Lutando na Espanha

Lutando na Espanha George Orwell




Resenhas - Lutando na Espanha


25 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Ludmila 04/09/2022

Grande Orwell
Influenciada ainda pelo contexto histórico da Guerra Civil espanhola da leitura anterior, me delicio com a narrativa de Geoge Orwell na mesma, cuja experiência influencia o jornalista a ser escritor, e toda carga política de sua obra.

Orwell vai a Espanha como jornalista, mas é totalmente sensibilizado pela energia da resistência da classe trabalhadora e parte da população civil no combate às forças conservadoras da monarquia e Franquista e que recebia apoio direto nazista.
Divisões e disputas no 1o.grupo entre anarcosindicalistas e o Partido Comunista (e muitas criações de inverdades pelos veículos de informação) acabam enfraquecendo a resistência que associada a falta de apoio britânico e russo vira um prato cheio para o início da ditadura de Franco.
A Guerra Civil espanhola foi o treinamento militar nazifacista para a 2a. Guerra mundial.
comentários(0)comente



QUEIJO460 24/02/2024

Lutando na Espanha (George Orwell).
Nesse livro, George Orwell irá narrar com toda a sua sinceridade (ao que tudo indica, mas que não se pode ter certeza absoluta) e avolumado senso crítico, um bom tanto da sua estadia na Espanha que passava pela não tão conhecida Guerra Civil Espanhola. Guerra essa, que apesar de ser bastante desconhecida pela grande massa, prefaciava a muito conhecida Segunda Guerra Mundial. A edição lida reúne dois livros: "Homenagem à Catalunha" e "Recordando a Guerra Civil Espanhola", e vários outros pequenos escritos de Orwell relacionados à sua experiência na Espanha.

A Guerra Espanhola se inicia em 1936, com a organização de um golpe de estado pelo general Francisco Franco contra o governo da Segunda República na Espanha. Esse golpe se segue da resistência das milícias de partido, logo após, do próprio governo contra as forças de Franco, ocasionando a Guerra Espanhola. O lado de Franco teve nessa guerra civil, grande apoio por parte da Alemanha nazista e por parte da Itália fascista, sendo a República apoiada principalmente pela União Soviética.

As primeiras resistências contra o golpe de Franco foram feitas pelas milícias de partidos políticos espanhóis, tendo elas grande importância no começo da guerra. Então, aí que o nosso autor entra na história; ele viaja até à Espanha e se alista numa milícia do POUM (Partido Operário de Unificação Marxista), e entra assim, na guerra. O relato de Orwell é rico e detalhado, através dele podemos ver as notáveis, porém passageiras, mudanças feitas nas áreas conquistadas pelas milícias de partido. Nessas áreas, as milícias botaram em prática a coletivização das terras, os salários foram igualados, a propriedade privada foi abolida, e várias outras mudanças admiráveis. Porém, logo as intrigas políticas puseram um fim a essas mudanças, final já corriqueiro.

A leitura desse livro veio reforçar ainda mais a minha convicção de que uma revolução comunista nunca poderá ser posta em prática totalmente. O ser humano não tem capacidade nenhuma de por uma revolução dessas em prática. O ser humano é falho por natureza, logo, tudo que ele põe em prática vai ter falhas, basta olhar para história. Mas, cada um tem o direto de acreditar, se assim quiser, em utopias.

A leitura do livro é de grande facilidade, mesmo o leitor iniciante ou o leitor que não está acostumado com esses temas, não irá se embaraçar. Um excelente livro, sem dúvidas.
Alex 04/06/2024minha estante
Perfeito, as utopias não se sustentam, porque o ser humano, como diria Maquiavel, "é vaidoso, volúvel, ávido de lucro, etc"




