Laísa 23/07/2018
Um livro problemático
Eu achei esse livro problemático a partir de uma série de pontos de vista:
Como romance ele pode agradar, mas é muito clichê: um homem alto, loiro, rico e inteligente que ama devocionalmente uma mulher, mas enfim pode agradar aqueles que são afeitos a esse tipo de romance.
Como ficção científica ele não apresenta um universo 100% coeso. A credibilidade de uma ficção, quando lemos as Crônicas de Fogo e Gelo, As Brumas de Avalon, as Crônicas de Nárnia, o Senhor do Anéis é que o universo seja bem estruturado para que como um mundo de fantasia seja crível ou verossímil. Bom, o livro apresenta uma determinada regra - sem dar spoiler, e depois quebra essa regra, e ao quebrar a regra o autor assevera eu não entendo como isso aconteceu até hoje - doze mil anos depois. Sob o ponto de vista de um romance espiritualista como o livro se intitula, tal fato se torna mais grave, porque os autores que psicografam ou veem o passado possuem onisciência, dessa forma, não é compreensível a explicação.
Mas, o que mais me incomodou foi como eu encarei o livro: um livro espírita e espiritualista- como o próprio autor assevera e, que foi determinante para qualificá-lo apenas como uma estrela. Sob o ponto de vista de um romance espiritualista ele traí uma regra basilar, primordial e fundante de todos os romances espiritualista, seu conteúdo ético. E aqui eu vou ter que dar um spoiler para explicar o por quê me incomodou profundamente o livro.
Ele sensualiza e erotiza crianças, de uma forma sutil, talvez passe desatenciosamente, mas para mim que estudo o conteúdo de romances e livros psicografados, não consegui passar incólume.
Para descrever uma criança de 4 anos o autor assevera que ela possuía lindos lábios carnudos. É uma predicação desnecessária para descrever uma criança, principalmente uma criança de quatro anos. A criança ainda fala diversas vezes: não chore nós seremos amantes, e o autor ainda justifica, eu a repreendi, mas depois me acostumei com seu comportamento. Pode aparentar uma questão banal, mas livros espiritualista não costumam erotizar e sensualizar crianças, pelo menos aqueles que guardam um conteúdo ético evolucional.
Por essas questões e sob o meu ponto de vista o livro é muito problemático.