Colapso

Colapso Jared Diamond




Resenhas - Colapso


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Luis Brudna 19/09/2010

Sensato
O Jared Diamond não é dogmático em seus argumentos, e coloca os pontos que defende em uma perspectiva de análise criteriosa e sem demasiadas paixões.
É uma aula de racionalidade equilibrada e aberta ao debate criterioso.
É um livro que marca, que preenche espaços na mente e cujas informações ecoam por diversas áreas do conhecimento humano.
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Antonio Luiz 15/03/2010

Caminhos para o fim
Esqueça "Indiana Jones" e "Tomb Raider". Para compreender a ascensão e a súbita queda de civilizações como as que ergueram os impressionantes moais da Ilha da Páscoa e as pirâmides da selva guatemalteca, as melhores pistas são humildes restos de lixo e traços de pólen pacientemente identificados e contados.

Mas as histórias que revelam são tão surpreendentes quanto as fantasias de Helena Blavatsky e Erich von Däniken e muito mais importantes para nossa sobrevivência, como mostra o biólogo estadunidense Jared Diamond (autor de "Armas, Germes e Aço") em "Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso".

Ao chegarem por volta de 900 d.C., os primeiros pascoenses viram um paraíso subtropical, ocupado há milhões de anos por palmeiras gigantescas, florestas densas e uma grande variedade de aves marinhas e terrestres. Seus descendentes de hoje só herdaram matagais ressecados, ratos e insetos.

A julgar pela densidade das construções e plantações, a população chegou a talvez vinte mil, várias vezes superior à atual. Seus clãs derrubaram árvores para ter espaço para plantar, lenha para cozinhar e aquecer-se, construir canoas, cremar os mortos e transportar e erguer os famosos moais.

Entre 1400 e 1600, a ilha ficou totalmente desmatada, como mostram o desaparecimento de polens de árvores e os restos de fogueiras feitas com ervas e bagaço de cana. Foi o fim da pesca de alto mar, da caça e dos frutos selvagens e a erosão do solo pelo vento e pela chuva reduziu drasticamente as colheitas (como mostra, de forma romanceada, o filme Rapa Nui, de Kevin Reynolds).

Por volta de 1680, chefes e sacerdotes foram depostos e sucederam-se sangrentas guerras civis. Os moais foram derrubados no que, para Diamond, foi uma expressão de fúria e desilusão análoga à derrubada das estátuas de Stálin após o colapso soviético. Tradições nativas, pontas de lança espalhadas e restos humanos em pilhas de lixo apontam para uma explosão de fome, guerra e canibalismo que reduziu a população aos dois mil habitantes encontrados pelos europeus no século XVIII.

Algo semelhante se deu com os maias. Sua população cresceu e mais ainda as necessidades ambientais, impostas não só pela sobrevivência, mas também pelos luxos da nobreza e pela construção de monumentos, enquanto seus recursos ambientais diminuíam devido à erosão dos solos desmatados. Em seu apogeu, viviam no limite do que o ambiente podia suportar. Quando mudanças climáticas naturais trouxeram secas prolongadas, os recursos restantes esgotaram-se rapidamente e revoltas das massas famintas trouxeram o colapso súbito.

O fim da colônia viking da Groenlândia, que floresceu de 980 a cerca de 1420 é análogo, mas a gota d’água não foi a seca, mas o esfriamento do clima no final da Idade Média – e talvez também o conflito com os inuits (esquimós), que chegaram à ilha por volta de 1200. O sucesso dos inuits mostra que esse desfecho não era inevitável: a sustentabilidade no Ártico não era impossível. Os vikings talvez tivessem sobrevivido se aprendessem seus métodos, em vez de insistir em conservar o estilo de vida importado da temperada Noruega.

