Leilane 10/06/2015
Escrita impecável, envolvente e viciante, em “A Promessa da Rosa” o romance e o drama caminham juntos do começo ao fim
Kathelyn Stanwell sempre desejou ter o controle de seu próprio destino, mas isso é impossível para damas do século XIX. Ela encanta a todos com sua beleza, talentos e educação, ao mesmo tempo em que leva seu pai a loucura por seu espírito livre e independente. Tanto que depois de um incidente com um cavalo e convidados muito descontentes, ela fica de castigo bem no início da temporada. Na primeira oportunidade em que pode sair, em um baile de máscaras, ela acaba conhecendo um misterioso “falcão” que a atrai irrevogavelmente. Acreditando que ele não faz parte de seu círculo social e nunca mais o verá, age por impulso e o convida a ir ao jardim com ela que acaba em um secreto beijo e uma fuga. Entretanto, ele é o nono duque de Belmont, Arthur Harold, e quando descobre que aquela garota inteligente e atrevida é filha de um conde, ele sabe que o desejo de tê-la para si pode ser concretizado, mas o acaso, a inveja e a obstinação serão os piores inimigos desse casal.
Uma noite insone depois, pois o livro não me deixou dormir enquanto eu não o terminasse, estou aqui revirada no avesso de tantas reviravoltas. O livro não é o que eu esperava, romance de época ou histórico tem um foco muito específico para mim: o romance dos personagens, mesmo que seja atribulado, ele acontece na maior parte do livro e arranca suspiros o tempo todo. Em “A Promessa da Rosa” senti que meu coração era arrancado aos poucos por tudo que acontecia com os personagens. O enfoque da Babi A. Sette foi muito diferente do que estou acostumada, nunca vi tanto azar e más decisões que resultam em tanto sofrimento em um livro desse gênero, o romance é o desejo inalcançável dos personagens, sempre a um passo da felicidade, mas com um abismo de distância, por isso vou dar uma extensão ao nome do gênero para este livro, pois o vejo mais como um romance dramático de época.
Tenho problemas com livros de drama, raramente os leio, mas a Babi tem o dom de fazer com que eu me apaixone imensamente pelos seus livros que tem forte traço dramático. Tanto em “Entre o Amor e o Silêncio” como em “A Promessa da Rosa” fui fisgada completamente por seus personagens, pelos seus amores e pelos seus sofrimentos. Confesso que gostaria que uns dois fatos tão doloridos não tivessem acontecido neste livro, mas o amor dos dois foi assim, precisava de uma evolução forçada dos personagens por serem tão teimosos e não quererem enxergar as consequências de seus atos.
Destaque absurdo para a personagem Kathelyn, fazia tempo que uma personagem não me causava tanto impacto e admiração. Ela é simplesmente incrível, forte e manteve a sanidade quando ninguém mais exigiria isso dela, normalmente viro fã do casal em romances de época, mas a Kathe evolui muito mais rápido que o Arthur no enredo, então sou mais fã dela individualmente, mas o perdoo, pois quando finalmente acontece é do jeito mais perfeito para os dois. Sem contar que nunca torci tanto por um casal, então lógico que amo os dois também, mas foi difícil não querer matar o Arthur durante a leitura como quase todos os amigos da Kathe queriam.
A única coisa que senti falta foi um epílogo um pouco diferente, foi muito bem sacado fazê-lo do jeito que foi escrito, mas eu precisava de um que funcionasse mais como um anestésico depois de tanto sofrimento, do jeito que ficou se tornou mais um tipo de bálsamo, então vou ter de me recuperar com o tempo.
Amei este livro, a escrita mais uma vez impecável, envolvente e viciante, só não esperem um romance de época do jeito que o gênero normalmente é, o drama e o romance se alternam em reviravoltas do começo ao fim. E muito orgulho de ter uma autora tão talentosa no Brasil e muito feliz por poder acompanhar sua carreira já desde o primeiro livro. Parabéns Babi, e não vejo a hora de ler seus próximos livros!
site: http://lerimaginar.com.br/blog/2015/06/11/escrita-impecavel-envolvente-e-viciante-em-a-promessa-da-rosa-o-romance-e-o-drama-caminham-juntos-do-comeco-ao-fim/