Os meninos da rua Paulo

Os meninos da rua Paulo Ferenc Molnár




Resenhas - Os Meninos da Rua Paulo


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Rafael.Augusto 26/02/2020

Que livrinho bonito!
Sinto muito não ter lido em minha infância ou juventude pois é um livro repleto de ensinamentos éticos e de caráter elevado. Fico pensando que talvez eu seja um robô, como vi uma booktuber falando, pois não fui capaz de chorar, mas sem dúvida é um livro que vai ficar para sempre em minha memória justamente por tratar de assuntos tão sérios se transferidos a vida adulta, mas de uma maneira lúdica como era a vida daqueles meninos húngaros. Na real ele me pareceu uma bela descrição do que realmente importa em nossas vidas.
Mariany.Mendes 26/02/2020minha estante
Fiquei até com vontade ler... rs


Rafael.Augusto 26/02/2020minha estante
Olha Mariany, eu também tinha muita vontade de ler pois ouvi alguns comentários a respeito que muito me agradaram, e sem não me arrependi nem um pouco. Leia sim e me conte o que achou depois rsrs


Mariany.Mendes 26/02/2020minha estante
Pode deixar. Irei colocar na lista! rs


Rafael.Augusto 26/02/2020minha estante
Ihhh, essa lista deve ser imensa rsrs


Mariany.Mendes 26/02/2020minha estante
Não é pequena não viu! rsrs
Este ano a meta é ler todos os livros que já tenho e não foram lidos e só então farei novas aquisições, joguei ele na minha estante de desejados, vai que surge pra troca. rsrs


Rafael.Augusto 26/02/2020minha estante
Ahaha aquela velha promessa!
Eu tinha me prometido que só compraria um livro a cada três lidos. Isso porque essa de não comprar nenhum enquanto não hovesse lido os que já tinha já havia se mostrado impossível kkkk, mas a segunda proposta também não deu certo. Acho que preciso de um tratamento.


Mariany.Mendes 26/02/2020minha estante
Precisamos, rs. Mas, nos dois primeiros meses do ano até que tem funcionado, não quero me tornar uma acumuladora, rsrs. Mas, a lista de futuras aquisições só cresce e isso me deixa angustiada.


Juliana 26/02/2020minha estante
Até eu quero ler agora kkk


Rafael.Augusto 26/02/2020minha estante
Juliana, eu achei uma leitura super proveitosa. Super indico


Daniel 26/02/2020minha estante
Entrando na lista de próxima leitura...


Natália 26/02/2020minha estante
Fiquei com mais vontade de ler esse
agora, li ?O poste de vapor? desse autor e achei uma graça, leve e divertido.


Rafael.Augusto 26/02/2020minha estante
Show de bola Daniel! Acho que você vai gostar cara...


Rafael.Augusto 26/02/2020minha estante
Olha só Natalia! Não sabia da existência desse título. Tem tradução para o português?


Natália 26/02/2020minha estante
Tem a tradução pela Cosac, Rafael. Foi a que li. Comprei há pouco tempo, não é um título tão procurado. Acho que ainda deve ser fácil de encontrar pela Amazon, num precinho bom :)


Rafael.Augusto 27/02/2020minha estante
Obrigado Natalia!!! Vou comprar ; )


Francielly38 19/05/2023minha estante
Agora neste momento estou lendo esse livro e até o exato momento não chorei, mais ri bastante.
Eu ainda tô na página 87 começando o Cap 4, tem muitas coisas para frente


Rafael.Augusto 21/05/2023minha estante
O livro é muito bom, Francirlly. Você vai gostar : )




Flávia Menezes 14/08/2023

OH DARLING, DARLING STAND BY ME!
?Os Meninos da Rua Paulo? é um romance juvenil do jornalista e escritor húngaro Ferenc Molnár, publicado pela primeira vez em 1907, sendo considerado o livro húngaro mais conhecido ao redor do mundo, adaptado para o cinema (incluindo uma adaptação para o cinema mudo) em diversas línguas.

No Brasil, sua primeira publicação aconteceu em 1952, traduzida por Paulo Rónai, e com revisão de Aurélio Buarque de Holanda, tendo o romance sido reeditado ao longo dos anos por diferentes editoras, com a última feita pela Companhia das Letras em 2017.

De filmes como ?Os Goonies? (1985) e ?Conta Comigo? (1986) até os seriados ?Anos Incríveis? (1993) e ?Stranger Things? (2016), a verdade é que histórias sobre os laços de amizades entre crianças que se fortalecem na infância e seguem firme rumo ao amadurecimento, sempre foi um tema que encantou tanto ao público infanto-juvenil quanto aos adultos. E nesta história não é diferente!

