Resenhas - Canto dos malditos

Carlinha 09/09/2021

Tenso!
Excelente desabafo de uma vítima do sistema manicomial do Brasil.
Dura realidade retratada sem frescuras pelo autor.
Uma leitura incrível não só pelos fortes relatos da época em que Austry, aos 17 anos, foi trancado nos hospícios por conta de um mal entendido com seus pais, como também pela história do autor após se os terrrores do cárcere.
Pesado, tenso, forte, mas necessário.

Paula 28/08/2010

Eu fiz e refiz esta resenhas várias vezes, mas mesmo assim ainda acho que não está bom, pelo simples motivo de que nada conseguiria explicar o que senti lendo esse livro.
É um livro forte? Bom, depende do seu conceito de "forte".
É um livro chocante? Depende do você considera chocante.
É um livro que você sente que está ali, vendo tudo, SENTINDO tudo? É.

Acho que marcou a minha vida. E não tenho como falar mal dele.

mary 27/08/2022

"Crime não é apenas matar o nosso semelhante. E também deixá-lo inútil, matando sua iniciativa e vontade própria, trans­formando-o numa besta humana."

Atordoante. Austry foi apenas uma das vítimas dos hospitais psiquiátricos brasileiros, porém teve a oportunidade de divulgar sua história e denunciar os tratamentos desumanos.
Muitos acontecimentos são bizarros e estoura a bolha com precisão, o homem é capaz de tudo...
Acho que esse tipo de livro não é necessário avaliação chatinhas mas sim de empatia.
Recomendo muito

anavidafd 11/08/2022

perfeitoooo! muitas vezes fiquei pertubada lendo , Austregésilo foi tão forte e muitas vezes radical com suas ações (mas visto a situação que estava passando dava pra entender...) O jeito que o livro foi escrito realmente cumpriu com o objetivo de passar revolta e toda a dor dele,é aqueles de entrar na história sabe?? as gírias,as figuras de linguagem,o poema,o relato do pai e os detalhes do processo simplesmente IMPACTANTE parece até que foi fictício pois é inadmissível ter real acontecido isso com um jovem, ainda mais por conta das questões do cenário brasileiro na época que eram desumanas. amei amei

Bea 24/03/2022

Tapa na sociedade
Esse livro não é apenas bom, não é apenas excelente, ele é um livro NECESSÁRIO!
Como estudante de psicologia, fico grata por ter sido apresentada a essa obra.
É um livro pesado, que retrata como eram os hospitais psiquiátricos ha tempos atrás e como eram tratados aquelas que fugiam do padrão que a sociedade exigia.
Confesso que é impossível terminar essa leitura ileso e não revoltado por tudo que era feito com as pessoas.
E a luta não acabou, ainda é nosso dever como sociedade fazer parte da luta antimanicomial e exigir que as leis e propostas sejam cumpridas !

"Crime não é apenas matar o nosso semelhante. É também deixá-lo inútil, matando sua iniciativa e vontade própria, transformando-o numa besta humana" Austregésilo Carraro

Lorenzo 22/04/2022

Livro extremamente chocante, mas de leitura importantíssima. Consegue manter o leitor em estado de agonia, com a descrição dos momentos.

"O Orlando, também viciado em pico, destilava uma mistura de comprimidos que roubava na enfermaria de remédios. Colocava aquele preparado na seringa descartável que apanhava na lixeira da sala de enfermagem. E se aplicava, me oferecia... eu tinha pavor de agulha. Combinamos cortar os pulsos, caso nossos familiares, na próxima visita, não nos tirassem de lá."

Isa Lemos 14/10/2020

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°O livro é um relato biográfico do autor, que no ano de 1974 foi internado num manicômio por sua família, após terem encontrado um cigarro de maconha em sua roupa. Austry, como é chamado, tinha apenas 17 anos quando entrou pela primeira vez em um manicômio, e ficou desnorteado ao se ver dentro de um ambiente hostil e esquecido.
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°Somos apresentados ao jovem Austregésilo, que tem personalidade forte e está no auge da sua adolescência. Um certo dia, seu pai o convida para visitar um amigo no hospital, ele acha o convite estranho, mas vai mesmo assim. Ao chegar no local, Austry é internado à força, sem direito a uma explicação ou qualquer outra coisa. A partir daí começa a história de horror na vida dele. Ele é obrigado a ingerir diversos tipos de medicamentos, é submetidos à sessões de Eletrochoque e diversas torturas.
°Depois dessa primeira internação, ele entra e sai várias vezes de outras instituições. Quando sai pela última vez, após tentar suicídio, ele se torna um ativista do movimento da luta aintimanocomial e é referência até hoje no que se refere à isso.
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Esse é o livro que inspirou o filme " Bicho de sete cabeças " , que ganhou vários prêmios em festivais fora do Brasil.
Durante o ano de 2002 , o livro foi proibido de ser comercializado no Brasil, pois a família de um dos médicos citados no livro processou o autor. Mas não durou muito , e o livro foi liberado novamente.
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Os relatos são realmente chocantes e você se pergunta "como alguém pode ser tão cruel assim?". O livro nos faz lembrar a importância da luta antimanicomial e também cobra uma reparação dessa crueldade que foi esquecida pela nação. Canto dos Malditos é um livro extremamente importante para a nossa geração.

