Camilla 06/12/2016O ápice de overhypeBE STILL MY HEART PORQUE TEM POUCO ANGU PRA ESSE CAROÇO.
Eu tinha certeza de que eu ia gostar desse livro, era uma questão de "quando", não de "se". Antes de começar, eu já sabia sobre o que era, para onde ia, e os pontos positivos (a escrita como um deles).
Começando por esse ponto: a escrita da Renée Ahdieh é dita bonita, lírica e descritiva. Concordo em discordar. Existe uma coisa chamada limite. Pra mim, Tahereh Mafi chega nesse limite. A Ahdieh simplesmente abusou do recurso pra nada. Se você não acredita, tá aqui como a narração desse livro é 90% do tempo:
"Shahrzad remained in the wasteland of her thoughts, studying the prisms of light from the lamp of latticed gold. When she could no longer feel any sensation in the soles of her feet, she rose to a standing position,"
Me desculpa, mas se tem um ponto em uma escrita tão indireta, eu não peguei. Eu tive que reler vários trechos várias vezes, pra chegar no final do parágrafo e pensar "mas era só isso que ela queria dizer com TANTAS PALAVRAS??". E essa escrita tão lírica e poética me afastou da história e dos personagens. Eu notei que no final do livro, eu não sei uma característica sobre a personalidade do Khalid. E ELE É DOS PERSONAGENS PRINCIPAIS.
A construção de mundo é um dos pontos que as pessoas mais dizem gostar desse livro, enfatizando a descrição do cenário. Porém, esse cenário, 70% do livro, é de quartos. DE ESPAÇOS FECHADOS, QUANDO TINHA UMA PÉRSIA INTEIRA PRA SER USADA.
E o romance? Afinal de contas, no início do livro, Shahrzad se casa com Khalid com intenção de matá-lo. Uma palavra: instalove. Na verdade, a protagonista vai pro palácio sem ideia alguma de como ela vai matar o califa. Pra uma mulher pintada como tão esperta, isso me parece errado. Mas enfim, depois de dois dias interagindo com o assassino da melhor amiga, Shahrzad se apaixona, desconsiderando que ela já tinha um namorado (de muitos anos, inclusive). Não é só isso que impressiona: a amizade de Shiva e Shahrzad é inteiramente virtual; em nenhum momento houve cenas com as duas, nem flashbacks, nem memórias, nada.
Eu também queria falar que esse livro não passa no Teste de Bechdel. São mais de 10 personagens homens e apenas TRÊS MULHERES. E essas mulheres não falam sobre nada além de homens. Tanto os diálogos entre Despina e Shahrzad, quanto a cena entre Yasmine e Shahrzad foram sobre HOMENS.
Não pretendo terminar a duologia (mesmo o primeiro livro terminando em cliffhanger).