spoiler visualizarJeanderson.Oliveira 20/10/2019
Num dia de calmaria no Quai des Orfévres, o comissário Maigret, meio melancólico depois de saber que sua esposa está com um pequeno problema de saúde, recebe em sua sala na polícia judiciária Xavier Marton que narra um crime em potencial.
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O crime consistia, segundo Xavier Marton, no plano de sua morte feito por sua própria esposa. Embora o denunciante aparentasse algum problema mental, Maigret se ocupa do caso que passa a assombrar-lhe. Sem a autorização, ele investiga o caso adentrando o universo psicológico dos envolvidos diretamente no caso. Descobrindo não poder reduzir a vida humana a um tratado de psicologia, ele se imiscui na vida concreta do seu cliente, de suas paixões e dos seus interesses.
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Daí, descobre um homem com problemas de ordem afetiva. Tais problemas eram provenientes de suas frustrações de infância, de sua consolidação profissional e do complexo de inferioridade em função dela, das contendas surgidas na vida matrimonial, sobretudo como ele se via humilhado pela figura de sua esposa. Enfim tudo isso contribui para o fim do amor e respeito dentro do lar de Marton, a coisa toda termina com traição e morte por envenenamento.
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Já o sentido da história é dado no desenvolvimento de algo apontado no livro dos Provérbios: ? sabedoria das mulheres edifica a casa, a insensatez a destrói com as mãos?. É isso que fica claro no livro, para mim, principalmente se fizermos uma comparação entre as esposas de Maigret e de Marton. A primeira sendo exemplo de sabedoria na condução das coisas do lar, a segunda, a insensatez própria que destrói. Isso é explicito no trecho em que o narrador pontua o cuidado e zelo transbordante da esposa de Maigret até nos mínimos detalhes, e que tudo isso era faltava a Xavier Marton.