Para quem vem de uma outra geração, onde os dias não eram consumidos pela internet ou pelo celular, mas sim pela expectativa da vinda das férias de fim do ano, onde ficávamos livres das tarefas e podíamos brincar até tarde com os amigos na rua, essa história tem mesmo sabor de infância.

Do tempo em que as ligações telefônicas tinham um custo tão alto que precisávamos ir a casa uns dos outros para poder contar alguma novidade, o que acabava proporcionando horas de diversão, onde todo mundo sempre estava na casa de todo mundo.

Tempo em que a primavera chegava com o canto das cigarras, mas que também nos fazia morrer de medo de tocar nesses bichinhos porque se depois passássemos (sem querer) as mãos nos olhos, isso nos deixaria cegos.

Tempo em que em todo início de ano corríamos para a porta da escola para ver as listas que publicavam, onde descobríamos quem eram os amigos que estariam com a gente na nossa sala.

Tempo em que ficar doente e ter que faltar à aula, significava passar a manhã toda na frente da tevê acompanhando a programação que haviam para crianças de desenhos e programas da Rede Globo (Caverna do Dragão, ThunderCats, He-Man, She-ra, Smurfs, Os Ursinhos Gummi, Turma da Pesada, Os Super Amigos...).

Tempo dos discos de vinil, das bibliotecas de onde pegávamos livros emprestados.

Tempo das brincadeiras de esconde-esconde e pega-pega, de pular corda, pular elástico, de esperar que algum menino esquecesse uma bolinha de gude para que você a pudesse levar para a casa, porque como eram fascinantes essas esferas de vidro (e que continuam sendo)!

Tempo em que empinar pipa era mais pela liberdade, e menos pelo cerol que compete para roubar a pipa uns dos outros. Tempo de andar de bicicleta e ir ver o sol se pôr deixando a paisagem da lagoa mais bonita (realidade que vivi tendo crescido em uma base militar).

Tempo de sonhar e acreditar que crescer seria uma época feliz, porque seríamos sábios o suficiente para tomar as melhores decisões.

Não estou dizendo que ser criança nas gerações passadas tenha sido melhor do que agora. O que eu quero dizer com isso é que era uma época em que a criatividade era aguçada, porque estávamos sempre inventando novas maneiras de nos entreter e aproveitar esse tempo bom onde a esperança se faz morada, e os sonhos são alimentados para nos proteger contra as responsabilidades e frustrações que chegam com a vida adulta.

Mas não é só de criatividade e dessa energia boa da infância que esses ?Os Meninos da Rua Paulo? vivem. Eles são meninos inteligentes, bons planejadores, estrategistas, e suas brincadeiras são organizadas dentro de uma verdadeira hierarquia tão bem estruturada, com suas regras, estatutos e assembleias, que compõem a sua ?Sociedade do Betume?. E mesmo tão novos, já conhecem muito bem o valor por trás de palavras adultas como dever, honra e lealdade.

Essa é uma história da amizade entre meninos, mas que toca a nós adultos com profundidade, porque nos recorda de uma época em que se acreditava que bastava um bom dia de sol para tornar tudo melhor no mundo.

E mesmo nos momentos em que a tristeza e a dor apareciam, ainda havia esperança de que algum significado deveria haver por trás disso tudo, e que é exatamente por esse motivo que deveríamos sempre viver uma vida intensa, de coragem para ousar e se arriscar, e sem medo algum de ser feliz.

Obrigada aos meninos da Sociedade de Betume da Rua Paulo por uma história tão bonita, que deixou muito mais leve esse meu dia tão cinzento, e de nuvens tão carregadas. Meninos: stand by me!
Fabio 14/08/2023minha estante
Lindíssima resenha, Flávia!
Entendo perfeitamente o que sentiu durante a leitura. A sensação de nostalgia de uma época boa, sem preocupações, em que a única responsabilidade era saber qual seria a diversão do outro dia! Kkkkkk
Você não disse, mas eu posso... Nossa geração era mais feliz! Kkkk
Obrigado pelo colírio do dia, com está resenha maravilhosa!
Seu fã sempre!????


Flávia Menezes 14/08/2023minha estante
Obrigada, Fábio!
Esse livro é aquele que todo mundo deveria ler em um dia de chuva, porque ele aquece o coração e ainda nos leva para essa época mágica da infância. E sem dúvida? da nossa geração era mais mágica ainda! ?
Obrigada mesmo pelas palavras, pois sou apenas uma criança pequena aprendendo os primeiros dessa prática da qual você é professor!
Obs.: palavras sinceras da sua fã.?