JB 30/07/2009

Mais uma pérola de Orwell
Falar que a obra de um autor é resutado de suas vivências pessoais, chega a ser de uma obveidade e estupidez agressivas. No entanto, na vida de todos os que se dedicam à qualquer ramo da atividae humana, há sempre uma experiência que os marcará para o resto da vida e será um dos fios condutores de sua produção.
Esse fato, no caso do escritor e ensaísta inglês George Orwell, chamou-se "Guerra Civil Espanhola", o cruel conflito europeu que antecipou e desenhou o conflito que surgiria poucos anos depois, a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, convém notar que o livro de Orwell (na verdade a composição de vários deles) nos mostra um painel diferenciado do confito em si e das questões políticas que o condenaram ao fracasso de antemão. Essa visão arguta e incisiva decorreu de um fato que poderia se dizer "acidental": como não chegasse à Espanha com as credenciais do Partido Comunista Inglês mas sim do Partido Trabalhista independente, não foi engajado nas chamadas Brigada Internacional mas sim na brigada do Partido Obrero de Unificación Marxista (POUM) de inspiração trotskista.
Essa questão aparentemente secundária, foi determinante para que todas as contradições emergentes da conjuntura internacional dos partidos de esquerda ficassem evidentes e aflorassem de forma terrível. Basta lembrar que na então União Soviética estava sendo travada uma disputa ideológica que sangrou o movimento comunista internacional, ou seja, os espurgos e também a decretação, por parte de Stálin, da sua renuncia ao internacionalismo que teve como suas vozes Trotsky, caído em desgraça quando da disputa pela sucessão de Lênin como líder do governo comunista soviético.
A disputa que se faz no plano internacional, como não poderia deixar de ser, refletiu diretamente no conflito espanhol de forma dramática e quase inimaginável: dado que a União Soviética era a principal fonte de fornecimento de armas para a Espanha, impôs sua política de "caça às bruxas" que estava vigente nas terras dos soviets.
Cria-se, portanto, uma contradição absoluta uma vez que, além de não intervir com tropas, a União Soviética implanta um "conflito" interno que leva à divisão das forças que lutavam contra Franco. Todo esse trajeto é excepcionalmente dissecado por Orwell, merecendo uma leitura detida.
Por último, gostaria de dedicar algumas linhas à uma veemente crítica que o autor faz contra a manipulação da informação e da criação de uma "verdade" que não corresponde absolutamente ao que ele próprio viu e viveu no "front". Gostaria de transcrever um pequeno trecho que encontra-se na página 276 do livro: "... No passado, as pessoas mentiam deliberadamente ou enfeitavam inconscientemente o que escreviam ou esforçavam-se para chegar à verdade, sabendo muito bem que deveriam cometer vários erros; mas, em cada caso, acreditavam que aqueles "fatos" tinha existido e eram, em maior ou menor grau, passíveis de serem descobertos. (...) Um historiador britânico e um historiador alemão discordariam profundamente sobre muitas coisas, ate´mesmo sobre princípios fundamentais, mas ainda haveria aquele conjunto de, por assim dizer, fatos neutros sobre os quais nenhum dos dois contestariam um ao outro. É apenas essa base de concordância comum, com a implicação de que os seres humanos são todos uma única espécie animal, que o totalitarismo destrói. A teoria nazista na verdade nega, explicitamente, que algo como "a verdade" exista. (....) O objetivo implícito nessa linha de raciocínio é um mundo de pesadelo, no qual o Líder, ou alguma panelinha do poder, controla não só o futuro mas o passado. Se o Líder diz de tal ou qual evento: "Nunca aconteceu", bem, então nunca aconteceu. Se ele diz que dois e dois são cinco - bem, dois e dois são cinco. Essa perspectiva me assusta uito mais do que bombas - e, depois da nossas experiência dos últimos anos, está não é uma afirmação frívola".
Na minha visão esse parágrafo permeia todas as principais obras de Orwell mas tem uma terrível e perene atualidade. Em um mundo de um poder hegemônico absoluto que é, no fim das contas a intenção de todo regime totalitário, as opiniões não são apenas manipuladas mas transformam-se num ente de manipulação irresistível. Será que não estamos passando, em termos internacionais ou nacionais, o mesmo processo? Fica a pergunta.
Portanto, ler esse livro é percorrer um universo perene de experiências e ter mais elementos para ter uma visão não apenas de um evento perdido no tempo mas da consolidação de um aparato ideológico que venceu o tempo e chega até nossos dias. Recomendações sinceras.
clandestini 26/01/2010minha estante
Muito boa sua reseha, começo hoje a leitura deste livro. Sou estudante de história e meu TCC será sobre a guerra civil espanhola e sobre este livro que resenhaste tão bem.





Jean 28/07/2014minha estante
"Em um mundo de um poder hegemônico absoluto que é, no fim das contas a intenção de todo regime totalitário, as opiniões não são apenas manipuladas mas transformam-se num ente de manipulação irresistível. Será que não estamos passando, em termos internacionais ou nacionais, o mesmo processo" ?

