Leonardo 04/07/2011
O silêncio, o silêncio...
Disponível em: http://catalisecritica.wordpress.com
Li há algum tempo esse pequeno e fantástico livro de espiritualidade do “Profeta da Oração”, Frei Ignácio Larrañaga, sacerdote capuchinho espanhol. A partir da reflexão sobre o Silêncio de Maria – não silêncio da omissão, mas da humildade, da obediência e da fidelidade a Deus – ele nos oferece um refinadíssimo retrato de como podemos nos portar diante da vontade do Senhor.
O livro é um estudo – científico e espiritual – que remonta à origem dos primeiros capítulos do Evangelho de Lucas, cujas informações a respeito da infância de Jesus só podem ter saído dos santos lábios de Nossa Senhora.
Ao se referir à Mãe, o Frei assim se pronuncia:
“A humildade e modéstia envolvem permanentemente, como uma atmosfera, a vida de Nossa Senhora. Ela nunca concentra a atenção. Maria sempre proclama e transfere. Transfere ao Outro. Só Deus é importante.”
Em outros momentos, o Frei, inspirado pelo Espírito Santo, nos presenteia com algumas reflexões:
“Crer é entregar-se. Entregar-se é caminhar incessantemente em busca do Rosto do Senhor. [...] Crer é partir sempre.”
“Deus é impalpável como uma sombra, e ao mesmo tempo sólido como uma rocha. O Pai é, eminentemente, Mistério, e o mistério não se deixa agarrar nem analisar. O mistério, simplesmente, aceita-se em silêncio.”
Olha a definição da fé que o Frei dá:
“A fé é sempre levantar-se e sempre partir para buscar Alguém, cuja mão nunca apertaremos.”
Em relação ao silêncio, são muitas as considerações. Eu, particularmente, sou um amante do silêncio, e minha natureza introspectiva favorece isso. Concordo com o autor quando diz:
“Tudo que é definitivo nasce e amadurece no seio do silêncio: a vida, a morte, o além, a graça, o pecado. O palpitante sempre está latente.”