Já os habitantes de Tikopia, ilhota perto do arquipélago Salomão, a transformaram em um grande pomar e abandonaram a criação de porcos por mais peixes e frutos do mar. Com isso, sustentam há milênios uma densidade demográfica superior à de Páscoa em seu apogeu. Muitas vezes, a fome levou ilhéus à morte por inanição ou ao suicídio, apesar do controle demográfico por abortos e infanticídios, mas nunca houve um colapso.

O xogunato Tokugawa seria outro sucesso: obcecado por auto-suficiência, impôs a silvicultura e o manejo racional de florestas, enquanto o Japão mudava hábitos de consumo e alimentação para se ajustar de maneira sustentável à disponibilidade de madeira e terras de cultivo, sem precisar de importações.

São lições interessantes. Infelizmente, Diamond, especialista em ecologia, não em história ou economia, deixa a desejar ao tentar aplicá-las ao mundo moderno, a começar pelo genocídio de Ruanda. Tem razão ao dizer que o “ódio étnico” não basta para explicá-lo: hutus chacinaram não só tutsis como também membros incômodos ou relativamente privilegiados de seu próprio povo.

Mas é simplista ao explicar a tragédia como ajuste malthusiano da população à disponibilidade de recursos – outros países, ricos e pobres, convivem com densidades maiores – e esquecer a história de exploração colonial, dívida externa e imposições do FMI a Ruanda, com as usuais conseqüências de pobreza, falta de recursos tecnológicos, fragilidade do Estado e concentração de renda.

Diamond parece sugerir que os ruandeses deviam ter “escolhido” controlar sua natalidade. Mas, do ponto de vista de hutus e tutsis, não teria sido melhor “escolherem” terem sido eles a conquistar, colonizar e explorar a Bélgica, em vez do contrário? Talvez hoje tivessem acumulado capital para construir uma indústria moderna e uma agricultura produtiva e contemplassem com horror valões e flamengos a se trucidarem com facões numa Bélgica “superpovoada”.

O autor tenta escapar ao rótulo de “determinista ambiental” explicando como sociedades em ambientes similares – Haiti e República Dominicana, por exemplo – fizeram “escolhas” diferentes, com diferentes graus de sucesso. Mas lhe faltam conhecimentos de história (parece pensar que o Haiti se isolou, ignorando sua dependência econômica dos britânicos e depois dos EUA) e sobram ingenuidade e conformismo quanto às condições nas quais são feitas tais “escolhas”.

“Em toda sociedade nas quais as pessoas encontram outros indivíduos com quem não têm vínculo familiar ou relacionamento de clã, a regulamentação do governo foi criada por ser necessária para o cumprimento dos princípios morais” – como se não fizesse diferença que vínculos (feudais, monetários ou outros) unem a sociedade e como – e por quais setores da sociedade – o governo é controlado.

Para Diamond, o risco de colapso global é real e os padrões de consumo do “primeiro mundo” são insustentáveis. Mais ainda se imitados pelos países periféricos – dos quais o maior, a China, caminha a passos largos para isso. Mas não ousa sugerir aos pobres conformar-se à pobreza, nem aos ricos reduzir o consumo: torce, como quem aposta em cavalos, para “forças construtivas” vencerem a corrida com as “destrutivas”.

Dá, é verdade, conselhos à torcida, tais como processar, boicotar e pressionar as empresas. Responsabiliza o “público” por criar condições que permitem a elas lucrar de forma a prejudicá-lo, pois “as empresas privadas têm a obrigação de maximizar os lucros de seus acionistas, desde que o façam de forma legal”. Sem refletir se isto é de fato uma lei natural igualmente aplicável nos EUA, China, Cuba, Ruanda, Haiti ou ilha de Páscoa.

Sugere também premiar empresas responsáveis e dá o exemplo com elogios rasgados à Chevron pela proteção à fauna e flora do campo de petróleo de Kutubu, Nova Guiné, que inspecionou a serviço de um convênio entre a transnacional e a WWF. Esquece danos ambientais e violências cometidos pela mesma empresa ao lado de regimes autoritários na Indonésia e Nigéria e suas doações a organizações e partidos antiambientalistas – e que, mesmo mantendo limpas as vitrinas exibidas a ambientalistas amigáveis, a indústria do petróleo agrava o efeito estufa e traz o risco de derramamentos desastrosos.