Principalmente nos termos nacionais.




V_______ 13/06/2021

George Orwell não é apenas a Revolução dos Bichos e 1984
O livro reúne os livros Homenagem à Catalunha e Recordando a Guerra Civil Espanhola e outros escritos do autor sobre o tema, como artigos, resenhas, cartas, etc.
George Orwell faz seu relato durante o tempo em que permaneceu associado a milícias que lutaram contra o fascismo na Espanha. Sem romantizar a guerra com heróis, batalhas gloriosas ou líderes geniais, mostra a realidade das condições precárias e inclusive momentos de tédio, que podem parecer absurdas em um front, relata também os dias de "socialismo real" que vivenciou durante certa parte do conflito, não fosse a guerra, uma verdadeira utopia e finalmente a cassação do partido ao qual lutava.
George Orwell definitivamente não se resume apenas as seus dois grandes clássicos, sua qualidade como escritor pode ser vista em outros livros e textos, como é o caso desde. Quanto mais leio dele, mas admiro duas posições e reflexões políticas, sempre com critica ao totalitarismo e a defesa a verdade. Ótimo livro.
comentários(0)comente



Thiago662 26/08/2021

Orwell e a Espanha
Lutando na Espanha compreende duas obras: "Homenagem a Catalunha" (1938) e "Recordando a Guerra Civil Espanhola" (1943), além de cartas, resenhas e outros testemunhos escritos de Orwell sobre a temática. É, ao mesmo tempo, um relato e uma análise dos anos da guerra civil em que Orwell atuou como parte da milícia do POUM na luta contra o fascismo franquista. Em síntese, é uma obra essencial para a compreensão do pensamento de Orwell e a escrita das suas obras mais conhecidas: "A Revolução dos Bichos" (1945) e "1984" (1949).

Parte 1: Homenagem a Catalunha
Confesso que achei alguns dos capítulos desse livro um pouco repetitivos, mas são essenciais para compreensão da situação na Catalunha naquele momento. Alguns pontos interessantes são os motivos que levaram Orwell a ir à Espanha e a interpretação que ele constrói sobre os espanhóis. Lutar contra os fascistas por mais de dois anos não é para qualquer povo. A precariedade da vida no front, o despreparo da população civil que formou as milícias com o objeto de conter a rebelião franquista, a fome, as disputas políticas, as Fake News que a imprensa estrangeira divulgou... Os apêndices 1 e 2 são extremamente esclarecedores sobre as disputas políticas que corroíam a Espanha legalista.

Parte 2: Recordando a Guerra Civil Espanhola
Aqui Orwell reflete sobre uma série de questões que estarão presentes na sua escrita literária: a mentira que se torna verdade (Winston de "1984" a todo o momento refletirá sobre tal questão), a fabricação de um passado, a crítica a toda forma de totalitarismo (fosse fascista ou comunista), a ideia de socialismo como fraternidade, igualdade, camaradagem.

Mais importante é a discussão que Orwell trava sobre a ideia de uma revolução espanhola que foi contida pelo governo republicano. Quando rebentou a rebelião fascista, a classe trabalhadora não apenas os expulsou, como se apropriou de terras, fábricas, empresas, além de criar formas de organização governamentais trabalhistas e milícias cujo objetivo era defender a Espanha do fascismo. Estranho ver como a preocupação maior do governo era com uma revolução de trabalhadores e não com o fascismo franquista. Queriam vencer Franco, claro, mas jamais conceder poder aos trabalhadores. Orwell chega a nos questionar sobre a possibilidade ou não de se fazer mudanças radicais a partir de regimes democráticos. Todo um espectro reacionário se unirá contra qualquer alteração no status quo. Franco venceu. Os trabalhadores foram colocados no seu lugar subalternidade. Tudo que eles queriam era uma vida melhor, por isso resistiram o quanto puderam ao fascismo.

