Aione 12/08/2015
Sendo fã de chick-lits, não demorei a me interessar por Eu odeio te amar, romance nacional assinado por Liliane Prata, ex-colunista da revista Capricho e atual editora da revista Claudia. Não apenas a premissa da obra é cativante, como também sua capa é completamente atrativa – o primeiro indício do ótimo trabalho realizado pela editora Gutenberg.
Em primeira pessoa, quem narra a história é Débora, jovem de 24 anos que flagra uma traição de seu noivo em plena véspera de casamento e decide se vingar, incapaz de conter todos o sofrimento e humilhação gerados pela cena presenciada.
Desde as primeiras páginas, é notória a habilidade da autora em envolver o leitor. Através de uma escrita fluida, rápida e divertida, o avançar da leitura é natural, bem como a proximidade com a protagonista. Além disso, os vários diálogos entre os personagens, especialmente através de SMS e redes sociais, contribuíram ainda mais com a fluidez da leitura.
Embora o livro seja bastante leve e divertido, foi impossível não me envolver com os sentimentos de Débora, o que culminou em uma leitura angustiante em muitos momentos: ao mesmo tempo em que me compadeci de seu sofrimento, fiquei inquieta com suas atitudes e escolhas, desejando que ela passasse a enxergar os fatos com mais maturidade e clareza, e tomasse melhores decisões. Ainda assim, tudo isso apenas tornou a história mais envolvente e, também, mais divertida, considerando-se o absurdo do plano criado pela protagonista. Vale dizer, também, que a presença de sua melhor amiga, Sofia, contribuiu muito com a trama, devido à sensatez característica dessa e aos conselhos por ela dados à Débora. Sofia é quem exerce o papel da razão e da maturidade no enredo.
Eu odeio te amar apenas me decepcionou, em partes, ao chegar nos últimos capítulos. Senti que tanto a velocidade dos acontecimentos aumentou próximo do fim como também as emoções de Débora, trabalhadas de forma tão intensa ao longo da obra, pareceram um tanto quanto superficiais nesses capítulos. Embora a ideia do livro seja sobretudo a de ser leve e divertido, acredito que a maneira, de certa forma, informal com que seus sentimentos foram expostos não me permitiu realmente acreditar neles. Ainda, a explicação dada aos fatos que originaram a história em nada me convenceram, fazendo com que eu tenha me sentido insatisfeita com a resolução da trama.
De qualquer maneira, mesmo que o final tenha deixado um pouco a desejar para mim, Eu odeio te amar me proporcionou uma gostosa e divertida leitura, algo que não teria sido possível não fosse a habilidade e criatividade de Liliane Prata ao desenvolver sua obra.
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