O pensamento de Diamond é crítico do ultraliberalismo e favorável à ação coletiva, mas conservador nos fundamentos. Lembra às vezes Karl Polanyi e John Gray, bem como Joseph Stiglitz, George Soros e Jeffrey Sachs, mas sua ênfase exclusiva em estabilidade e sustentabilidade dá ainda menos espaço a igualdade e liberdade, como mostram os elogios ao despotismo ambientalmente esclarecido dos xóguns e do ditador dominicano Joaquín Balaguer. Mas não se pode negar que "Colapso" vale, no mínimo, como introdução a métodos e resultados da arqueologia moderna e ilustração de sua importância prática.

Simone 29/01/2019minha estante
Você não gosta desse autor ou é impressão equivocada?




JPHoppe 14/04/2011

Oportunidade
Ao relembrar o colapso de sociedades, como os pascoenses, os maias e os vikings nórdicos, Jared Diamond faz uma justaposição entre o passado, o presente e o futuro das civilizações.

Diamond cita cinco grandes fatores que afetam o tempo de vida de uma civilização: as mudanças climáticas, o efeito do homem sobre o ambiente, as relações comerciais entre sociedades, inimigos externos e as relações políticas e religiosas. E como cada uma dessas classes influiu e influi no destino das sociedades.

Livro muito bem escrito, de linguagem simples, extremamente bem referenciado e com uma seção de leitura recomendada impressionante.

Qual a diferença de nós, atualmente, para as sociedades que sofreram colapso no passado? O conhecimento dos erros de gente distante de nós no tempo e no espaço, e com isso, a oportunidade única, que nenhuma sociedade do passado desfrutou, de poder fazer diferente.

PS: Recomendo a leitura do livro anterior, "Armas, Germes e Aço", antes da leitura de "Colapso". Se não para fechar o ciclo: como as sociedades surgem e se desenvolvem, e como elas terminam.
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Henrique_ 29/10/2022

Ecocídio
Segunda obra de Diamond da trilogia, Colapso é um convite a refletirmos as sociedades antigas para aprendermos com seus erros e evitar um eventual colapso, decorrente uma drástica redução populacional, política e econômica, numa área considerável, por longo tempo. Para Diamond, as sociedades tendem a cometer um suicídio ecológico, em que elas minam a si mesmas danificando o meio ambiente por meio de desmatamento e destruição do habitat, problemas com solo (erosão, salinização e perda de fertilidade), problemas com o controle da água, sobrecaça, efeitos da introdução de outras espécies sobre as nativas e aumento per capita do impacto do crescimento demográfico. Além dessas categorias que extinguiram sociedades do passado, as sociedade atuais ainda enfrentam as mudanças climática causadas pelo homem, acúmulo de produtos químicos no ambiente, carência de energia e utilização total da capacidade fotossintética do planeta. Resultado disso: bem provável que tenhamos de enfrentar um futuro com padrão de vida consideravelmente inferior, riscos maiores e crônicos, e o declínio daqueles que consideramos valores fundamentais. Considerando a interconexão de tudo e todos, o mundo não enfrenta apenas o risco circunscrito de uma sociedade da Ilha de Páscoa ou maia entrando em colapso de modo isolado, sem afetar o resto do mundo, o que contribui ainda mais para a existência de colapso mundial. Um livro que deveria ser ensinado nas escolas e no meio político, difundido para todos para tomarmos consciência de que outras sociedades, como os pascoenses, julgaram-se imunes até derrubarem a última árvore de sua ilha. Somos privilegiados por poder aprender com as sociedades do passado e saber o que ocorre com sociedades em toda parte do mundo atual e, por isso, ainda temos condições de mitigar os riscos de um colapso global.
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Biel 19/11/2020

