Resenhas - Os Relógios

Fabio Shiva 19/02/2021

Cuco!
Esse foi um dos primeiros livros de Agatha Christie que li, ainda aos 11 anos de idade. Sei disso porque, coisa curiosa, tenho a lembrança da casa onde eu morava ao ler o livro, e da qual me mudei antes de completar 12 anos. Contudo a respeito da história em si eu não guardava a menor recordação, além de um inexplicável papagaio que ficava berrando na cena do crime. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir agora, ao finalmente reler “Os Relógios”, que o tal papagaio era na verdade o cuco... de um relógio! Coisa estranha é a memória da gente...

Nessa segunda leitura, achei a trama razoavelmente divertida, embora esteja bem distante dos maiores êxitos da autora. Talvez para acrescentar algum tempero ao enredo um pouco insosso, Agatha inseriu alguns elementos de espionagem em sua história de assassinato. Eu, que amo tanto os romances policiais de Agatha Christie ao ponto de ter lido a maioria duas ou três vezes, confesso que não gosto nem um pouco de suas histórias de espionagem, que considero por demais ingênuas e inverossímeis. Sempre me intrigou muito o fato de uma mente tão ardilosa e maquiavélica para conceber mistérios de assassinato chegar a ser simplória ao elaborar suas tramas de espionagem. Por sorte, em “Os Relógios” a espionagem é apenas coadjuvante.

Achei especialmente interessante encontrarmos aqui um Poirot já bem velhinho e quase inválido, empenhado na leitura dos principais autores de histórias policiais. Isso rendeu um inesperado comentário de Poirot a respeito de Sherlock Holmes e de seu criador, Arthur Conan Doyle:

“– As aventuras de Sherlock Holmes – murmurou, com afeto. E então pronunciou só uma palavra, com reverência: – Maître!
– Sherlock Holmes? – perguntei.
– Ah, non, non, nada de Sherlock Holmes! É o autor, Sir Arthur Conan Doyle, a quem eu reverencio. As histórias de Sherlock Holmes são, na verdade, espichadas, cheias de tolices e muito artificiais. Mas a arte de escrever, ah, isso é outra coisa. O prazer da língua e, acima de tudo, a criação desse tipo formidável, que é o Dr. Watson. Ah, isso sim é que é triunfo.”

Pincei ainda essas duas tiradas, que achei bem legais:

“Não há nada mais insípido do que a pornografia explícita.”

“As pessoas rígidas sempre cedem ante a lisonja.”

E viva Agatha Christie!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2021/02/os-relogios-agatha-christie.html


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Guilherme 25/05/2021

Muito bom
Assim como Hercule Poirot quase nunca se engana, Agatha Christie quase nunca me decepciona, neste livro no foi diferente, uma ótima história, bem amarrada, e melhor ainda, muito bem contada.

Michela Wakami 17/06/2023

Decepcionante
Que história foi essa? Com vários furos, um final forçado e sem sentido nenhum.

?Tem uns livros da Agatha, que eu fico pensando se foi ela mesma que escreveu.

belligna 28/08/2023

Tinha tudo pra ser um dos melhores e acabou decepcionando. Esse final foi muito frustrante e apressado.
O Poirot fazendo participação especial só pra resolver o caso me incomodou bastante. Saudades do meu bigodudo.

Não é o pior livro da Agatha mas definitivamente não entra pra lista de favoritos. Recomendo apenas pra quem quer ler todos os livros da autora.

Norberto 30/04/2021

Fiquei pensando com qual nota avaliar e vi que o skoob classifica 2,5 como razoável, então é isto. Não vi nada demais nessa história especificamente, mas já estou sabendo que fica mesmo aquém dos melhores livros da autora, tudo certo. Próximas leituras já estão por aqui, vou ver como serão as outras experiências.

Josiane 22/02/2024

Sempre ótima.
Com uma trama intrincada e personagens de todos os tipos, o livro nos apresenta ao detetive Hercule Poirot em uma de suas mais desafiadoras investigações. A narrativa é habilmente tecida com detalhes meticulosos e reviravoltas surpreendentes, mantendo o leitor adivinhando até a última página. O uso inteligente de relógios como elementos centrais da trama adiciona uma camada extra de intriga. Embora Poirot opere mais nos bastidores do que em outros romances, sua presença é sentida em cada dedução lógica e conclusão astuta.

Mad Jr 06/01/2010

Os Relógios, de Agatha Christie
Bem, eu poderia começar essa resenha contando a partir de como Sheila Webb foi parar na casa de nº 19 da Wilbraham Crescent; ou como foi que Colin Lamb, andando despreocupadamente pela mesma rua, encontra com Sheila Webb, esbaforida, saida de dentro de uma das casas, mas preferi me concentrar no morto. Geralmente inícios múltiplos me confundem... rsrs

Eh bien (como diria nosso belga Hercule Poirot), um homem aparece, como que fosse "do nada", morto na sala de Miss Millicent Pebmarsh, deficiente visual que desfruta de uma 'independência irreal, apesar das limitações.

Sheila Webb, secretária da Agência Cavendish de Datilógrafas e Secretárias, recebeu a ordem de comparecer a casa da Wilbraham Crescent de nº 19 a fim de prestar serviços a Miss Pebmarsh, mas Miss Pebmarsh nega ter pedido qualquer serviço desse tipo.

