A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras

A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras Neil Gaiman




Resenhas - A verdade é uma caverna nas Montanhas Negras


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Maize 27/02/2017

Uma história que te deixa em suspenso. Uma jornada pelas Highlands escocesas, dois homens, cada qual com suas buscas silenciosas, segredos não revelados, então a verdade é revelada na Caverna das Montanhas Negras tendo as brumas como testemunhas.
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hanny.saraiva 30/01/2017

Como se fosse um vulto.
A atmosfera de "A Verdade é uma caverna nas montanhas negras" me lembra Sandman. Há uma brincadeira com formatos e vemos quadrinhos no meio da narrativa e uma atmosfera que me lembra a ambientação onde Destruição vivia. As ilustrações tem um quê de lodo, sombrias como a vingança da história.

Citação preferida:
"As montanhas entre o resto do mundo e a costa são colinas graduais, visíveis a distância como vultos graciosos, roxos e enevoados, como nuvens. Convidativas
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Deborah 19/01/2017

Surpreendente
Trata-se de um conto sobre um anão que está em busca de uma caverna na qual dizem estar cheia de ouro. A história se passa na Escócia à alguns séculos atrás.
Nessa obra Gaiman emprega uma escrita cativante que prende o leitor do início ao fim, tanto pelos segredos dos personagens que são revelados aos pouco, quanto pelas reflexões destes mesmos personagens.
Há algo de sombrio na sua narrativa que é perfeitamente completada pelas ilustrações de Campbell.
Um conto fantástico, sombrio e incrível!
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Tamires 28/12/2016

Convidativo já pelo título!
A Verdade é uma caverna nas montanhas negras, é um conto de Neil Gaiman, publicado no Brasil pela Editora Intrínseca em 2015. É uma história densa sobre família, a busca por um tesouro escondido, vingança e a descoberta de um mundo invisível. O livro é fruto do trabalho de Gaiman e do ilustrador Eddie Campbell, que transformou a história em um misto de graphic novel e prosa ilustrada.

Neil Gaiman foi convidado para ler um conto em um festival no Sydney Opera House e indicou Campbell para fazer as ilustrações. Em agosto de 2010 a história foi apresentada para uma grande plateia, com o acompanhamento do Quarteto de Cordas FourPlay e foi um sucesso. A verdade é uma caverna nas montanhas negras, publicado originalmente na antologia Stories, recebeu os prêmios Locus e Shirley Jackson, ambos na categoria melhor conto.

“Pouco depois de me apaixonar pela ilha de Skye, descobri os livros da falecida Otta F. Swire, obras que contam lendas e a história das Hébridas Interiores e Exteriores. Esta história começou com uma frase de um dos livros da autora, e cresceu ao seu redor.” (Neil Gaiman)

Essa é uma história de leitura rápida não só por ser um conto, mas por ser um conto de Neil Gaiman, autor que consegue nos prender e nos encantar sejam em 10, 20 ou 500 páginas. Dificilmente uma pessoa conseguirá ler o início desta história e deixar o livro de lado:

“Indaga se sou capaz de me perdoar? Posso me perdoar por muitas coisas. Por onde o deixei. Por aquilo que fiz.” (p. 7)

Em A verdade é uma caverna nas montanhas negras, somos transportados para a nebulosa Escócia, onde um anão procura por Calum MacInnes para que este o acompanhe até a caverna na Ilha das Brumas. Chega sem se identificar, mas oferece um pagamento a Calum, que aceita prontamente.

A caverna era amaldiçoada e eles não tinham certeza se encontrariam a Ilha das Brumas, pois o lugar guardava certa magia em si. Os caminhos que os levariam até a caverna eram repletos de desconfianças e pequenas revelações sobre a vida e a personalidade de Colum e do anão.

“- Às vezes acho que a verdade é um lugar. Para mim, é como uma cidade: pode haver uma centena de estradas, uma centena de caminhos que, no fim, nos levarão ao mesmo lugar. Não importa de onde venhamos. Se seguirmos na direção da verdade, vamos alcançá-la, independentemente do rumo que tomarmos.