Muito aprendizado!
Jared nos presenteia com uma análise profunda e confiável de diversas sociedades que entraram em colapso (ou ficaram à beira de um).
Eu gosto muito de aprender lendo um livro e por isso eu apreciei demais a leitura. Fiz de maneira lenta, propositalmente, pois não queria que acabasse. Falar sobre o meio ambiente e funcionamento de sociedades antigas (e novas) é especialidade do Jared, e por isso, todo o livro denota uma extensiva pesquisa do autor.
O engraçado é que muita gente diz pela internet que ele usa o determinismo geográfico para explicar muita coisa nesse livro, sendo que ele deixa bem claro já no começo, e você percebe durante a leitura, que não é verdade. Os elementos pós textuais é de grande valia para quem deseja aprofundar nos assuntos abordados.
Por fim, finalmente li este livro, tão desejado por mim desde 2015, e não me decepcionei!
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jg 03/06/2013

Vou fazer um relato um pouco pessoal, mas acho que pode se referir ao livro de maneira geral.

Comecei a ler ele e demorei quase um ano pra terminar, mas é verdade que li alguns livros nesse meio tempo. Em parte foi pela falta de tempo ou pela própria falta do livro, já que tava emprestando ele da biblioteca e tive que devolver.

Como nos seus outros livros, é impressionante a quantidade de dados, histórias e pesquisas que o Jared Diamond conseguiu juntar nesse trabalho, muito interessante mesmo tomando cada capítulo por si só, onde ele narra histórias de colapso ou sucesso em sociedades específicas do passado ou atuais. Uma nota de louvor para a Ilha de Páscoa, umas das histórias mais famosas, mais misteriosas e interessantes. Também para a ilha de Tikopia, que apresentou soluções aos problemas ambientais numa perspectiva de baixo para cima, ao contrário dos outros cases de sucesso onde foi necessário um grau de autoritarismo e poder concentrado.

Isso já me remete a uma análise mais genérica que eu tenho do livro e minha principal crítica, que é a crença do autor numa suposta neutralidade social, a ausência de uma leitura de classes e de como é intrínseco ao sistema econômico-político em que vivemos a destruição ambiental. Isso tá evidente o tempo todo, mas como exemplo, só se referir aos elogios que ele faz a diversas empresas e ramos da economia danosos, como determinadas empresas petrolíferas que seriam melhores que as concorrentes em termos ambientais.

Ou seja, está claro que pra ele poderemos suavizar o capitalismo e guiar as empresas para um patamar ecológico através do consumo consciente e de ONGs ambientalistas. Não vou me alongar aqui sobre por que acho isso um equívoco tremendo, apenas pontuar que o capitalismo não é uma organização da vida social, muito pelo contrário, é sim o desgoverno de toda vida econômica e social que segue apenas os interesses da multiplicação do capital. Assim, não há como pensar em gerir a sociedade de maneira sustentável enquanto se vive no sistema capitalista, pois é da sua natureza apenas fazer o necessário para lucrar mais e mais. Além disso, esse sistema social complexo se reproduz através da ideologia que promove e do interesse de classe existente em seus maiores beneficiários, os mesmos que comandam grandes empresas e Estados. Ele não mudará substancialmente de maneira ordeira, gradual e pacífica - será necessário uma ruptura, do tipo que Diamond não quer pensar a respeito.

