spoiler visualizarm_mesquita 17/06/2020
Muita ousadia num roteiro enfadonho.
Isaacson se aventura na construção de uma história "completa" sobre a inovação digital, mas acredito que comece errando desde a escolha do título. A inovação é apenas aquela que contribui para a inovação digital. Neste caso, o subtítulo esclarece mais. Mas a tradução do subtítulo é uma péssima apropriação ao como o autor é reconhecido, um biógrafo de inovadores. Não cabe chamar o livro de uma "biografia" , não há tempo para descrever características biográficas de várias dezenas de personagens históricas, alguns que ganham apenas 1 ou 2 parágrafos .
A solução do autor para abarcar eventos de 1840 até os últimos anos é ruim. Ele compõe 2 tipos de personalidades e passa, ao longo dos séculos, a atribuir estes tipos a todos as personagens históricas que encontra.
Neste sentido, o livro é em diversas passagens enfadonho e inclusive previsível.
O resumo do livro pode ser facilmente absorvido no capítulo final, em que reforça a tese apresentada a todo o tempo, de que: a colaboração é uma ferramenta potente para criação do novo; e, que para a inovação concorrem personalidades complementares, um personagem mais inovador que é envolto em um grande projeto, outro dotado de capacidade reais de criação deste projeto.
O livro encerra com uma homenagem a Ada Lovelace, a única a quem o autor se ocupa mais detidamente para compor aspectos realmente biográficos. E é em Lovelace em quem identifica o início de todo o processo digital e seu resumo, a proposta de criar uma "máquina" que não se opõe ou supera ao homem, mas que auxilia este no desenvolvimento da própria humanidade.