Outro ponto interessante: mesmo lutando contra um inimigo comum, havia uma série de rixas partidárias que atrapalhavam a luta e, de certo modo, levaram a uma derrota dos trabalhadores e do governo. Pelo momento atual do Brasil, e do mundo, é uma leitura extremamente necessária, mas duvido que alguém leia essa resenha kkkkk. Que, pelo menos, procurem esse livro.
Thales 26/08/2021minha estante
Belíssima resenha, Thiago. A lembrança de textos como esse é fundamental pra rapaziada que ainda insiste em dizer que Orwell era um militante anti-esquerda. Quem acha que ele falava mal do Stálin nem pensa em saber o que ele falava do Churchill haha


Thiago662 26/08/2021minha estante
Valeu, Thales! Fiquei pensando muito sobre isso durante a leitura. Orwell crítica toda forma de governo que haja de modo autoritário, seja de direita, esquerda. O imperialismo de Churchill é um algo constante da pena dele kk




Vincent 13/12/2021

Ilustrativo
É impressionante como um livro conta tanto de certa vertente política de forma tão indireta. Tão bom quanto suas ficções.
comentários(0)comente



Lucas 27/06/2023

Relatos da guerra civil espanhola
Fiquei muito surpreso ao conhecer esse livro, pois não sabia que Orwell havia lutado na guerra civil espanhola. Durante os capítulos pude conhecer um lado que desconhecia do autor e percebi grande inspiração para o que viria a moldar seu pensamento até culminar na obra "1984".

Orwell fala de um lado desconhecido durante a guerra, sobre como a união soviética financiou armas ao governo de esquerda e por consequência tinha influência direta sobre as decisões. Foi muito interessante saber que o governo soviético considerava improdutiva uma revolução socialista direta ao fim do conflito ou mesmo durante o mesmo, e fez de tudo para freia-lá, como jogar os opositores do partido comunista local na prisão para sufocar o desejo da revolução. Isso demonstra o desejo de stalin de possuir o controle global dos governos de esquerda em seu íntimo.

As experiências de orwell ao frequentar as trincheiras comunistas foi essencial para um relato fidedigno do que se passou no lado de lá, de forma diferente a qual foi (falsamente) comunicada ao mundo.
comentários(0)comente



Conrado 31/12/2020

Lutando na Espanha de Orwell: a coexistência do humanismo e do humor no meio de uma guerra civil
Em “Lutando na Espanha”, o escritor, jornalista e ensaísta britânico George Orwell, mais conhecido pelos best-sellers “1984 e “Revolução dos Bichos”, narra em primeira pessoa sua experiência durante a Guerra Civil Espanhola. O conflito, que foi simultâneo à revolução espanhola de viés libertário/ anarquista, aconteceu entre 1936 e 1939 e colocou partidários antifascistas contra fascistas: um prelúdio da Segunda Guerra Mundial.

Orwell inicialmente desembarcara em Barcelona para cobrir o confronto como repórter, mas quando sentiu a atmosfera revolucionária do lugar, resolveu se alistar nas milícias do POUM (Partido Operário de Unificação Marxista). O General Franco comandou uma rebelião do Exército com apoio da Igreja Católica, a Itália de Mussolini e o Terceiro Reich Alemão contra a recém-proclamada República Espanhola das forças republicanas que haviam acabado de conquistar uma vitória esmagadora nas eleições locais.

O registro de Orwell é valioso tanto como um documento histórico de alguém que viveu e testemunhou a história sendo escrita (e reescrita) na sua frente, como também por seu valor artístico — o humanismo do britânico está presente em cada uma de suas linhas e um certo senso de humor peculiar em meio ao caos de uma guerra civil.
comentários(0)comente



andrealog 05/04/2023

Quando se tornar iconoclasta
A partir do seu relato dos meses vividos na guerra civil espanhola vemos o
Autor dia a dia ser desencantar com o ideal de unha sociedade justa, de camaradas e começar ali a identificar a sombra do autoritarismo e do servilismo que depois traria para suas obras de ficção mais conhecidas. Lutando nas forças espanholas pelo povo, imaginando que estava construindo um novo mundo, o autor se depara com o que há de melhor e de pior naqueles que tracam e contam as guerras, seguros e longe do front.
comentários(0)comente



Testemunha de Kindle 30/08/2023

Visão de quem viveu
O livro conta com um relato pessoal do autor no front de guerra. Rico em detalhes sobre as motivações e batalhas, o livro também mostra como a guerra de narrativas não é algo da geração atual.
comentários(0)comente



Policaio 28/12/2023

Orwell contra o fascismo
Um ótimo livro para entender o contexto histórico sobre a Guerra Civil Espanhola, onde partidos liberais, comunistas, socialistas e anarquistas se uniram contra o fascismo.