Enfim, vale a pena ler esse livro quem tem interesse em pensar nossa relação com a natureza e chances de sobrevivência no futuro, acho que é um ótimo exercício comparativo entre sociedades e é muito bom conhecer como outras culturas lidaram com problemas ambientais similares. No entanto, não é um bom guia para uma atuação consequente na transformação dessa mesma sociedade que ele dá subsídios para atacar (ou temer), uma sociedade que usa seus recursos naturais além do limite e que, caminhe como está indo hoje, terminará por colapsar.
Geovane 23/10/2015minha estante
Eu concordei com o autor exatamente nos pontos que você discordou. O livro é bastante abrangente e cheio de exemplos, mas o que ficou pra mim é uma mensagem de confiança na capacidade humana de superar os desafios ambientais que estamos enfrentando e que ainda vamos enfrentar ligadas ao meio-ambiente, mesmo que esses sejam graves e inerentes ao desenvolvimento humano. São as mesmas pessoas, empresas e governos que nos trouxeram prosperidade os que também criaram os fatores que podem nos levar ao colapso e que agoram precisam se mobilizar pra evitar isso.




romulorocha 17/03/2021

Colapso, de Jared Diamond - Nota 9,5/10
?Jared Diamond é um prestigiado biólogo e pesquisador americano, vencedor do Prêmio Pulitzer em 1998, com o livro ?Armas, germes e aço? (outro que está na minha lista, rs). Não somente o título e a urgência deste tipo de discussão, mas as inúmeras vezes em que o vi sendo citado por escritores e personalidades defensoras do meio ambiente os quais admiro, me trouxeram a leitura deste, antemão, calhamaço de 685 pgs. de pura ciência, história e política.

Em Colapso, Diamond, a partir de suas inúmeras viagens de pesquisa ao redor do mundo, traça um plano de fundo no qual sociedades antigas e modernas colapsaram. Este plano de fundo contempla cinco fatores predominantes: dano ambiental, mudança climática, vizinhança hostil, parceiros comerciais amistosos e as respostas das sociedades aos seus problemas ambientais. Na primeira parte de seu estudo, o autor descreve um pouco da história e idiossincrasias de algumas sociedades antigas e em seguida, de outras modernas, observando como aqueles cinco fatores foram encarados em seus contextos. Numa segunda parte, há uma reflexão sobre os dias atuais e perspectivas de mudanças para o cenário futuro.

Achei uma leitura impressionante e muita rica em informações históricas. Minhas únicas ressalvas são quanto aos termos ?países de primeiro e terceiro mundo? usados com frequência pelo autor para classificar as sociedades pós-modernas e que, para mim, demonstram um olhar enviesado e ultrapassado pelas lentes europeias e norte-americanas. Outro ponto de discordância foi sobre a defesa que o autor faz às políticas organizacionais e econômicas da petroleira Chevron na Papua Nova Guiné, considerando que o livro foi publicado em 2005 e neste período já haviam diversos processos e denúncias contra os danos ambientais causados pela referida empresa em diversos países, inclusive no Equador em 1998, o qual até hoje a empresa recusa-se a indenizar o país e os povos indígenas vítimas de suas explorações.

Um ótimo livro para refletir sobre sociedade, meio ambiente e mudanças climáticas.


#resenhasdoromulo #colapso #jareddiamond
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Juliara.Hoffmann 06/04/2024

Como sair da rota do Colapso?
O que vc sente quando pega um dos livros preferidos da sua vida? ??

Li "O Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso" em 2012 e, de lá pra cá, tenho revisitado seus capítulos continuamente, principalmente diante de notícias que dão pistas da nossa rota colapsista atual. ??

Jared Diammond, vencedor do prêmio Pulitzer, investiga nesta obra como sociedades antigas e modernas, grandiosas, desapareceram completamente, deixando apenas ruínas. ??

A partir da análise de civilizações como os polinésios da ilha de Páscoa, os Anasásis da América do Norte, os Maias da Mesoamérica e os Vikings da Groelândia, Diammond constrói-se uma teoria do Colapso. Nesta teoria Diammond demonstra que existem cinco fatores que, ao atuarem em conjunto, levam as civilizações ao desastre: dano ambiental, mudanças climáticas, vizinhança hostil, problemas com parceiros comerciais e respostas culturais lentas ou insuficientes.

