Samy 25/03/2014
Fazia um tempo que eu estava com vontade de ler esse livro. A capa me chamou muito a atenção quando vi na livraria e fiquei com o livro na cabeça, esperando uma oportunidade para lê-lo – esse também poderia ter entrado no Desafio do Tigre, Julgando pela Capa. Não diria que tinha muitas expectativas acerca dele, pois não havia sido nenhuma indicação, eu não conhecia o autor e nem procurei resenhas do livro antes de ler. Por esses motivos, fui sem expectativas e sem preconceitos, mas achei realmente que seria um livro do qual eu iria gostar! Infelizmente me enganei. Não chegou a ser um livro ruim. Só não foi bom. Ficou muito extenso, com partes desnecessárias – parecia que o autor só queria aumentar o tamanho do livro, sem se preocupar em manter o nível do conteúdo. Apesar disso, David Wroblewski tem uma escrita leve e bonita.
O livro é dividido em cinco partes, cada uma com uma etapa da vida da família Sawtelle. Cada capítulo tem um título – escrito com a fonte bem diferente do corpo do texto, algo que adoro – e são bem longos. Todos têm subdivisões, creio que para dar uma quebrada no ritmo, já que eles são realmente bem extensos. Eu, particularmente, prefiro os capítulos mais curtos, principalmente quando o livro não é muito movimentado, acho que flui melhor a leitura. Achei a diagramação do livro bonita e pareceu que o autor e editora tiveram um cuidado especial com isso.
A história da família se iniciou com John Sawtelle e sua esposa, quando ele resolveu criar cães e aperfeiçoa-los de acordo com características que nem ele mesmo entendia muito bem. Os cães treinados acabaram ficando famosos e o canil se expandiu. Um de seus filhos, Gar, decidiu continuar com o “dom” da família em treinar cães e passou esse amor para o filho, Edgar.
A narrativa é feita em terceira pessoa, cada capítulo pelo ponto de vista de um personagem – incluindo alguns cães – mas na maior parte do tempo, o ponto de vista que seguimos é o de Edgar. Achei particularmente interessante a narrativa pelo ponto de vista de Almondine, uma das personagens mais carismáticas do livro, principalmente quando Trudy está grávida de Edgar. A vida da família segue uma tranquila rotina e sem muitos problemas. Edgar consegue se comunicar perfeitamente com os cães por meio de sinais e ama a vida que leva na fazenda, ama trabalhar com os animais e o contato que tem com eles.
Certa parte do livro tem uma discussão até interessante, entre o avô de Edgar e seu amigo e cientista, Brooks. Brooks também cria cães, mas levando em consideração a genética dos mesmos para escolher as características desejadas. Ele acha um absurdo John Sawtelle escolher os animais pelo olho e pela intuição e seguem acaloradas discussões entre eles, cada qual tentando defender seu ponto de vista e sua forma de trabalhar com o canil. Como bióloga, achei até interessante a discussão e os argumentos de Brooks, mas pode ficar um pouco maçante para quem não se interessa pelo assunto.
Para gostar desse livro, amar cães não basta. Ele é meio monótono e longo, então a pessoa tem que gostar muito de ler e ter paciência para um livro mais devagar. Se você tem esse perfil, recomendo o livro. Senão, parte pra outro. Eu gostei de ter lido porque estava muito curiosa e não o tiraria da cabeça enquanto não lesse, mas talvez, se não fosse pelo desafio, eu o teria abandonado antes do fim.
site: http://www.infinitoslivros.com/2014/03/resenha-historia-de-edgar-sawtelle.html