hilljmo 23/05/2022
Crônica é o velho textão
O próprio texto de apresentação define a crônica como algo que é ou pode ser qualquer coisa. Nossa invenção, é claro; só os brasileiros, com suas desventuras tropicais, para criar uma reclamação rebuscada sobre qualquer assunto. Hoje, nós temos diversas mídias sociais para expressar nossa indignação ou reflexão de maneira mais coloquial (até mesmo mais engraçada), mesmo que perdendo nossa literatice das crônicas. Nessa coletânea não faltam reclamações, reflexões sobre vida, textos sobre futebol (demais até para meu gosto) e muitas metáforas ? para agradar os leitores de textão do Facebook. São diversos textos para todos os gostos e, embora alguns tenham envelhecido como leite, algum vai agradar com certeza, porque esse o bom (e o mal) da literatura brasileira: vão se os anos e ficam-se os problemas. Consigo citar alguns que me despertaram diversos sentimentos, só não o faço para influenciar o leitor em suas escolhas, contudo não posso deixar de indicar ?Escrever? de Rachel de Queiroz (esses sentimentos foram bem fortes para uma escritora de páginas em branco como eu). Indico, então, uma forma de leitura que pode ser de mais ajuda ao leitor; leia cada texto em doses diárias e terá mais um mês de tratamento para todos os sentimentos que puderem ser despertos em seu peito ? além te ajudar no desafio dias seguidos (leia com voz conspiratória). Com relação ao título deste texto, bom nem sempre os títulos fazem sentido nas crônicas e, às vezes, descobrir seu nexo com o texto faz parte dos pequenos entretenimentos que as crônicas nos oferecem. E, como tudo que foge ao conto é crônica, deixo a pergunta para os leitores deste texto, isso é uma crônica ou um textão numa rede social?