Fabio 14/08/2023minha estante
Gostoso ler isso sobre aquecer o coração. É exatamente assim que me senti enquanto lia. ?
Se eu sou o professor, você é a doutora!
?


nathaliart 14/08/2023minha estante
Que lindeza, agora me deu vontade de ler! Saudades da minha infância e aguardar ansiosamente pelas férias para poder brincar de boneca e escrever meus livrinhos ??????


Flávia Menezes 14/08/2023minha estante
Fábio, não sou não e você sabe disso! ?
Obs.: isso de aquecer o coração? uma dica: Tom Sawyer e Huckleberry Finn ???


Flávia Menezes 14/08/2023minha estante
Nat, que bom que te deu vontade de ler, porque vale a pena!! E nem me fale nisso: de brincar de boneca! Que fase boa!!!
Obs.: você escrevia livros? ?


Fabio 14/08/2023minha estante
Os dois já estão na minha lista, Flávia!
Obrigado!?


Karen.V 14/08/2023minha estante
Flávia, obrigada por nos presentear com mais uma resenha maravilhosa ? Vou colocar esse livro no topo da minha lista ?


Ana Sá 14/08/2023minha estante
Estou com "Conta comigo" na minha lista de clássicos pendentes, sua resenha vai me fazer assistir um filme! rs


Flávia Menezes 15/08/2023minha estante
Karen, muito obrigada! Ler isso me deixou muito feliz! ? E preciso te dizer, mas ler esse livro é um encanto! Esses meninos vão fazer valer estar no topo da sua lista! ???


Flávia Menezes 15/08/2023minha estante
Ana, você sabe que ?Conta Comigo? é uma adaptação da novela ?O corpo? do livro ?Quatro Estações? do King, não é? Esse eu já vi o filme e li o livro. E na trilha sonora tem exatamente essa música que eu coloquei como legenda: ?Stand by me?, do Ben E. King. Esse filme você pode assistir sem medo, porque não tem como não amar! ?
Obs.: sem contar que ter o River Phoenix novinho? Nossa como ele era talentoso! ?


nathaliart 15/08/2023minha estante
Sim, eu adorava ficar inventando historinhas e fazia uns livrinhos dobrando papel sulfite ao meio haha bons tempos!


Flávia Menezes 15/08/2023minha estante
Que bonitinho, Nat!!! E que lindas deviam ser as suas historinhas ?


Luciane83 15/08/2023minha estante
Estou com esse livro há tempos na minha listinha de leitura e compras por sempre ouvir elogios, mas depois dessa resenha, vai para as prioridades. Muito obrigada por compartilhar conosco sua experiência. Você arrasou! ?


Diogo Crema 15/08/2023minha estante
Resenha Maravilhosa !!!
Vou pegar ele aqui em breve....rs está na estante esperando...rs
Parabéns!!!


Flávia Menezes 15/08/2023minha estante
Lug, que bom que te convenci a ler! Essa foi uma leitura tão gostosa! De se sentir de volta em uma fase tão boa! Espero que também tenha uma experiência mágica com ele! Vou ficar de olho mas suas impressões! Obrigada pelas palavras! ?


Flávia Menezes 15/08/2023minha estante
Diogo, muito obrigada! Esse livro não tem como não gostar. A única coisa ruim dele é que ele acaba logo!
Boa leitura pra você!


Fabio 15/08/2023minha estante
Se prepare, para uma das cenas mais angustiantes vai ler na sua vida!!!?


Núbia Cortinhas 15/08/2023minha estante
Que resenha belíssima!! ?? ?? ?? ??


Leo Moura 13/01/2024minha estante
Próxima leitura definida com sucesso! Estava mesmo procurando um livrinho pra acalentar a mente.. sua resenha me despertou tanta nostalgia boa, Flávia.. época diferente, em que o ócio não era temido, mas vivido com naturalidade.. Anos Incríveis, Caverna do Dragão e outros realmente lembra muito a infância.. mal posso esperar para iniciar essa viagem. Obrigado pela linda resenha!


Flávia Menezes 17/01/2024minha estante
Leo, para quem é de uma geração anterior e conhece essa época boa, tenho certeza de que essa é aquela leitura pra voltar no passado, e tenho certeza de que você vai se divertir com eles à moda antiga.
Boa leitura e muito obrigada pelas palavras!!




Rosangela Max 07/03/2023

Um clássico húngaro para todas idades.
Uma bela história sobre um grupo de crianças que dão um show sobre honra, lealdade, responsabilidade e perdão.
Boka e Nemecsek foram meus personagens favoritos.
Gostaria que o final fosse diferente, mas o final que teve deu maior profundidade a história.
Recomendo a leitura.
Edneia.Albuquerque 07/03/2023minha estante
????