Calum MacInnes olhou para mim e nada disse. Então:

- Está enganado. A verdade é uma caverna nas montanhas negras. Há somente um caminho até lá, e um caminho apenas. Um caminho árduo e traiçoeiro. E, se seguir na direção errada, vai morrer sozinho na montanha.” (p. 27)

Gaiman nos envolve em sua história fazendo-nos acreditar que ela seguiria para um desfecho previsível, e quando estamos quase certos disso, uma grande revelação é feita, deixando-nos de queixo caído. O final desse conto é ótimo, um dos melhores que eu já li. E não perde a qualidade em uma releitura, muito pelo contrário. Recomendo!

“As montanhas negras são as Black Cuillins na ilha de Skye, também conhecida como ilha alada, ou talvez ilha das brumas. Dizem que há uma caverna cheia de ouro por lá, e que aqueles que a procuram para levar parte de seu ouro se tornam um pouco mais malignos...” (Neil Gaiman)

site: http://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-verdade-e-uma-caverna-nas-montanhas-negras/
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Thyeri 30/06/2016

Depois de inúmeras leituras do Neil Gaiman, uma coisa que é inegável, pra mim, é a capacidade do autor de contar um história. E, novamente, depois de inúmeras leituras, esse foi o aspecto que mais ficou em destaque neste livro.

Seguimos um homem resignado à buscar sua filha fugida através de uma Escócia erma.

As ilustrações e a mistura narrativa entre prosa e quadrinhos me fizeram imergir muito na história. Pude sentir o clima ermo do ambiente Escocês, o que fez com que a fala dos personagens ganhassem uma dimensão mais introspectiva, que suas conversas sobre lendas locais, mais especificamente sobre o mistério da caverna na montanha da Ilha das Brumas - esta que, envolta em névoa, nunca está no mesmo lugar - e sobre seus passados, ganhassem outro peso.

Uma pequena e história que me fez me perder nos detalhes. Me detendo nas pinceladas de cada ilustração e nas entrelinhas do que está sendo dito. Cada diálogo e pensamento nos dá uma pequena reviravolta e o caminho à caverna parece ir tomando outros rumos.

Com toques fantásticos, Neil Gaiman escreve sobre o humano, sobre os sentimentos que nos fazem caminhar.
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Thyeri 30/06/2016

Depois de inúmeras leituras do Neil Gaiman, uma coisa que é inegável, pra mim, é a capacidade do autor de contar um história. E, novamente, depois de inúmeras leituras, esse foi o aspecto que mais ficou em destaque neste livro.

Seguimos um homem resignado à buscar sua filha fugida através de uma Escócia erma.

As ilustrações e a mistura narrativa entre prosa e quadrinhos me fizeram imergir muito na história. Pude sentir o clima ermo do ambiente Escocês, o que fez com que a fala dos personagens ganhassem uma dimensão mais introspectiva, que suas conversas sobre lendas locais, mais especificamente sobre o mistério da caverna na montanha da Ilha das Brumas - esta que, envolta em névoa, nunca está no mesmo lugar - e sobre seus passados, ganhassem outro peso.

Uma pequena e história que me fez me perder nos detalhes. Me detendo nas pinceladas de cada ilustração e nas entrelinhas do que está sendo dito. Cada diálogo e pensamento nos dá uma pequena reviravolta e o caminho à caverna parece ir tomando outros rumos.

Com toques fantásticos, Neil Gaiman escreve sobre o humano, sobre os sentimentos que nos fazem caminhar.
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DiegoDeLarge 10/11/2015

Dois livros em um só
A minha primeira leitura de A Verdade foi meio sem graça - a história parecia meio simplória demais (eu esperava muito mais de Neil Gaiman) e algumas frases pareciam meio fora de contexto ou até totalmente sem sentido, de acordo com o meu conhecimento parcial da história.

Mas a última página é o final desse primeiro livro. Então tudo se encaixa. E daí você abre o livro de novo, e a história não é mais a mesma.
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Airechu0 07/09/2015

“Indaga se sou capaz de me perdoar?”
Quando decidiu começar seu conto A Verdade É Uma Caverna Nas Montanhas Negras com a frase “Indaga se sou capaz de me perdoar?” Neil Gaiman talvez nem imaginasse que não bastaria mais do que isto para me fisgar e me convencer de que algo muito sério aconteceria numa incursão por aquela montanha. Aquele pequeno livro, de apenas 80 páginas, mostra logo na primeira delas ser algo bem maior do que apenas o detentor do título mais extenso de toda a minha estante.