O livro, como não poderia deixar de ser, nos dá grandes postas de como atuarmos na nossa realidade, pois, independente da sabedoria ou grandiosidade de uma sociedade, ela vai fracassar se não soubermos avaliar os sinais do Colapso.???

Recomendo, de todo coração esta leitura. Apesar do livro ter quase 700 páginas, ele pode ser lido por capítulos aleatoriamente, escolhendo a civilização que nos interessa, pois, cada uma delas vai mostrar sua magnitude e queda. ???

Há muito o que aprendermos com estas civilizações, já que quem não conhece seu passado, pouco pode fazer por seu futuro.??
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Fellipe Caravana 13/05/2020

Tema importante, mas a abordagem...
Devo admitir que tive uma relação dúbia com o livro. Eu reconheço que o livro apresenta uma quantidade considerável de informações relevantes sobre o tema porém a forma como tais informações foram apresentadas torna o livro extremamente enfadonho.

O autor acaba se perdendo nessas informações, o que torna extremamente cansativo para o leitor associar os principais insights.

Recomendo para quem realmente se interessa pela temática e tenha tempo (e paciência) para destrinchar os insights apresentados no livro.
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Rafaele 08/04/2021

Um livro super completo que narra os desafios ambientais que toda humanidade enfrenta.

O autor analisa o desenvolvendo de várias civilizações que foram extintas no passado e também os desafios que algumas sociedades modernas enfrentam.

Achei o livro um pouco repetitivo em alguns pontos, especialmente porque acaba que as sociedades do passado sofreram as mesmas coisas Kkkk Mas é um livro válido pra gente conseguir entender que o colapso de uma sociedade não acontece de um dia pro outro, mas sim aos poucos e quando se percebe talvez já não tenha mais tempo de voltar atrás.
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karen.mrcci 26/09/2010

sobre os moai, eco-suicídio e outras tragédias
Um livro essencial para melhor entender a sociedade. Jared Diamond sabe comunicar assuntos sérios de um modo interessante, e já ganhou um prêmio putzgrila por um livro anterior.

‘Colapso’ é dividido em 3 partes: pesquisa sobre algumas civilizações que foram extintas, sobre sociedades que tiveram sucesso ao longo de milhares de anos, e exemplos atuais de países como EUA e China. Os relatos misturam arqueologia, antropologia e ecologia com experiências pessoais do autor para explicar alguns problemas enfrentados por sociedades antigas e fazer comparações com sociedades atuais.

Gostei muito da parte inicial do livro, onde a história da Ilha de Páscoa é re-construída. Os habitantes originais chegaram até a ilha num barco, desenvolveram uma população que, depois de uma sucessão de erros, foi praticamente extinta. Derrubada de florestas para levantar as estátuas de pedras, brigas entre clãs, exploração dos peixes, etc. No fim, houve até mesmo canibalismo como fonte de alimentação para os poucos que sobreviveram. Uma história trágica e bem triste.

Além dos polinésios, há os maias, vikings, esquimós, japoneses, africanos, etc. É uma obra comprida e exige atenção. Apesar disso, é um livro que fornece uma nova maneira de ver o mundo, e de como se comportar no futuro, para se ter um futuro. Ter atitudes verdes não é frescura, é uma necessidade.

Um termo legal que aprendi aqui é “tragédia dos comuns”. Tragédia dos comuns ocorre em uma situação do tipo decisão pela maioria, situações que envolvem um conflito entre interesses individuais e o bem comum no uso de recursos finitos – esse recurso irá ser superexplorado. É o que ocorre com a água, ar, florestas, etc. Enfim, o livro me fez ser mais preocupada do que já sou normalmente.
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Fábio Valeta 07/02/2017

A terceira parte da grande (tanto em tamanho quanto em qualidade) pesquisa multidisciplinar do autor sobre a história humana.