Reccanello 14/11/2021

A infância sonhada.
A melhor releitura do ano, fácil! Além de sua importância intrínseca (se não me engano, é uma das grandes obras da literatura húngara, traduzida por um dos grandes escritores adotados pelo Brasil e revisada pelo grande Aurélio Buarque de Holanda - sim, "O" Aurélio "DO" dicionário Aurélio), o livro me fez reviver sensações da primeira leitura, quase 30 anos atrás, em especial a tristeza de não ter vivido uma infância assim tão divertida. Não que minha infância não tenha sido boa, muito pelo contrário, mas o que os meninos da Rua Paulo vivenciaram é muito superior, não apenas ao que eu não vivi como, principalmente, ao que as novas gerações nunca mais viverão: aquele senso de honra, de gravidade, de responsabilidade, a amizade desinteressada, a comunhão, a alegria, a diversão com coisas simples, a guerra, a dor e a tristeza da perda... Sim, essas coisas ainda se veem atualmente, mas não nesse grau, não nessa profundidade que Molnár nos mostra tão detalhadamente, de forma tão carinhosa, tão pungente, tão singela. Eu queria uma Rua Paulo para mim, mas, na verdade, eu queria que meus filhos tivessem a sua "Rua Paulo", o seu "grund", o seu betume... Mas o tempo passa, a infância passa, e fica apenas a lembrança e a saudade de coisas que sempre quisemos viver. Leia! Só leia! E prepare o choro!

site: https://www.instagram.com/p/CZK3i4fpJjd/
Edneia.Albuquerque 20/02/2023minha estante
Eu já queria ler porque lembrei dos meus irmãos, eles tiveram uma infância de dar inveja! Agora depois de ler sua resenha, terei que ler o quanto antes. Obrigada




Raul 12/10/2009

Os Meninos da Rua Paulo
Poucos livros têm (e terão) tanta beleza em sua simplicidade quanto “Os Meninos da Rua Paulo”, do húngaro Ferenc Molnár.
A obra fala, superficialmente, de um grupo de garotos que formam um clube e o protegem de um clube rival.Contudo a história vai muito além de uma disputa coletiva por territórios e vantagens.Ela retrata valores individuais de cada um, faz analogias brilhantes com o mundo em geral e nos toca de uma forma quase inexprimível.A cada linha, a cada expressão, a cada desfecho de capítulo, é notável a minuciosa, bela e profunda sutileza com que o autor construiu toda a história.
A paixão de como os meninos lutavam pelo que acreditavam, o valor que davam a seu mundo, mais o companheirismo que tinham uns pelos outros é emocionante. A perspectiva infantil que condensa toda esta magnificência de emoções adultas e conflituosas, causa um impacto no leitor surpreendendo-o e tocando-o. Que mais bela ótica existe, senão a ótica ingênua, sonhadora, atrevida e cativante de uma criança?
Acredito que cada um já teve, ao menos metaforicamente, algo dos meninos da Rua Paulo. Talvez um pouco do valente Boka, ou do pequeno, porém gigante, Nemecsek, ou do temido Chico Áts, ou de algum dentre tantos outros meninos que participaram da trama.
Foram pequenos homens que construíram e defenderam um mundo paralelo, arquitetado sob as necessidades dos mesmos. A história, aparentemente infantil, é na verdade um poço infinito de emoções, ações e dramas; as emoções de um grito, as ações de uma empreitada e o drama quando se vê seu Universo destruído pelo mundo real que não os convida, mas sim impõe a eles sua existência.
O livro pode ser visto como uma metáfora da passagem da vida infantil para adulta. Ele fala da vontade, do sonho, da luta e da desilusão quando o verdadeiro mundo emerge dos nossos pesadelos.
Uma história sobre meninos que precisavam ser meninos, mesmo brincando de serem homens.
Bru 08/05/2010minha estante
Depois dessa esenha, eu PRECISO ler esse livro.

Parabéns,ameeei sua resenha, se verdade!


Camis 17/02/2017minha estante
UAL! que resenha... quero ler pela sua experiência de leitura!




Luiz Souza 03/12/2023

Turma do Barulho
O livro conta a história de um grupo de meninos que tem um grund que é um local onde fazem reuniões e brincadeiras e entram em rivalidade com outro grupo de meninos da rua paralela os camisa vermelha.

A premissa é básica mas a bravura dos meninos é bem empolgante.
Gereb fica como agente duplo depois é descoberto kkkk.

Ótimo livro para relembrar as brincadeiras de criança que tinha com mais regularidade nas ruas da cidade , hoje em dia devido ao perigo da rua e a explosão da tecnologia vivem em tablets , smartphone e computadores com jogos e desenhos.