Originalmente publicado em uma antologia de contos, A Verdade é Uma Caverna Nas Montanhas Negras tem como inspiração os livros de Otta F. Swire e a deslumbrante paisagem natural da Ilha de Skye na Escócia. Neil Gaiman nos conta a história de um anão, cujo nome não é revelado em parte alguma, em busca de um lendário tesouro escondido numa caverna no alto de uma montanha escura na Ilha das Brumas. Por desconhecer o caminho, o anão contrata o salteador Calum McInnes como guia e rapidamente ambos se põe a subir montanha acima. No caminho, o que poderia ser apenas uma história de ambição ganha ares mais trágicos e misteriosos.

Uma atmosfera de desconfiança e tensão logo se instaura entre ambos. O anão, que a princípio dizia buscar um tesouro a mando de um rei para que este pudesse restabelecer o seu reino, parece mais interessado em descobrir mais sobre o passado de McInnes: como ele poderia saber o caminho? O que o levou a ir até lá pela primeira vez? E o que afinal ele encontrara dentro da tal caverna? Não conseguimos descobrir o quanto de verdade cada um deles conta. Não espere por maniqueísmos. Tanto Calum quanto o anão têm motivações egoístas e obscuras, são ladrões ardilosos e agem de maneira astuta e desconfiada o tempo todo. A trama se adensa ainda mais a cada página. Conforme eles escalam, o cenário se torna mais lúgubre e escuro, deixando transparecer apenas uma tensão inquietante no ar até culminar em um final no mínimo surpreendente no qual a verdade é enfim revelada e toda àquela indagação que me prendeu na primeira página passa a fazer sentido. Trágico e tocante, o conto nos faz pensar o quão longe somos capazes e ir em busca da verdade e da realização dos nossos desejos sejam eles nobres ou não e se estamos prontos para lidar com as consequências desta decisão.

Sobre a escrita do Neil Gaiman, e acredite eu não quero soar tendencioso, é algo que beira o sublime. Cada frase parece ser pensada esteticamente para se encaixar com perfeição na narrativa que aqui nos é contada em primeira pessoa pelo protagonista anão. Por já conhecer a habilidade do autor em vários de seus outros trabalhos eu não espero por menos e aqui toda a construção da história em si, dos personagens, diálogos e cenários, não deixam a desejar em nada.

O livro é inteiramente ilustrado por Eddie Campbell, renomado autor de quadrinhos e também responsável pela arte do best-seller Do Inferno numa colaboração com Alan Moore. O texto se mistura a estas ilustrações compondo uma atmosfera sombria e carregada propiciando uma experiência de leitura imersiva e diferenciada da de um livro comum ou mesmo de uma graphic novel. A Intrínseca fez uma escolha acertada pela qualidade e beleza ao apostar em uma edição em capa-dura e com interior em papel couchê de alta gramatura e que realça ainda mais o trabalho do artista.

A Verdade É Uma Caverna Nas Montanhas Negras agradará bem os fãs de Neil Gaiman por conter todos os elementos característicos das obras deste autor e também àqueles que buscam uma surpreendente e soturna história de ambição, mistério e vingança habilmente contada por um dos maiores escritores contemporâneos. Vale imensamente a leitura.

site: http://www.multiversox.com.br/2015/06/a-verdade-e-uma-caverna-nas-montanhas.html
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Pedro 21/07/2015

Surpreendente
Um livro que você julga pela capa, mas que se revela surpreendedor.

O livro narra sobre um anão que vai em busca de um homem para alcançar uma caverna em que esconde muito ouro, mas em compensação, te deixa um pouco mais maligno.

Não esperei muito, mas algumas revelações e ponto-chaves fazem você ficar muito instigado!

Leiam! Leiam e logo após o término retornem à primeira página. Tudo vai fazer sentido.
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Mick 30/06/2015

Sombrio, triste, impactante...
“A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras” é o segundo livro de Neil Gaiman que leio, depois de Coraline. É uma história simples, curta, mas ao mesmo tempo intrigante e profunda, o que já se mostra em suas frases iniciais:

"Indaga se sou capaz de me perdoar?
Posso me perdoar, por muitas coisas.
Por onde o deixei.
Por aquilo que fiz.
Mas..."

Apesar de ser um livro ilustrado, definitivamente não é pra crianças. Na verdade, este livro é o que se pode chamar de romance gráfico, pois não se trata propriamente de um livro ilustrado, nem de um quadrinho, nem de um texto em prosa, mas fica entre essas mídias, pendendo para um lado ou para o outro em diferentes momentos.

