Pam 21/07/2015
Não escreve, não!
Gente...Li o "Não se apega, não" e até resenhei (podem procurar, tá lá), dando duas estrelas e encerrando com a esperança de que o segundo livro fosse melhor. Não é. É MUITO pior. Vergonha alheia mesmo. Me questionei porque a Intrínseca publicou isso, mas já descobri: com tanta "frase feita", as mocinhas compartilham isso nas redes sociais, contaminando outras, que vão comprar mais livros, e assim vai.
Quero deixar bem claro que eu não sou daquelas pessoas chatas que acha que literatura é só clássico, e também quero dizer que eu curto infanto-juvenil, desde que a história seja boa. Mas esse livro, não dá. Tive que anotar tudo o que eu achei absurdo (mais de uma página) pra começar essa resenha. Então, lá vai.
- Incoerência. Desde o fato dela dizer que poderia encontrar alunos no banheiro em que ela estava, mas que uma página depois, ficamos sabendo que era banheiro de funcionários, até ela dizer que se ama mas ser totalmente insegura, ou então quando ela diz que a família a acha estranha, mas no fundo ela é só muito imatura mesmo. Vamos escolher uma linha de raciocínio e seguir até o fim?
-Uma moça de 23 anos que estuda direito criar um blog pra desabafar sobre homem, sob anonimato, mas citar nomes e até ofender algumas pessoas? Processo fácil isso. E o número de acessos que o tal blog teve em pouco tempo? Todo mundo que tem ou já teve blog sabe que não é assim que funciona. O QUE SÃO aqueles comentários do blog? OI?
- Quem chama as pessoas por nome e sobrenome fora de novelas mexicanas?
- Feministas, eis aqui um livro que pode ser alvo das discussões de vocês. Eu não participo desse tipo de discussão, mas tem muitos "vaca", "vagabunda", "piriguete" que na minha opinião, foram bem gratuitos. É slut-shaming que chama isso né? Ela também fala super mal de moças que usam roupas curtas e gostam de chamar atenção dos rapazes e ficar com eles.
- A personagem/autora/whoever usa um tom extremamente infantil pra dar as "dicas" pras leitoras. Me senti lendo "atrevidas" da vida, sério. Você não precisa escrever como uma garota de 13 anos pra ser entendida por elas.
- Comentei na minha outra resenha que seria melhor que a Isabela escrevesse livros só de auto-ajuda/conselhos. Misturar história com isso não deu certo. Reafirmo aqui minha opinião. Os conselhos dela não combinam com a personagem que ela criou.
- É tão fácil assim pros personagens-orelha (e superficiais) do livro passar na UFJF? E pra viajar pra Costa do Sauipe também?
- E o sucesso repentino que a Isabela-do-livro faz? "Muito bom, autêntico, original": nada disso pode definir o que ela escreve, desculpa.
- O final. Gente?! Tudo se acerta facilmente, sem grandes consequências. Esse triangulo amoroso? MUITO CLICHÊ!
Eu esperava um pouco mais de maturidade da Isabela como escritora nesse livro. Assim como o primeiro, comecei a ler com a mente aberta, mas não rolou. Como eu já afirmei, seria muito melhor que o livro fosse somente de conselhos ou com conteúdo similar ao blog dela. Eu entendo que ela é iniciante (mas até quando?), e que é o sonho dela ser escritora, e longe de mim querer poluir a imagem da moça, mas "Não se iluda, não" é um livro muito muito fraco e extremamente comercial. O enredo poderia ter rendido muito mais sem os conselhos, assim como os conselhos poderiam ter rendido muito mais sem uma história sendo contada. Se eu fosse vocês, pensaria duas vezes antes de ler e sair por ai reproduzindo que AMARAM o livro. Acho complicado que mocinhas que já estão saindo da adolescência se identifiquem com muita coisa desse livro, porque há muita imaturidade ai. Compartilhei trechos com várias pessoas, que tem diferentes gostos para a leitura, e ninguém curtiu.
Dessa vez, uma estrela só, porque embora não tenha erros graves, não vai ter estrelinha como pontinho de confiança. Ruim.