Diamond, um biólogo de formação, usa de várias disciplinas como história, sociologia, antropologia, arqueologia, biologia, ecologia (entre outras) para um detalhado estudo desde o surgimento do Homem em “O Terceiro Chimpanzé”, o surgimento de civilizações em detrimento de outras “Armas, Germes e Aço” e finalmente sobre o colapso dessas mesmas civilizações nesse terceiro livro.

Usando dos mais diferentes povos, como os habitantes da Ilha de Páscoa, os maias, os Vikings, os japoneses da era Tokugawa, os Australianos e Islandeses de ontem e hoje, o autor faz um panorama da história humana para responder uma simples pergunta: Por que algumas civilizações entram em decadência e desaparecem e outras não. Assim como em “Armas, Germes e Aço”, seria fácil tentar responder à pergunta usando de determinista e preconceito racial (O povo X sobreviveu por ser melhor), mas o autor não se deixa cair nessas explicações simplistas. Como um todo, o livro é um grande alerta sobre como diferentes povos usaram e abusaram de seu meio ambiente e sofreram as consequências por isso.

Usando a questão ambiental como foco, Diamond nos mostra que a preocupação com o nosso meio não é recente, em alguns povos pelo menos. E que ela é em grande parte determinante para a sobrevivência ou derrocada de um povo. E a cada história de como os pascoenses arrasaram sua terra até derrubar a última árvore, há histórias de povos que descobriram como administrar seus recursos antes que os mesmos desaparecessem.

Tendo este foco em mente, é possível entender várias questões que poderiam passar como simples tragédias de forma mais ampla. O melhor exemplo é o capítulo que o autor dedica a Ruanda, explicando como o massacre ocorrido na década de 1990 tem menos a ver com uma questão étnica e mais com uma luta desesperada por uma terra cada vez mais superpovoada e pobre de recursos.

No final, assim como os demais livros do autor, Colapso é um monumental trabalho de pesquisa multidisciplinar e lotado de informações variadas. Um prato cheio para amantes da História.
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Julio.Argibay 06/04/2017

Colapso
Eu gosto muito de história e este livro nos remete a uma abordagem sobre o desenvolvimento do processo de decadência de diversas civilizações antigas desde a Ilha de Páscoa, Ilhas Polinésias, Groelândia Nórdica, Maias e com outras que estão vivendo este tipo de situação, atualmente: Austrália, Islândia, America Central. O autor foca na importancia do meio ambiente como parte importante neste processo de desenvolvimento da sociedade.
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Fabio_Ferraz 13/05/2011

Para Onde Vamos?
Trata-se de um trabalho de pesquisa informal que o autor faz, conversando com pesquisadores, moradores dos locais, e informações de outros livros e referências. Com isso ele coloca cinco principais características que podem levar uma civilização ao colápso, e analisa várias delas - algumas que sumiram quase sem deixar vestígios do porquê (somente ruínas e poucas evidências arqueológicas) e outras que prosperaram. Sempre apontando onde e como se situa dentro dos cinco fatores, e fazendo paralelos com a atualidade. Passa pela ilha de Pascoa, pelas ilhas do Pacífico, civilizações da América Central, pelos Bárbaros da Noruega e Groelandia (muito interessante), até chegar na China.... onde traça um panorama assustador, que deixa qualquer um preocupado com os rumos que nossa civilização está tomando como um todo. Superindicado!
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Wagner 13/01/2019

OS COLAPSOS MAIAS...

(...) Do ponto de vista de nossa estrutura de cinco pontos para compreensão de colapsos sociais os maias ilustram quatro deles. Danificaram o seu ambiente, especialmente através do desmatamento e da erosão. Mudanças de clima (seca) contribuíram para o colapso maia, provavelmente repetidas vezes. As hostilidades entre os próprios tiveram um papel importante. (...)

in: DIAMOND, Jared. Colapso. Rio de Janeiro: Record, 2005. pg 199.
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