Ótima leitura.
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Craotchky 17/10/2023

Olá-ó! Olá-ó!
Quando criança, quem nunca quis crescer duma vez, deixar para trás o mundo infantil e ingressar no excitante (só que não) mundo adulto? Pois Os meninos da rua Paulo é uma obra capaz de provocar o desejo contrário. Ainda que aparentemente não seja proposital e nem uma presença real, o fato é que o teor da história pode criar uma atmosfera nostálgica em relação à infância. Na verdade, essa possível dimensão saudosista é produzida por quem lê, ao se inserir naquele contexto e, ao mesmo tempo, traduzi-lo e adaptá-lo ao seu próprio tempo de meninice. Para mim, esses movimentos só podem ser benéficos enquanto possibilidades de leitura.

No princípio e até mais ou menos a metade, achava a história despretensiosa, apenas aventureira e divertida. No entanto, ao poucos percebi que, como todo bom livro infantil, ela possui camadas. Podemos ver na relação entre os meninos a transmissão de certos valores e princípios universais não explícitos; na "guerra" deles em defesa do grund podemos entender um empenho no sentido da proteção da possibilidade da infância, da brincadeira, da imaginação, num mundo em tal transformação que já começava a ameaçar essas possibilidades, como o próprio desfecho claramente sinaliza.

Aproveitando a deixa: enquanto boa parte do livro pode soar divertido, no finzinho o tom muda drasticamente e assume contornos dramáticos, inesperados para mim. Essa parte final é desenvolvida com muita sensibilidade. Confesso que me emocionei com determinada cena muito comovente do desfecho. As últimas páginas parecem tentar passar uma mensagem interessante que sugere uma fase de transição na vida daqueles meninos. Enfim, um livrinho muito bonito em vários aspectos...

Essa edição da Cosac Naify é muito simpática em seu pequeno formato atípico: 13x20. A diagramação é generosa e por entremeio traz ilustrações. É também cuidadosa ao inserir notas de rodapé que além de explicar (como um dicionário mesmo) palavras que podem representar dificuldade principalmente para o público infanto-juvenil, ainda traz a forma correta de pronunciar os nomes húngaros dos personagens.

CURIOSIDADES:
• O livro foi adaptado quatro vezes para o cinema.
• Responsável pela tradução, prefácio e notas, Paulo Rónai nasceu e cresceu em Budapest e lá 'aprendeu o português sozinho com o auxílio de gramáticas e dicionários[...]'"
• Budapest: Buda se refere ao lado montanhoso da capital, na margem direita do Danúbio; Pest é a parte plana, na margem esquerda. Buda e Pest só foram unificadas em 1873.
• No prefácio o tradutor nos conta um episódio curioso: em dado momento, décadas após o livro ser lançado, um indivíduo se apresentou aos jornais da Hungria alegando que ele havia sido o menino que serviu de modelo para Nemecsek: simplesmente o mais relevante personagem da obra. Como talvez o impostor já supunha, logo foi convidado a fazer conferências e começou a ganhar presentes. O mais significativos desses presentes foi "um apartamento estatal". Felizmente não demorou para ser desmascarado.
• O livro é importantíssimo para a Hungria. Em homenagem a ele, há um monumento em Budapest retratando uma cena da obra. Você pode ver várias fotos deste belíssimo monumento no seguinte link (ou através de pesquisa no Google): https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g274887-d3202836-Reviews-Sculpture_of_the_Boys_of_the_Pal_Street-Budapest_Central_Hungary.html
Yasmin V. 17/10/2023minha estante
Amo esse livro!! Mas fiquei arrasada com o final :(


Craotchky 17/10/2023minha estante
Oi, Jasmin! Pois é, o desfecho é no mínimo melancólico, né. Não imaginava que um livro juvenil, em sua maior parte aventureiro, pudesse se tornar dramático com esse final bad vibe. Fui pego totalmente de surpresa. Talvez também por ser esse tanto inesperado, esse final cause tanto impacto em quem lê...


I Danielle I 17/10/2023minha estante
Adorei saber um pouco sobre o livro, antes não tinha interesse, mas agora vou colocar na lista. Obrigada Filipe!


Craotchky 17/10/2023minha estante
Obrigado, Dani, pela atenção em ler. De fato o livro parece ter algo a dizer. Além disso nos faz ler uma literatura de um país diferente, fora do eixo EUA - Inglaterra - Brasil.


Yasmin V. 17/10/2023minha estante
(Jasmin! Hahaha) Sim!! Também fui pega de surpresa!