E um ótimo livro para entender a posição política de Orwell e o porquê de sua oposição ao fascismo e também ao stalinismo.
comentários(0)comente



Marcos 16/05/2021

A essência de Orwel
A guerra civil espanhola é o que Orwel passou nela fundamenta o seu trabalho, pelo menos tenho certeza que fundamentou 1984 e A fazendo dos Animais. Orwel é claramente antifacista e deixa claro sua postura política, não é um hipócrita que muda de lado conforme a maré. Mas sua postura vai além do antifacismo, ele é um antitotalitário. Suas críticas cabem tanto ao facismo, quanto ao comunismo. E, muito provavelmente, a qualquer outro tipo de regime com viés de repressão, assassinatos políticos, distorção de fatos através de narrativas, etc. Esse livro não só conta a história em um período pré segunda guerra, como também nos diz muito sobre o atual período em que líderes populistas atacam a democracia com viés totalitário. Compreender a luta de Orwel é necessária para evitarmos uma reprise em nosso próprio país. Agradeço ao Xadrez Verbal pela recomendação de leitura e parabéns ao Filipe e ao Matias pela apresentação.
comentários(0)comente



LeLe 14/01/2023

Lutando na Espanha
Um relato do conflito que George Orwell participou e resultado no livro que ele escreveu lutando na Espanha. Publicado em 1938. Foi no conflito que ele cristalizou sua posição politica.

" Pelo que os trabalhadores estão lutando? Simplesmente por uma vida decente, que têm cada vez mais consciência de ser tecnicamente possível".

14/01/2023.
comentários(0)comente



Bolena 02/03/2016

Não tenho palavras para dizer o quanto eu gostei desse livro.
Confesso que não conhecia bem esse conflito e fiquei fascinada por ele. Uma coisa incrível foi a forma como Orwell conseguiu descrever o lugar e o sentimento de companheirismo e igualdade da época, pelo menos dos primeiros meses.

No Recordando a guerra civil ele diz que mesmo que não houvessem disputas internas e tivesse acontecido revolução anarquista, Franco ainda iria ganhar a guerra pois seu exército estava melhor armado e tinha apoio exterior. Mesmo assim, dá uma tristeza ao imaginar que as coisas poderiam ter sido diferentes...

Não sei se é uma boa crítica, mas tentei dizer meus sentimentos ao terminar o livro. O livro foi escrito em 1937 mas continua sendo super atual. Várias coisas que o autor diz acontece ainda nos dias de hoje.

Não consegui resistir e vou colocar meus dois trechos preferidos do livro:

"A verdade, ao que se percebe, torna-se inverdade quando pronunciada pelo inimigo"

" Eu tinha chegado mais ou menos por acaso na única comunidade na Europa Ocidental em que a consciência política e a descrença no capitalismo eram mais normais que seus opostos... Em teoria havia perfeita igualdade, e mesmo a prática não estava distante disso. Há uma noção de que seria verdade dizer que se estava experimentando uma prévia de socialismo, o que significa que a atmosfera mental que prevalecia era aquela do socialismo. Muitos dos aspectos normais da vida civilizada ― ostentação, apego ao dinheiro, medo do patrão, etc. ― tinham simplesmente deixado de existir. A divisão normal de classe da sociedade tinha desaparecido ao ponto em que é impensável para a atmosfera mesquinha da Inglaterra... Estávamos em uma comunidade onde a esperança era mais natural do que a apatia ou o cinismo, onde a palavra ‘camarada’ significava camaradagem e não, como em muitos países, uma forma de chamar a atenção de alguém. Respirávamos o ar da igualdade... Aquilo que atrai os homens comuns para o socialismo e os faz querer arriscar suas vidas por ele, a ‘mística’ do socialismo, é a ideia de igualdade; para a vasta maioria dos povos, ou socialismo significa uma sociedade sem classes ou ele não significa nada.”
comentários(0)comente



Talita | @gosteilogoindico 24/01/2022

Impactada com tamanha obra!
Este livro, como A revolução dos bichos e 1984, me gerou desconforto. Como pode um livro do século passado ser tão absurdamente atual?
A história é densa, pois estamos lidando com fatos reais. Um livro para ser lido beeem aos poucos. Vale muito a leitura!
comentários(0)comente



25 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR