Sandro 11/05/2017
O título assusta, mas já na introdução o autor explica que seu texto não é moralista ou condenatório a práticas sexuais não convencionais, mas busca sua compreensão clínica.
Vale ressaltar que a obra é de 1975, os estudos sobre identidade de gênero engatinhavam e a homossexualidade ainda era considerada distúrbio tratável com eletrochoque e lobotomia.
Segundo o autor, sentimentos de hostilidade e vingança são peças-chave nas "perversões" e os objetos de fetiche são desumanizados. Há observações pertinentes sobre o comportamento dos compulsivos sexuais, "que - apesar de suas experiências sexuais traumáticas viverem eternamente dentro de si - suas vitórias duram apenas um curto espaço de tempo, precisando de repetições infinitas, sobretudo nas situações em que o sentimento de desespero e inferioridade se aproxima demais da superfície".
Sobre a transexualidade, a teoria apresentada é a de ser desencadeada por fatos ocorridos nas fases pré-edípica e edípica de desenvolvimento; e a homossexualidade não é demonizada, assim como a "heterossexualidade" e a "normalidade" (escritas em aspas pelo próprio autor) não são colocadas em um pedestal.
Robert Stoller apresenta suas idéias não como verdades absolutas, mas como passíveis de debates contínuos e contrariamento por futuros estudiosos. Faleceu em 1991 e eu fico curioso sobre o que ele teria dito sobre o livro SEX da Madonna se tivesse vivido para ver.