Nath 17/10/2023minha estante
? Quem falou bem desse livro foi a Paloma Lima, do canal dela do YouTube! Não tinha curiosidade de ler, mas vc me despertou a vontade quando disse q se EMOCIONOU.. me intrigou a parte q vc diz ter se emocionar com esse livro, e não ter sentido emoção com o devastador Hiroshima. ? Mas emoção é individual de cada um né!. (minha observação ao comparar suas emoções entre esse livro e o Hiroshima, não foi uma crítica. Apenas me intrigou. Mas é o q eu disse, emoção é individual de cada pessoa.)
Quanto a ler mais livros fora do eixo EUA, Europa, Brasil! Que tal ler literatura japonesa ou sul coreana? Nunca vi vc lendo nada desses dois países! Eu já estou montando um nicho especial na minha estante só com livros desses dois .. ?
indico vc dar uma olhada nos livros do Yukio Mishima, ele é considerado o "Proust" da literatura japonesa.


Nath 17/10/2023minha estante
Ah! Vc sabia q existe uma HQ adaptada desse livro? Com o mesmo título?


Craotchky 17/10/2023minha estante
Estava faltando um comentário piniquitante dela!
Cheia de veneno, diz que nunca me viu ler literatura japonesa ou sul coreana!!
Bah! Se mês passado li Confissões, da autora japonesa Kanae Minato e até resenhei! Autora que coincidentemente nasceu em Hiroshima.
De fato não leio quase nada desses países, mas creio que você não tenha lido tanto mais Livros deles que eu.
E não, não sabia da HQ. Espero que não esteja confundindo com a edição do livro publicado pela Companhia das letras que traz na capa uma estrutura de história em quadrinhos....


Nath 17/10/2023minha estante
? JURAVA q a edição da Cia das Letras com a capa em formato de quadrinhos era uma HQ! Confundi! ? hihih


Nath 17/10/2023minha estante
Hmm. Verdade! Vc leu esse livro contemporâneo japonês.. ponto para vc! ? Mas apesar d?eu não ter lido tanto quanto vc literatura japonesa, eu estou me esforçando em corrigir esse fato e comprando vaarios clássicos e contemporâneos ocidentais para ler em breve ?


Nath 17/10/2023minha estante
*!orientais


Craotchky 17/10/2023minha estante
Eu sei. Você compra em dois meses o que não lê em um ano!
Pois é. Uma peçonha, digo, pessoa menos afoita, antes de tecer essa injusta acusação, teria conferido na minha estante de lidos recentes...
Quanto a seu erro sobre a HQ: "suspeitei desde o princípio..." hahahahhaahahaha
(Sei como você costuma não se certificar da certeza antes de afirmar coisas!, logo não foi difícil supor seu equívoco... HAHAHAHAHAH)


Nath 17/10/2023minha estante
??? PETULANTEEE! Vc está DELIBERADAMENTE me cutucando com vara CURTA! Eu já disse q minha "peçonha" tem gosto de doce de coco ??? E eu leio SIM TODOS os livros q eu compro! O importante não é a velocidade de leitura, e sim o aprendizado da jornada ?


Craotchky 17/10/2023minha estante
Hahahahahaaha, essa é boa. Sabemos que é matematicamente impossível não havendo mudança na dinâmica.
Aliás, ainda sobre seus erros e equívocos.... e eu que achava que o mantra mais importante na faculdade de jornalismo fosse: "checar as informações, checar as informações, checar as informações"!!!
(Sim, estou te provocando intencionalmente. Gosto. E você ainda dá brecha... hihihihihihihi)
Agora deixa eu assistir o jogo da seleção


Nath 18/10/2023minha estante
? Não e NÃO!! Vc está ERRADO! Eu gosto de estar rodeada por livros lidos e NAO lindos, uma ANTIbiblioteca como já bem disse o GRANDE Umberto Eco: "Ter mais livros NÃO lidos do que lidos na estante, é muito mais importante para o leitor, no sentido de maior possibilidades de aprendizados literários ?
Rá! E sobre a minha época da faculdade de jornalismo, o mantra mais importante para mim foi "Uma imagem vale mais que mil palavras!", não a toa minha monografia foi de fotografia e me tornei fotógrafa, não jornalista, AMEM! Hihihihi ???
E PARE de me ATAZANAR!
Q cooooisa!! ??


Craotchky 18/10/2023minha estante
Okay




Otávio - @vendavaldelivros 18/05/2022

“Pela primeira vez na vida se encontravam assim a sós, cara a cara, diante daquela casinha triste, um trazido pelo coração, outro pela consciência.”