Juliana JRS 12/07/2020

Angustiante e necessário
Livro extremamente importante que expôs pela primeira vez violência psiquiátrica no Brasil.
A luta do autor teve como principal conquista a Lei Federal n° 10.216/2001 (Lei da Reforma Psiquiátrica).

Cheile.Silva 07/03/2020

Ainda pensando o que achei...
A escrita me incomoda, talvez por causa da época que foi escrito. Não consegui decidir o que gostei ou se não gostei, mas devo comentar que as histórias do hospício e o que esse moço de nome estranho passou, foi de longe muito perturbador e traumático. Para quem viu o filme Bicho de Sete Cabeças, eis o livro que inspirou, para quem nunca viu o filme, veja... Leia o livro também.

LUNA 31/05/2021

3° Desafio literário - Literatura Brasileira

? Fevereiro
Tema: Livro adaptado (cinema, teatro, tv)

Kamila 19/11/2011

O livro escrito por Carrano foi adaptado para o cinema, em 2001, num filme chamado “Bicho de Sete Cabeças”, da diretora Laís Bodansky e do roteirista Luiz Bolognesi. Na época, o filme ficou conhecido como o ponto da virada na carreira do ator Rodrigo Santoro, que conquistou vários prêmios pela sua interpretação de Neto e viu a possibilidade de fazer uma carreira como ator de cinema internacional em Hollywood. No entanto, o filme de Bodansky serve mesmo como um complemento à obra de Carrano. Se o livro “Canto dos Malditos” tem um tom de desabafo, de ódio mesmo de uma pessoa que não consegue perdoar aqueles que tanto prejudicaram sua vida, sua juventude e as oportunidades que ele tinha para crescer naquele momento; o filme “Bicho de Sete Cabeças” aborda tudo isso através de um distanciamento necessário do roteirista e diretor em relação ao personagem Neto. É ele que tem a missão mais difícil: a de contar a história de Carrano, a de fazer com que a denúncia dele seja vista e tenha penetração usando essa capacidade que o cinema tem de atingir a muitas pessoas. E a história que é contada tanto por livro, quanto por filme é uma daquelas que tem que ser conhecida para causar as mudanças que são tão necessárias em nosso país.

Elis 14/12/2021

Um dolorido desabafo!
Canto dos Malditos não é apenas uma auto biografia, é um desabafo, um grito, um pedido de socorro e acima de tudo uma denúncia. Uma denúncia dos maltratos, da falta de humanidade com a qual os internos das instituições psiquiátricas eram tratados na época. Ao ler o relato do autor podemos sentir uma enorme tristeza de ver toda uma adolescência roubada, podemos sentir sua angústia e medo dos tais "tratamentos" que ele recebia nas instituições por onde passou. Gostei bastante da leitura, embora tenha me incomodado com alguns diálogos em que apareceu, uns traços de homofobia, racismo e machismo devido talvez a falta de discussão sobre essas pautas na época em que o livro foi escrito.

4at77 31/10/2022

O Canto Dos Malditos.
?Crime não é apenas matar o nosso semelhante. É também deixá-lo inútil, matando sua iniciativa e vontade própria, trans­formando-o numa besta humana.? (Austregésilo Carrano Bueno ? 1990)

Demorei para ler por conta da ressaca literária, a escrita é didática e com bastante gírias, já a história é extremamente pesada e com relatos reais e dolorosos, muitas vezes consegui sentir exatamente tudo o que o autor passou. Quando ele se revoltava, eu sentia sua revolta, quando caía em um ciclo de indiferença, eu me sentia vazia também.
Eu vi o filme antes de ler o livro e eu acho que ambos retrataram muito bem toda a reforma psiquiátrica e é extremamente sufocante saber que tudo realmente aconteceu e acontece até hoje, a luta é contínua e parte do caminho já está andado, boa parte dos manicômios brasileiros já utilizam do tratamento humanizado e isso é uma grande conquista, não devemos fechar os olhos pra tudo o que acontece ao nosso redor, principalmente quando se trata de algo tão importante quanto nossa saúde mental.

Livro necessário, leria denovo e recomendo a leitura.

Ditorory 03/02/2024

Entre Alex DeLarge e Simão Bacamarte
Uma história autobiográfica que relata os abusos sofridos pelo autor durante o período em que esteve retido em hospitais psiquiátricos. Este livro desperta muitas angústias, revelando a realidade chocante da política manicomial, que até hoje se mantém escondida da sociedade, bem como as consequências da moralidade e da hipocrisia. É um livro de coragem, luta, e resistência, onde estão em jogo os estereótipos do louco, do psiquiatra e dos cabeludos.

Valdirene 11/05/2012

sofrimento e realidade
Como esse autor sofreu. Muito mesmo. Não sei se depois de tantos anos os hospicios estão como relatado nesse livro. Tenho esperança que não. Vale a pena ler. Leitura facil, poucas paginas. Apesar de um pouco de preconceito em alguns momentos na narrativa, recomendo a leitura