Drakomanth 29/04/2021
JÁ OUVI FALAR
Estou, decisivamente, inclinado a conceder para Carmen Seganfredo e A. S. Franchini o selo "Já Ouvi Falar". Se em outras obras a falta de cronologia beirou o absurdo, nesta há definitivamente um mergulho no abismo do absurdo. Isso, pois, a grande maioria das narrativas estão datadas. Isso mesmo, datadas. Em alguns casos não só datadas se referindo a época do evento ocorrido, como a data do documento cujo a tal narrativa foi encontrada. ACREDITEM, ainda assim a obra é um verdadeiro salseiro cronológico. Não me canso de perguntar como ambos conseguiram se formar já que não conseguem levar em consideração o mínimo necessário para que o trabalho pudesse ser referenciado. Isso sem contar que meu outro inimigo (do trabalho de ambos) são as "Referências Pop Interativas". A constatação das mesmas nas obras só reforça a falta de preparo para lhe dar com narrativas - Principalmente para quem pretende executar uma leitura para pesquisa. Há uma diferença colossal entre ponderar um deslize gramatical e se deparar com uma passagem do tipo: "...solte apenas o primeiro parafuso - disse o pai, como diria um italiano ao emprestar a Ferrari ao filho adolescente e pedir que não passasse da primeira marcha". Se existe algum leitor que consegue ponderar uma citação desta numa obra voltada para narrativa social e/ou religiosa datadas de a.C., meus sinceros parabéns, eu não consigo :(
No mais... Como insisto em dizer... Nenhuma obra que se volte a narrativas são totalmente dispensáveis: "A narrativa como narrativa supera a displicência" - E nada que notas e fichamentos não resolvam.