece que não aproveitou nada dele? é como me senti quando terminei de ler Perdido. Desde o segundo livro da série "Os lobos de Mercy Fall", eu adorei os dois personagens coadjuvantes, Cole e Isabel e sempre quis ver mais deles do que a série propriamente dita e, imagine minha alegria quando descobri que os dois teriam o próprio livro, fiquei animadíssima. Mas acontece que o que achei em Perdido me decepcionou mais uma vez com a série de "Os lobos de Mercy Fall".

"Perdido" segue o mesmo enredo parado e repetitivo de "Sempre", e o que temos no decorrer da trama é uma sucessão de cenas onde Cole rasteja pela atenção e amor de Isabel, enquanto a moça finge não se importar com nada e com ninguém e prefere ficar sofrendo sozinha. Tudo isso somado a uma sucessão de cenas em que Cole luta contra a vontade de se transformar em lobo.

"Perdido" não é um livro ruim, longe disso, só que mesmo em suas parte legais, o livro perde o brilho pela repetição e lentidão que Maggie usa e abusa aqui. Repito: não é um livro ruim, mas é um livro muito lento.

Apesar do que já foi falado, a escrita de Maggie continua ótima e agradável mesmo em seu ritmo lento mas, mesmo assim, sinto o pesar de dizer que para mim, Perdido é um livro desnecessário. Maggie poderia muito bem ter resumido toda a história de Cole e Isabel em uns três capítulos extras em "Sempre" e teria tido o mesmo resultado que em "Perdido".
3 estrelas


site: http://vivacafeina.blogspot.com.br/

Livros e Citações 09/10/2015

Não é sobre a aterrissagem. É sobre o voo.
Quando li a série d’Os Lobos de Mercy Falls, senti muita simpatia pelo casal principal, Sam e Grace. Mas confesso que o amor de casados-há-cinquenta-anos deles às vezes me deixava entediada hehe… Com o segundo livro, porém, Cole St. Clair e Isabel Culpeper, dois personagens “secundários” ganharam destaque e também meu coração. Então quando, algum tempo depois de ter lido a série, Maggie Stiefvater anunciou que estava voltando ao universo para escrever sobre Cole e Isabel, eu não queria saber de mais nada! TINHA de ler mais sobre os dois, especialmente porque ficou tão em aberto o final do casal ao fim da série…

"Não posso mudar a forma como fui feito. Sou um artista, um cantor, um lobisomem, um perdido."

Primeiro de tudo, acredito de verdade que quem não leu a trilogia não vai gostar/entender o livro. E quem não é shipper de Cole e Isabel (existe alguém assim?) também não vai se entreter muito. Eu estou no extremo oposto desses exemplos, tanto que li o original, Sinner, logo que saiu, e Perdido também, assim que pude pôr as mãos nele!

Esse livro começa algum tempo depois do fim da trilogia, com Isabel morando em Los Angeles, atualmente fazendo um curso preparatório de enfermagem antes de encarar a faculdade de medicina, e Cole cansando da vida de dono-de-terra-de-lobos e voltando para lá. Voltando pela Isabel.

Infelizmente, Isabel não acredita nisso com tanta facilidade, sendo a cética desconfiada que é. É mais difícil ainda depois de descobrir que ele também vai lançar um CD novo e assinou contrato com a produtora Baby North para fazer um reality do processo de gravação e montagem de uma nova banda. O fato de todas as pessoas com quem Baby North assinou terem tido crises e quedas catastróficas também não é algo animador, mesmo com Cole afirmando que sabe lidar com isso. Será mesmo?

“Por que você ainda volta aqui, Cole?” Toquei seu queixo. Esse lugar, esse lindo lugar, essa garota, essa linda garota, essa música, essa vida. “Eu volto aqui por você.”

O livro é uma montanha-russa emocional, não só pelo casal, mas por todas as circunstâncias cercando os dois. Somos apresentados a alguns personagens novos e outros que já conhecemos brevemente aparecem com mais destaque, e eles também têm o seu destaque, brilhando à sua maneira (leria algo mais sobre o Leon ou a Sophia sem pensar duas vezes).

Perdido foge da linha da trilogia (e do estilo da Maggie num todo) por ser algo mais contemporâneo, explorando mais o romance, a dificuldade de tentar ser alguém melhor de quem você foi antes quando o mundo não quer nem saber de seus problemas, é sobre superação e confiança. O lado sobrenatural e o fato de Cole ser um lobisomem ficam um pouco de lado; de fato, o lobo acaba sendo mais algo como um problema para ele carregar – e às vezes uma “válvula de escape” também.

O humor ácido da Isabel e a arrogância charmosa de Cole permanecem intocados, porém, e ambos são explorados em primeira pessoa com capítulos alternados, nos dando mais profundidade para compreender os motivos e desejos de cada um, o que aviva ainda mais a torcida para que tudo se resolva e eles aceitem de vez que, independente de quão mal podem fazer um ao outro, nada é mais certo do que ficarem juntos e a cura que precisam se encontra no outro.

"Não é sobre a aterrissagem. É sobre o voo."

site: http://www.livrosecitacoes.com/resenha-agirnow-perdido-maggie-stiefvater/