A história desse livro apresenta uma atmosfera bastante sombria, com toques de magia, terror e suspense. É narrado em primeira pessoa, por um anão, um indivíduo misterioso que carrega dentro de si alguns segredos obscuros e uma obsessão que o persegue há dez anos... Quando a história começa, ele está prestes a contratar um guia, Calum MacInnes, para levá-lo a uma caverna numa ilha misteriosa que tem a fama de ser cheia de ouro... No início, não se sabe ao certo quais são os segredos que envolvem o passado das personagens, tanto do anão, quanto de Calum. Só bem próximo do final do livro é que vamos descobrir o mistério que os envolve, quais as verdadeiras intenções das personagens, quem está falando a verdade... O final é marcante e tão obscuro quanto o restante do livro!

Enfim, "A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras" é uma história, ou um conto, sobre arrependimento, amor, ganância, limites morais e vingança... que vale a pena ser lido, principalmente para os amantes do gênero! O livro é lindo, capa dura, e as ilustrações do renomado artista Eddie Campbell são bem legais!
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Renata (@renatac.arruda) 19/04/2015

Com A verdade é uma caverna nas Montanhas Negras, Neil Gaiman criou uma fábula obscura, com ares de lenda oral, que vai se revelando lentamente, enquanto vamos conhecendo aos poucos a história e as motivações do anão e do salteador Calum McInnes, a quem aquele contrata como guia para levá-lo a uma caverna repleta de ouro. Ouro este que para os habitantes locais é impuro e traz mau agouro -- ele seria capaz de drenar um pouco da humanidade dos que o levam, deixando escuridão em seu lugar. Logo no início percebemos que tanto um quanto o outro são homens astutos, perigosos e pouco confiáveis, e Gaiman mantém o clima de suspense de maneira tal que não é possível que o leitor tenha tanta certeza se deve confiar ou até mesmo gostar de um dos personagens. O que não significa que sejam inexpressivos ou mal construídos, pelo contrário: intuímos o tempo inteiro que ambos sabem mais do que demonstram e que podem tanto estar sendo sinceros quanto tramando algo terrível. É impossível ter certeza.

Leia mais no Prosa Espontânea:

site: http://mardemarmore.blogspot.com.br/2015/03/a-verdade-e-uma-caverna-nas-montanhas.html
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Coruja 01/04/2015

Quando estive na Escócia no ano passado, uma das paradas da excursão foi o castelo de Eilean Donan, de onde é possível ver uma ponta da Ilha de Skye – o lugar que serviu de inspiração para esse livro. Estava nublado – e pelo que ouvi dos guias, a Escócia de uma maneira geral vive permanentemente nublada -, a maré estava suficientemente baixa para eu sair escorregando pelas pedras que de outra maneira ficariam encobertas pela água para encontrar um bom lugar para tirar fotos e quando afinal encontrei um bom lugar, tive a impressão de estar completamente sozinha no mundo.

De um lado você tem as ruínas do castelo; do outro, uma massa de colinas envoltas por nuvens e ao seu redor as águas profundamente escuras de três grandes lagos que vão se encontrar naquele ponto. O vento é constante e gelado – se infiltra nas brechas do casaco, das meias, cachecóis e toda a parafernália que você tenha para se proteger do clima.

É o lugar perfeito para acreditar em espíritos, fantasmas e deuses perdidos, heróis e monstros.

Quando li A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras eu já conhecia a história de uma outra antologia de contos do Gaiman (Stories, se não me engano, editado por ele com o Al Sarrantonio), e das leituras e entrevistas que ele fez pouco antes da publicação do livro ilustrado. Eu sabia que Gaiman tivera a inspiração para a história numa passagem pela Escócia, exatamente por Skye – e assim, quando reli o conto nessa edição, não conseguia tirar da cabeça a impressão que tive quando estive naquele lugar.

A história em si parece um conto simples de ambição, culpa e vingança, mas existe bem mais em sua essência. Há uma mistura de mundano e sobrenatural, um senso de angústia ao longo de toda a narração – angústia, expectativa e mal reprimida violência. Os fatos e as lembranças começam de forma desencontrada, revelando-se à medida que vamos subindo a montanha, e você não entende bem os motivos que levam o protagonista a procurar Calum e pedir que ele à caverna - ele não parece ser o tipo de pessoa que se preocupa com ouro.