Pra acabar de completar, o morto não traz consigo nenhuma identificação: ninguém o reconhece, ninguém o viu entrar na casa de nº 19, ninguém nunca o viu na vida!
Para completar, uma amiga de trabalho de Sheila Webb, Edna Brent andava atormentada com alguma coisa, e quando resolve contar o que é para as autoridades, aparece morta na cabine telefônica da Wilbraham Crescent

Uma dura tarefa para Hercule Poirot, mas que, claro, ele sempre descobre! Além de toda a adrenalina e do fim magistral que Poirot apresenta, Poirot ainda ajuda Colin Lamb no que ele andava procurando em Wilbraham Crescent...

Com certeza, um livro, que, se não é tão bom quanto muitos de Agatha, não deixa a desejar jamais!!! Aliás, Agatha nunca deixa a desejar, né? rsrsrs

Sara 22/02/2022

Os relógios
Não é de longe o melhor livro que li dela, mas gostei, apesar de os livros serem bastante parecidos em toda a sua constituição, e no enredo. A descoberta do assassino nunca deixa de surpreender

ingridosantos 26/01/2022

Quando vi que estava terminando o livro e não tinha nenhuma resposta ainda comecei a ficar angustiada. Achei que foi bem atropelado o final, mas pareceu algo crível. Não foi sensacional, mas deu pra passar o tempo.

Karol 15/05/2021

Eu esperava mais...
Por se tratar de Ágatha Christie eu confesso que esperava mais, mas ainda assim o livro é um bom mistério capaz de fazer a mente trabalhar para desvendá-lo. É um bom entretenimento.

Sassá_ 26/06/2022

AMEI! Poirot como "figurante", porém fofoca de vizinho on.
SINOPSE: Sheila é uma estenógrafa e em um determinado dia é designada para fazer um trabalho na casa de uma senhora cega na rua Wilbraham Crescent, a qual teria requisitado seus serviços. Ao chegar lá, a casa está vazia, porém há um homem morto caído em um dos cômodos, além de diversos relógios alheios com horário errado. Assustada, sai da casa e corre pela rua, trombando com Colin (agente do serviço secreto inglês) que está passando pela rua a serviço e com o objetivo de encontrar uma determinada casa. A investigação de assassinato começa e se baseia em entrevistar os vizinhos. Afinal, quem era o morto? Quem matou? Por que estava na casa de uma senhora cega?

Amei o livro! Não é o melhor ou um dos melhores da autora (pra mim), mas mesmo assim muito bom.

Apesar de ser colocado como um caso de Hercule Poirot, ele é praticamente figurante nesse livro, fazendo algumas pontes a partir da segunda metade do livro. Então não leia com o intuito de ver mais um caso empolgante do detetive belga, pois poderá se decepcionar. Entretanto, ele foi fundamental para a resolução do mistério.

Muitos atribuem o adjetivo "mirabolante" para o livro, assim como o traduzem com "coincidências demais". Realmente, é um pouco mirabolante e possui diversas coincidências, mas eu AMEI isso.

Os vários elementos, a maneira que eles se entrelaçam, a investigação paralela de Colin e as coincidências em geral são um triunfo, adicionando uma curiosidade a mais para a finalização da história.

OBS.: Se o crime tivesse ocorrido aqui na rua de casa provavelmente nem haveria investigação, pois teria pelo menos um(a) fofoqueira de plantão na janela. (Me incluo nessa).

Nayara Moraes 09/06/2022

A rainha dos crimes...
A dona Agatha sabe conduzir uma história como ninguém, provavelmente, este não é um dos melhores livros dela, contudo, é impecável na escrita e todo e qualquer detalhe que você acha bobo ao longo da história, torna-se necessário no desfecho.
É muito bem construído, e apesar de ter uns personagens chatos, é uma ótima história, com um ótimo ritmo e um desfecho muito bom.
Poirot sempre valerá a pena.

Pedro 15/07/2020

Um livro divertido
Este é o primeiro livro que leio de Agatha Christie, e admito que me surpreendi.
Faz anos que não leio um livro desse gênero, e estou bem satisfeito. Um livro para todas as idades, embora que se o leitor não tiver muitas referências no gênero, pode acabar se perdendo um pouco em algumas citações, mas nada que impeça a leitura.
Gosto muito de livros que me desafiam a imaginar quem é o responsável por determinado crime, e Os Relógios faz isso com certa maestria. Um ponto que, talvez seja mais de minha parte, é que a autora "forçou" a ideia de suspeitar de um personagem, que ficou logo obvio que ele não era o responsável pelo crime. Outro detalhe, faltou alguns diálogos que senti necessários para o decorrer da trama, o que acabou criando alguns saltos temporais meio confusos.
O final é bem surpreendente, inesperado, fechou o livro com chave de ouro. Posso dizer que vou buscar mais obras da autora.

Janine 13/07/2021

É incrível como Agatha Christie consegue escrever uma história que envolve tanto. Com a presença de tantos personagens, muitos fatos acabam passando despercebidos e no final, vem a grande surpresa. Achei que o detetive Hercule Poirot apareceu muito tarde, senti falta dele durante a maior parte da narrativa, mas como sempre, ele foi o responsável por compilar todas as pistas e identificar os mínimos detalhes que levaram ao verdadeiro culpado pelo crime. Adorei e indico muito!