Nós repetimos padrões enquanto sociedade. Quando olhamos para a história percebemos o quanto movimentos se repetem várias vezes. Isso se aplica também nas nossas relações humanas. Quantos grupos de amigos que se formam em ambientes parecidos e tem gestos e ações semelhantes? É normal nos identificarmos e foi exatamente isso que aconteceu comigo e “Os meninos da Rua Paulo”.

Escrito pelo húngaro Ferenc Molnár e publicado em 1907, “Os meninos da Rua Paulo” é um clássico da literatura infanto-juvenil que extrapolou as barreiras de estilo e se transformou em um clássico da literatura mundial. No livro acompanhamos a história de um grupo de meninos de Budapeste que são amigos e se reúnem sempre em um terreno para brincar, em geral após o colégio.

O grupo, que em geral se comporta como um pequeno exército e às vezes como uma pequena sociedade, tem seu equilíbrio quebrado quando começa a sofrer o perigo de perder o espaço para um grupo rival, que planeja se apossar do “grund” em uma “guerra” entre os meninos.

De todas as leituras que fiz nesse ano, esse foi o livro mais leve e lúdico, o que faz sentido dado o seu público original. Mas, mais do que isso, para alguém como eu que cresceu em uma periferia e tinha um “grund” perto de casa, onde diariamente nós nos reuníamos para brincar e conversar sobre os mais diversos assuntos que podem pautar uma infância, é impossível não se identificar e ter memórias felizes lembradas a todo momento.

Impossível não gostar de Boka e sua liderança madura, Nemecsek e seu coração puro e justo e até de Chico Áts e sua empatia. Personagens tão reais (e possivelmente inspirados de fato em pessoas reais da infância de Mólnar) que nos remetem a nós mesmos e aos nossos amigos de infância.

Não tive a oportunidade de conhecer essa história na minha formação de leitor, nem nos colégios que estudei, mas recomendo que, caso essa também seja a sua realidade, faça a leitura desse livro. Uma história fascinante e pura, que vai tocar fundo no seu coração. Espero que meus filhos possam ter essa experiência um dia, mais cedo que eu e que também possam ter um grund e amigos como os da Rua Paulo para chamarem de seus.
Roberta 18/05/2022minha estante
Deve ser ótimo


Otávio - @vendavaldelivros 19/05/2022minha estante
Muito! Vale a pena demais!




Aline 06/02/2022

Nunca fui muito acostumada a ler, esse foi o meu primeiro livro e a cada página que eu passava, mais eu me interessava pela história e me envolvia cada vez mais, sou apaixonada por esse livro e recomendo muito.
Luiz 06/02/2022minha estante
Continua lendo livros é muito bom!! Eu indico ler livros de gêneros diferentes (romance, terror, ficção científica, drama e etc.), para você descobrir qual o seu gênero favorito ?




Max 24/10/2023

Rua Paulo...
Ao longo de toda minha vida sempre estive próximo desse livro, era na casa de uma amiga, de um irmão, por vezes em minhas mãos. Nunca li. Por alguma razão como duas linhas retas vivemos em paralelo. E como paralelas chegando ao infinito nosso encontro se fez. Hoje ao terminá-lo me emocionei, encontrei delicadeza, honradez e muita emoção!
Gratidão!
Recomendo!
Débora 24/10/2023minha estante
Que lindo, Max!?


Max 25/10/2023minha estante
Obrigado, querida Débora! ?


Fabio.Nunes 25/10/2023minha estante
Esse livro é mto legal!




Malu 09/04/2021

Que livro! Excepcional!
Posso dizer com confiança que é uma das melhores leituras desse ano. Um livro leve, despretensioso mas ao mesmo tempo denso e profundo. O final me tirou boas lágrimas. Super recomendo!
comentários(0)comente



Leo Moura 08/02/2024

"Só poderemos combater se todos formos amigos"
A história contada nesse livro me pareceu uma linha traçada de maneira bem simples, que parte de um ponto a outro, sem complicações, quase pueril, como seus personagens. Ela se passa em um curto espaço de tempo, aparentemente alguns dias, apenas. Mas, por meio dessa pequena linha, essa obra nos coloca diante de grandes questões da vida, para as quais, muitas vezes nem mesmo os adultos estão prontos. É um livro sobre perdas, mas também sobre nobreza e coragem, enfim, sobre a inocência e a beleza das crianças.
Flávia Menezes 08/02/2024minha estante
Seu título da resenha ficou fantástico! Disse tudo! Que inocência bonita de se ver nesse livro! ??


Leo Moura 08/02/2024minha estante
Obrigado, Flávia! Essa frase, pra mim, sintetiza o espírito desse livro.




