Os Intelectuais na Idade Média

Os Intelectuais na Idade Média Jacques Le Goff




Resenhas - Os Intelectuais na Idade Média


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Lidiany.Mendes 31/03/2022

Esclarecedor
Essa obra do medievalista Jacques Le Goff é um valioso instrumento para quem quer saber mais sobre a produção intelectual da Idade Média.
O autor mostra um cenário dinâmico e muito rico em pensamento e pensadores.
Na última parte do livro, o autor traz uma interessante análise sobre o fim dos intelectuais medievais e o surgimento dos humanistas e suas implicações para o ambiente universitário da renascença.
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Bruno Oliveira 29/09/2012

Tomei esse livro apenas para ter uma ideia acerca do contexto intelectual dos tomistas, de modo a entender melhor a filosofia que se sucedeu a eles. Digo que é interessante.

Como leitor leigo, não sou apto a problematizar a visão histórica que o autor levanta, tampouco me interessa discutir isso, contudo, o que realmente me chamou a atenção foi o conhecimento bem fundamentado que ele possui sobre a filosofia e como, através desse conhecimento, procedeu dentro do livro através de diversas análises filosóficas.

Acho que um historiador leigo em filosofia talvez não se aperceba do quão embebido no assunto o livro está; não digo isso no sentido de que Le Goff apenas tem um bom conhecimento de filosofia e consegue analisá-la bem no seu contexto, vejo algo mais, ele não só conhece bem os problemas filosóficos e as disputas em questão como também está preocupado em mostrar como eles refluem nos problemas históricos e vice e versa, de maneira que, muita vez, ele fará discussões sobre temas caros a filosofia como razão e experiência, racionalismo, ciência e outros. Achei isso de grande responsabilidade, não sei em que medida é comum que um historiador domine assim tão bem seu objeto de análise.

Claro, há muito mais que isso no livro. É muito boa a discussão sobre como é possível surgir uma classe que depende do ócio para existir, por exemplo.

É um livro que não é muito de meu interesse, mas achei muito bom no que se propôs.
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Mateus 15/01/2021

Revelador.
Através da escrita primorosa de Le Goff, somos conduzidos num passeio que desmistifica o senso comum que liga a Idade Média ao obscurantismo. Detalhes e construções de ideia transformam esse livro numa leitura obrigatória para qualquer interessado em história intelectual ou medieval.
Thiago 15/01/2021minha estante
Usei muito este livro para dar aula




Bruno 05/01/2015

Deu vontade de ler alguma não-ficção, então peguei esta obra do famoso medievalista Jacques Le Goff sobre um tema interessante sobre o qual existem muitos "mitos" aceitados correntemente por aí: sobre o intelectual na Idade Média: a produção intelectual, as carreiras, a relação entre a Igreja e a Academia em seu surgimento e, no geral, tudo relacionado a esta produção de conhecimento nos séculos XII a XIV.

Em uma época onde é senso comum de que a Idade Média e a Igreja Católica foram os algozes do desenvolvimento científico, este curto livro - pouco mais de 150 páginas de conteúdo textual - vem para estabelecer um bom panorama da área intelectual nestes três séculos, particularmente interessantes por terem visto o surgimento das universidades em âmbito europeu.

Se o conhecimento era reservado aos clérigos em seus monastérios e abadias, com o surgimento destas eles puderam construir suas novas ágoras de conhecimento em terreno próprio. "Ágora", inclusive, termo apropriado, tendo em vista que este estudo é amplamente inspirado e baseado nos intelectuais helênicos.

Em uma primeira parte temos os intelectuais do século XII, pré-universitários, focando principalmente nesta transição das primeiras grandes escolas. Isto é apenas possível com o desenvolvimento da cidade, no começo do declínio do feudalismo, quando a circulação de material científico, dos escritos árabes, do retorno por via árabe do material grego e quando o ofício da tradução permitiu que este conhecimento fosse difundido pelos clérigos. LeGoff foca na figura de Abelardo, goliardo, clérigo que representou o intelectual do século e cuja história própria já traz ares de romance.

Depois temos no século XIII o surgimento das universidades, viáveis apenas através do apoio papal. Somos apresentados a um inclusivo panorama sobre o surgimento e solidificação da instituição, com seus hábitos e rituais, contradições inerentes e linha filosófica, até o seu eventual primeiro declínio que acaba por tornar o acadêmico medieval um espécime em extinção e abre caminho para o humanista da Renascença, um gênero completamente diferente de intelectual.
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Breno 30/12/2022

mais uma obra incrível do le goff, que é um dos melhores medievalistas que já tivemos. um livro gostoso de ler e de fácil entendimento
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Tomas.Talim 28/08/2023

(Fiz pra quem se interessar, claro) LIVRASSO!!
Temas acerca da Idade Média, são naturalmente bem escassos por conta do tempo e também, às vezes, não é muito interessante por alguns leitores por justamente ser uma época ultrapassada e sem muitos avanços como o período moderno, contemporâneo, e enfim...
Porém, como estou me preparando para um exame de EsPCEx e que cobra quase toda prova, uma questão de Idade Média, me interessei a ler esse livro a fim de um aspecto mais geral; só que o foco narrativo desse livro é justamente voltado nos intelectuais (claro que algumas coisas ocorreram por causa dos eventos gerais, mas não é um ser tão atuante assim no livro)
E por isso ele é tão brilhante e o trabalho do Jacques foi tão preciso (com datas e acontecimentos efetivos) que me fez interessar ainda mais sobre o tempo medievo; ele pega o surgimento das universidades; as doutrinas de ensino da época; divisão dos franciscanos; conflito de igreja; basicamente TUDO que girou em volta do intelectual e do saber nessa época.
Mas o melhor é a parte onde tudo se divide, de um lado os escolásticos que, por causa de seu dogma extremamente religioso, irão se difundir dos precursores humanistas, e é a partir dos últimos capítulos do livro que fica claro o porquê da separação da razão e da fé e a volta de todos aqueles filósofos da Grécia Antiga (Platão, Tito Lívio, próprio Aristóteles de um modo geral também) que por causa das péssimas traduções dos literários da época e dos buracos causados pela simples ignorância de "pôr tudo na conta de deus" que irão retornar com mais autonomia ainda das ideias renascentistas; com os grandes João Duns Scot e Guilherme de Ockham.
Recomendo muito, não é pouco não ?; mas para quem procura uma visão totalmente geral e precursora da Idade Média, recomendo um ótimo livro também que é o "Passagens da Antiguidade ao Feudalismo" de outro grande historiador que é o Perry Anderson
Abraço a todos!
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