O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso

O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso Carlos Drummond de Andrade




Resenhas - O poder ultrajovem


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jonathanrausch 01/09/2022

Uma ótima coletânea de textos do autor
Aqui conhecemos um pouco da escrita e oratória de Drummond olhando sob a época da ditadura militar, mas não tendo como tema central a mesma. Para quem quer ver Drummond mais amplamente esta obra pode ser bem méh; mas se lhe interessa o autor que conseguiu captar o Brasil e colocá-lo em tinta e papel na época em que viveu e com que tipo de pessoas viveu no decorrer de sua vida, ou suposta vida, quanto criador de prosa, é um prato cheio. Obs: não leia tudo de uma vez, são muitos textos, aproveite em pequenas dosagens.
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Henrique Fendrich 01/09/2015

Drummond e o vasto mundo jovem
“No verso e na prosa, eis que galopo”, escreve Drummond. E, de fato, “O poder ultrajovem” (Companhia das Letras, 2015) é uma reunião de 79 textos do autor escritos tanto em prosa como em verso em jornais da década de 1960. Publicado originalmente quando o escritor, já consagrado, havia alcançado os 70 anos de idade, o livro revela um cronista que continuava atento às novidades do mundo em que vivia. É assim que percebe, por exemplo, a ascensão do “poder ultrajovem”, em referência ao domínio que crianças exercem sobre o comportamento de seus pais. Em pequenas criações ficcionais, com estilo ágil e divertido, Drummond expõe cenas do cotidiano de um país que, apesar da ditadura, começava a mudar, irresistivelmente.

É claro que nem sempre se muda para melhor, e o cronista é o primeiro a admitir que, às vezes, o progresso é “uma espécie de sífilis, que corrói e mata”. A juventude que pensa estar inaugurando o mundo pode estar apenas o repetindo, “numa edição nem sempre isenta de erros tipográficos e mentais”. Na sua idade, reconhece o escritor, as pessoas tornam o passado um palco imenso e rutilante, amesquinhando o presente que, para os jovens, é território sem limite. É também para evocar as formas caducas, para impedir que se dissolvam de todo, como se jamais houvessem existido, que o cronista alonga os olhos, em meio à mocidade geral.

Coisa que não é fácil, sobretudo em um Rio de Janeiro convulso de especulação imobiliária, que esmaga o viver antigo. A cidade se transformava em um misto de pressa, de fumaça, de estrondo, de ira e de angústia. Já naquela época, há quase 50 anos, Drummond observava que o homem estava se tornando o seu próprio computador, com uma programação implacável que só omitia um dado: a vida. Em fina ironia, o escritor é uma voz dissonante que aponta para os rumos de um mundo que começava a ser visto essencialmente através da arte de vender.

Drummond acompanha o noticiário e, partir dele, desenvolve em crônica os mal-entendidos, as incompreensões e as insensibilidades da vida urbana – mesmo a parte em verso do livro está bastante ligada à contemporaneidade do autor. É digno de nota o quanto Drummond consegue extrair de uma frase, de uma notícia ou de uma simples observação. Um assunto recorrente em suas crônicas é a posição do homem diante da burocracia, do Estado, ou, como queiram, do “sistema” – com aparente vitória do indivíduo, em sua humanidade.

O cronista acompanha eventos do final dos anos 60, como a conquista do espaço e a da Copa de 70, entre outros eventos deste Brasil “tão grande, tão carente, tão desarrumado”. São frequentes os diálogos, assim como os monólogos e divagações, que, no fundo, são um diálogo do cronista com o leitor. Há espaço para comoventes lembranças de Cecília, Manuel e Mário, e Drummond faz neste livro a inevitável crônica que os cronistas fazem sobre a falta de assunto.

Feitas por um senhor, estas crônicas tem um frescor que rejuvenesce – até porque, como ele mesmo diz, “o poder é sempre jovem quando é alguma coisa mais do que o poder”.

site: http://rubem.wordpress.com
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André Hausmann 13/04/2023

Lembranças cotidianas poéticas
Coletânea em prosa e verso de seus textos que foram publicados em jornais durante as décadas de 1960 e 1970, onde Drummond nos apresenta suas memórias, lembranças e momentos dos cotidianos da época.

Numa escrita ágil e divertida, ele expõe as virtudes e defeitos da capital carioca; fala de momentos marcantes de alegria como o milésimo gol de Pelé ou de tristeza como a morte de Mário de Andrade. Entre tantos outros acontecimentos, sejam triviais ou não, podemos acompanhar o seu jeito único de contar aquele caso.

Atrelada aos noticiários diários, suas crônicas e poemas expõe as questões, incompreensões e eventos que foram destaques durante aquelas décadas, como a disputa da Copa de 70. Muitas vezes seus escritos pareciam monólogos, desabafos, diálogos diretamente com o leitor, como se ele, o autor, estivesse bem ali ao nosso lado falando de forma descompromissada.

Esse é um bom livro inicial para quem deseja conhecer o lado cronista de Drummond.
Por serem textos fechados, se pode ler até fora da ordem proposta do livro.
Meu conselho é que não se leia tudo de uma vez, aproveite os textos aos poucos; em pequenas doses.
Ou até mesmo intercalando com outro livro.
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L. Frana | @projeto_en.fim 02/02/2022

O poder ultrajovem, paciente e revolucionário
O livro reúne crônicas e poesias do autor, as quais tratam de contextos da sua memória, lembranças, cotidiano, etc. Apresentando sátiras, referências e fendas temporais, contando as notícias em detalhes que as reportagens não apresentam, o livro apresenta a crônica drummondiana em todo seu esplendor.
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