Quando afinal compreendemos o que aconteceu, é um choque.

As ilustrações de Eddie Campbell enfatizam essa sensação com seus contrastes e sombras e ajudam a visualizar as majestosas paisagens pelas quais o narrador e Calum passam em sua jornada. Elas se harmonizam perfeitamente com o clima da história.

A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras é um livro bem típico do estilo do Gaiman, sombrio e fascinante. Recomendado.


site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2015/04/para-ler-verdade-e-uma-caverna-nas.html
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Marcus 28/03/2015

A verdade no fundo da caverna
Um pai à procura da filha desaparecida há mais de dez anos, um ladrão e um tesouro oculto numa caverna misteriosa. Esses são os elementos quase simples que Neil Gaiman - autor inglês de romances e quadrinhos mais conhecido por Sandman - usou para compor A verdade é uma caverna nas montanhas negras. O conto, publicado em 2010 na antologia Stories, ganhou edição própria ilustrada por Eddie Campbell, artista consagrado por seu trabalho em From Hell, de Alan Moore.

A história se passa nas Black Cuillins, Ilha de Syke, paisagem que o escocês Campbell conhece muito bem e fascinou Gaiman. A obra é um misto de graphic novel e livro ilustrado, em que texto e imagens conversam muito bem para criar o clima sombrio da narrativa.

O pai é um anão que contrata um ladrão como guia até a caverna onde espera encontrar a verdade sobre o desaparecimento da filha. Por não encontrar equivalente em português, Augusto Calil, tradutor do texto, optou por manter a expressão border reaver em inglês para o personagem que, há séculos, assaltava indistintamente ingleses e escoceses nas fronteiras entre os dois países.

A viagem é úmida, sombria e perigosa. A relação entre os dois homens é tensa e desconfiada: um não está certo das respostas que vai encontrar, outro pensa no ouro guardado na caverna. Aqui Gaiman se apropria do modelo de jornada por territórios pouco conhecidos, envoltos em névoas e nuvens, reunindo uma dupla improvável de um anão cheio de segredos e um ladrão movido pela ambição.

O desfecho me lembrou o enredo das pulp fictions dos anos 1940 e 1950, reproduzidas em revistas como Weird Tales e Cripta, no Brasil. Mas a narrativa é boa, tanto o texto de Gaiman quanto o visual das ilustrações de Campbell. Vale a leitura.

Valeria mais ainda assistir a performance de Gaiman. Ele tem feito leituras do conto em teatros com projeção das ilustrações de Campbell (as do livro e outras inéditas), ao som do quarteto de cordas australiano FourPlay, que conta em seu repertório com o tema do seriado Doctor Who. Gaiman é um excelente narrador, como pude conferir em sua leitura de O oceano no fim do caminho.

A verdade é uma caverna nas montanhas negras foi lançado no Brasil pela Intrínseca em uma bem cuidada edição de 80 páginas com capa dura. Custa R$ 34,90 na versão impressa e R$ 19,90 na eletrônica.

site: blogbeatnik.blogspot.com
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Nathália 22/03/2015

A Verdade é uma Caverna nas Montanhas Negras
O livro conta a história de um homem,o anão,que tem uma mágoa do passado em relação a sua filha chamada Flora,que desapareceu,ele havia pensado que ela teria fugido e por isso sentia raiva por ter pensado nessa hipótese.Ele procura um homem chamado Calum MacInnes para que fosse o seu guia até a Caverna nas Montanhas Negras,ele tinha o objetivo de levar o ouro até um rei para que ele pudesse comprar navios pra tomar seu antigo reino,durante a caminhada até a caverna eles passam por dificuldades em relação ao clima chuvoso e pela nevoa que se encontrava no caminho.Neil Gaiman sabe exatamente como prender o leitor no seu livro,ele coloca uma ponta de mistério em relação aos personagens e também ao que há dentro da Caverna e o que acontece com as pessoas que saem de lá.Quem já leu algum livro do Neil Gaiman sabe como a escrita dele é envolvente e essa leitura é com certeza válida,não só pela escrita,mas também pela ilustração de Eddie Campbell que torna o livro ainda mais interessante,ilustrando a história muito bem.
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