Henrique Fendrich 02/08/2018
Foi o primeiro que li da coleção (pretendo ler os 10). O conto é realmente um gênero fantástico que merece ser tão apreciado quanto o romance. E nessa coleção há muitos representantes excelentes, alguns conhecidos, outros "obscuros" que merecem voltar à tona.
Sobre esse volume especificamente, que pega a fase do Romantismo, a seleção é muito boa. Os destaques para mim são o tocante "Mumu", de Turgueniev, o envolvente "A Vênus de Ille", de Mérimée, o ousado "Uma árvore de Natal e um casamento", de Dostoievski, e o divertido "Horácio Sparkins", do Dickens.
Mas há ainda a criatividade de ETA Hoffmann ("Haimatocare") e a "tragicidade" de Stendhal (O cofre e o fantasma), além de bons contos de Puchkin ("O tiro) e Gogol (Diário de um louco).
O único a ter dois contos é o Poe, mas achei que os dois contos escolhidos ("O homem da multidão" e "A carta furtada"), embora estejam longe de ser "ruins", também não estão entre os melhores que ele produziu.
Há contos bem curiosos, como o do desconhecido James Morier ("A cabeça cozida"), o do não muito conhecido Gérard de Nerval ("A mão encantada") e do famoso-quem Pedro Antonio de Alarcón ("A buena-dicha).
Tem ainda Balzac ("Estudo de mulher"), que penso também não ser o conto ideal para figurar numa antologia universal.
Também é bom o conto do Hawthorne, "Davi Swan".
Tive dificuldades com "A sombra", do Hans Cristian Andersen, mas nada se compara ao que senti com o conto "A dama Pé-de-Cabra", de Alexandre Herculano, conto que, depois de um começo razoável, tornou-se insuportável para mim, a ponto de tê-lo abandonado.
Tirando esse conto, acho que o livro é muito agradável de se ler.