Um Adivinho Me Disse

Um Adivinho Me Disse Tiziano Terzani




Resenhas - Um adivinho me disse


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Fabio Martins 07/08/2015

Um adivinho me disse
Às vezes, com as obrigações do dia a dia e uma rotina estafante, deixamos passar as belezas e particularidades que passam na nossa frente. Como jornalista e amante de viagens, posso considerar que o meu colega de profissão italiano Tiziano Terzani tinha um trabalho dos sonhos. Era correspondente internacional na Ásia de uma das revistas mais conceituadas do mundo, a Der Spiegel.

Apesar disso, seus afazeres no trabalho o impediam de aproveitar o mundo exuberante que tinha por perto, deixando passar os pequenos detalhes tão importantes e que fazem toda a diferença ao viajar a um lugar desconhecido ou com características únicas. Recentemente assisti a parte de um documentário do ex-jogador inglês David Beckham que participou de uma aventura de moto com amigos no meio da Floresta Amazônica. Em dado momento, Beckham diz que viajou o mundo inteiro, mas conhecia apenas hotéis e estádios de futebol e nunca pôde desfrutar dos locais em que passava.

Terzani vivia situação semelhante. Para cumprir suas obrigações profissionais, às vezes bem cruéis, como cobrir guerras e outras tragédias, pegava voos diretos, falava com as pessoas que devia falar, fazia o seu trabalho e voltava para casa. O panorama começou a mudar em 1976, quando visitou – meio cético – um adivinho chinês que poderia prever o seu futuro. A entrevista foi surpreendente pelos detalhes e observações corretas feitas pelo adivinho, mas o que mais chamou a atenção foi o aviso: “Em 1993, não voe. Você corre um grande risco de morrer”.

Nada mudou nos anos seguintes, mas com a aproximação da data citada pelo adivinho, o jornalista começou a se incomodar com a possibilidade descrita. Em 1992, decidiu, por fim, não utilizar nenhum veículo aéreo no ano seguinte. Iniciou-se, então, a saga por terra e água de Terzani para seguir seu trabalho.

Essa mudança, apesar de deixar o deslocamento mais lento, mostrou-se bem proveitosa. O escritor pôde conhecer um lado totalmente diferente daquela região da Ásia. Viu de perto os costumes milenares, as crenças e pensamentos daquelas pessoas. Em contrapartida, via uma rápida tendência de “ocidentalização” do Oriente, fato que o preocupava e as mudanças daquele novo mercado aberto ao mundo são temas de reflexões angustiadas no livro.

Ao mesmo tempo, Terzani visitava diversos adivinhos por onde passava. Ouviu muitas mentiras, controvérsias, verdades e sugestões. Em relação à previsão feita em 1976 que mudou a sua vida, o jornalista escapou de um acidente de helicóptero no ano em que decidiu não voar. Havia um substituto para ele dentro do veículo.

Em Um adivinho me disse, podemos viajar por sociedades ocultas, conhecer países recém-saídos de guerra civil e abertos recentemente ao mundo, e participar de reuniões com traficantes internacionais. É uma agradável aventura e um ótimo companheiro de viagens aos leitores interessados pelo desconhecido.

site: lisobreisso.wordpress.com
Marlo R. R. López 17/12/2016minha estante
Excelente resenha. Esse livro me marcou muito. É ótimo de ler, tem um tom muito agradável e é muito rico.




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