Resenhas - Os Anjos do Tempo

Luciano 06/03/2015

Os Anjos do Tempo (Clockwork Angels) é um livro que encerra nele várias lições ambientadas no universo steampunk. Em meio a alegorias criadas por Anderson, em cima dos argumentos de Peart (que é o baterista e criou as letras para o disco homônimo da banda Rush), há questionamentos filosóficos do personagem Owen Hardy sobre a suposta Estabilidade do fictício país Albion (gerenciada há duzentos anos pelo Relojoeiro) e a proposição da Anarquia (pelo clandestino Anarquista). Em meio a discretas citações de outras obras do Rush (quem é fã, como eu, as identifica, tal como a alegoria dos palhaços Leke, Peke e Deke - os próprios membros do Rush!!), a leitura do livro de Peart e Anderson propõe inteligentemente que o leitor também se questione sobre seus próprios caminhos. Com isso, poderá usar seu próprio discernimento (free will) para construção de sua trajetória no mundo, livre dos enquadramentos que a sociedade tentem lhe impor. A consequência resultará no jardim de sua vida, construído com base no amor e respeito que possa angariar.

Yvens 12/02/2015

Uma viagem fantástica
Gostei bastante do livro, a leitura tem uma boa fluidez e é recheada de uma boa dose de simbolismos e filosofia ( nada mais natural uma vez que um dos autores é Neil Peart, conhecido por suas letras com boa dose de reflexão sobre diversos assuntos). Logo no prólogo você se depara com o personagem principal, Owen Hardy, já com netos e demonstrando grande sabedoria, de maneira que você já sabe que no final das contas tudo irá acabar bem (tudo tem seu motivo) mas a curiosidade do leitor é atiçada para saber COMO tudo deu certo.... à medida que o leitor avança na história vai ficando mais e mais curioso para descobrir o que ocorre com os personagens, alguns marcantes como o Relojoeiro, o Anarquista, a Cartomante, Francesca e o próprio Owen... existem várias surpresas no decorrer da história que culmina com um excelente clímax.
A ambientação é bem elaborada e capaz de fazer o leitor imergir no universo proposto, em parte também devido as imagens do designer Hugh Syme que dão um colorido especial a obra.
Um ponto bem legal , para quem é fã do Rush, talvez seja encontrar referências a álbuns ou músicas da banda pefeitamente contextualizadas no texto. A sensação é semelhante a encontrar pequenos diamantes incrustados em uma rocha, você sente-se um pouco orgulhoso de si mesmo por ter reconhecido aquele trecho, pretendo reler talvez encontre mais alguns.
Algo que me incomodou um pouco foi a tradução do livro, acho que "Anjos Mecânicos" seria mais legal.É um livro muito bem escrito, recomendo a todos.