Diego 15/12/2022

Pena que só conheci agora
Que livro bom!
Cheguei a ele por indicação de Roberto Motta, em um de seus programas ?Meia Hora com Motta? no YouTube, nos quais a parte final é normalmente dedicada à indicação de livros. Neste caso, de um livro infanto-juvenil, ao qual fui apresentado tardiamente, para minha tristeza.
As aventuras e confrontos de duas turmas de pré-adolescentes em uma Budapeste do início do século XX, o respeito aos adversários e as noções de honra e retidão são conceitos muito indicados a serem apresentados às crianças.
Leiam e não deixem de indicá-lo a seus filhos pré-adolescentes. Precisamos de leitores, de cérebros, de valores!
Jamile.Almeida 15/12/2022minha estante
to doida para ler


Justi 18/12/2022minha estante
Li na adolescência. Ótimo




Marcos774 29/04/2023

Maravilhoso!
Achei a leitura sensacional. Os neninos da rua Paulo nos permite lembrar da nossa infância, das questões inerentes à amizade, ao companheirismo, à justiça. Uma das leituras que, com certeza, ficará guardada para sempre na memória.
comentários(0)comente



Pandora 02/05/2021

Sabe queles livros que estão na sua lista de desejados desde sempre, mas você deixa de lado? Este.

Os meninos da Rua Paulo tem um QG: o grund, um terreno baldio entre prédios, repleto de pilhas de lenha, já que atrás do terreno há uma serraria mecânica e em frente a ela o barracão do vigia Eslovaco e seu cão Heitor.

Já no Jardim Botânico fica o QG dos camisas-vermelhas, mas como eles não têm onde jogar pela, decidem travar uma “guerra” com os meninos da Rua Paulo para tomar o grund.

Essa premissa tão simples é uma porta para tratar de assuntos muito sérios como ética, honra, respeito, amizade, lealdade. Todos seguem uma hierarquia e leis, que desrespeitadas, geram sanções. Mesmo o grupo rival também segue essa ética. A cena em que os dois líderes se veem a sós pela primeira vez é de um entendimento sem palavras.

O livro é uma porta, também para, de certa forma, tratar a questão da rivalidade implícita entre Áustria e Hungria, cujo relacionamento não era só flores. A Áustria, mais forte e poderosa, seria representada pelos camisas-vermelhas e a Hungria, pelos meninos do grund.

“Nos museus de Viena, reina uma ideia romântica sobre o antigo Império Austro-Húngaro, onde a Hungria era vista como uma feliz e subserviente nação ligada à Áustria. Contada pelo lado magiar, essa mesma história mostra que a Hungria não estava tão contente assim. Embora constituíssem dois estados irmãos, com capitais diversas e uma certa independência politica, o poder estava praticamente todo nas mãos dos austríacos o que gerava um incômodo que nem a simpatia de Sissi, a bela e amada imperatriz, conseguia minimizar.” (Site Viajando com arte)

Confesso que quando um incidente acontece com um dos garotos, eu pensei: “isso por causa de uma brincadeira!”, mas em determinado momento este mesmo garoto diz: “O grund é um país inteiro, vocês não sabem porque nunca lutaram pela pátria.” Isso me fez entender a seriedade com que aquela sociedade de garotos era tratada, o quanto lutar por ela era importante. E o quanto isso impactaria em suas vidas para sempre.

Uma pequena joia de 1906 que nos faz refletir até hoje.

NOTAS:
1. Do que eu me lembrei lendo Os Meninos da Rua Paulo?
Filmes:
A guerra dos botões
Minha vida de cachorro
Livros:
Capitães de Areia
Meu pé de laranja lima
2. Entrevista com Renato Russo sobre Andrea Doria: “Uma coisa que a Legião sempre tem, uma menina da MTV colocou isso muito bem: parece muito um livro chamado Os Meninos da Rua Paulo. (...) Seria um personagem como ele (Nemecsek) que estaria cantando essas músicas. É um jovem que acredita na virtude, em fazer as coisas corretamente, de acordo com as regras e fica batendo contra a parede porque esse mundo não funciona.” (lombrah no site Game Desire)
3. O Ira! tem um disco de 1991 chamado Meninos da Rua Paulo.
4. Há várias versões para o cinema, a mais famosa de 1969 dirigida por Zoltán Fábri.
Dio 04/05/2021minha estante
Gente, adoro ler suas resenhas.
Já é mais um na lista


Pandora 04/05/2021minha estante
Dio, que bom saber, muito obrigada! :)


Alê | @alexandrejjr 23/02/2022minha estante
A resenha está muito bem escrita como de costume, mas o que me ganhou mesmo foram as notas! Quanta coisa relacionada ao livro que eu não sabia!


Pandora 23/02/2022minha estante
Que bacana, Alê; muito obrigada! :)




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