O fotógrafo

O fotógrafo Cristovão Tezza




Resenhas - O fotógrafo


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Vanessa.Hardok 22/08/2020

Confesso que fiquei um pouco decepcionada ao ler este livro, já que os outros dois livros do autor (O filho Eterno e Trapo) achei excelentes. O Fotógrafo é um livro bastante repetitivo e um pouco maçante, mas ao final a leitura flui um pouco melhor.
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Franco 06/04/2021

Um mergulho na tumultuada consciência dos personagens
enredo:

alguns livros são sobre 'o que acontece' na história; outros, muito mais sobre 'como o autor mostra o que acontece' na história. Parece ser esse o caso de 'O Fotógrafo', cujo brilho e poder de sedução talvez esteja menos no enredo em sentido clássico e muito mais na técnica narrativa utilizada. Assim, a partir de problemas comuns de uma classe média curitibana em início dos anos 2000 (da possível eleição do Lula a um casamento desmoronando), o livro entrega um intenso mergulho na bagunça que é a consciência humana - esse atulhado de pensamentos com idas, vindas, interrupções e muita emoção reprimida.


(possíveis) pontos positivos:

- bastante uso do fluxo de consciência, o que facilita transmitir ao leitor a experiência subjetiva dos personagens;
- localização em Curitiba, citando ruas, praças e lugares reais (o prazer de ler o lugar onde você já esteve);
- contexto político do livro (primeira eleição do Lula), com direito a um curioso prenúncio da situação atual;
- discussões quase atemporais sobre relacionamentos e realização pessoal.

(possíveis) pontos negativos:

- bastante uso do fluxo de consciência, com direito às interrupções e guinadas típicas da técnica, o que pode tornar a leitura um pouco cansativa;
- não é o tipo de história que entrega desfechos categóricos;
- os 'fatos' da trama são curtos e simples, dando caldo somente pela torrente de pensamentos que evocam nos personagens;
- a ausência de um narrador externo e contínuo dificulta, no primeiro contato com os personagens, o entendimento da situação de cada um.

o que mais impressionou:

o mergulho na consciência tumultuada dos personagens acaba sendo uma espécie de teoria sobre os famigerados 'problemas da vida'. Há certa circularidade neles. Se não circularidade, ao menos uma roda de contágio, de contaminação, de perpetuação. Algo como o poema 'Quadrilha', de Drummond. E se isso já não fosse perverso em si (uma onda de problemas refletindo dos outros e incidindo em mais outros), há o bônus: com essa circularidade, nasce pronto o caminho da incompletude das soluções. Sim, livro para ler e sentir um leve nó de desconforto.
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Marcelinha 13/02/2021

O fotógrafo?
Digamos que, pensar é uma superpoder que nós adquirirmos gratuitamente.
Cristóvão Tezza administrou esse superpoder que nós temos de forma magnífica e objetiva.
Com personagens cativantes e uma emoção incontrolável que começa a se acender dentro da gente a "cada frase que se passa". Um roteiro perfeito, com pontos de vistas inteiramente distintos. Só me ensinou a valorizar mais o ato de pensar e refletir. Me fez ver a solidão de outra forma. Me fez ver o mundo com outros olhos.
Leia e veja! ? ??
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Alice 31/10/2014

Agradável, porém, repetitivo...
Não é necessário, ao falar sobre Cristovão Tezza, ressaltar o quanto sua elegância é incontestável ao escrever, e o quanto, a cada livro, esta é demonstrada com mais clareza. O grande lance é que "O fotógrafo", na minha humilde opinião, não pode ser comparado como livros como O fantasma da infância, Beatriz (embora seja um livro de contos) e o próprio O filho eterno. O desenvolvimento se dá a partir da personificação dos pensamentos dos principais personagens, que, por sinal, são muito bem construídos. Se baseia na imperfeição coletiva, o entrelaçamento das vidas e a coincidência da pontinha de incômodo que, proporcionalmente, afeta a vida de todos. O problema é que isso começa a ficar chato quando você já sabe sobre o que o personagem vai pensar. Fiquei com ânsia de descobrir logo o final, porém, essa não foi exatamente uma motivação. Vejo que um bom livro é aquele que nos prende NA LINHA, NO EXATO MOMENTO em que ela é lida, e não engolido às pressas para se chegar a um resultado que possa compensar todo o tempo de esforço para encontrá-lo. Como fã e admiradora incondicional de Tezza, acho que "O fotógrafo" deixou muito a desejar, levando a consideração a capacidade do autor de escrever um livro muuuuuuuito melhor, por um principal fato: as cartas que ficaram na mesa que são - a motivação da existência do personagem.
Provavelmente, se esse tivesse sido o primeiro livro que eu li de Cristóvão, as críticas não seriam tantas, portanto, por mais que haja uma repetição que não se aquieta, foi um tempo consideravelmente bom de leitura.
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Susan.Kelle 18/11/2020

Apesar de ter gostado muito do cenário (minha cidade) e da maneira de escrever do autor, de ter achado os personagens interessantes e até mesmo complexos... Apesar disso tudo, me senti presa na fotografia daquele dia especifico. Passou o dia e bem, nada foi concluído. E todas aquelas ilhas continuaram sendo ilhas, sentindo a maré de pensamentos e sentimentos mas sem nunca realmente saírem do lugar.
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Daniel Andrade 27/12/2022

(quase) perfeito.
Mais 100 páginas e esse livro seria perfeito. Apesar de ter favoritado, pois gostei muito, pra mim ficou a sensação de que os arcos do Duarte, da Mara e da Lídia poderiam ter sido finalizados tão bem quanto os da Íris e do fotógrafo.
É uma leitura não muito simples, muitas vezes os narradores fluem e se misturam de uma linha para outra, mas com o tempo é possível identificar rapidamente. Embora tenha uma premissa bem simples, trata de coisas muito profundas ? pedofilia, abuso sexual, prostituição, traição, política ?. Do Tezza, ainda prefiro Juliano Pavollini, que é um dos melhores que já li, mas agora tenho o objetivo de ler, em 2023, todos os livros do autor. Gênio da literatura brasileira, merece mais reconhecimento.
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Aline 23/02/2010

Ótimo!
Gostei muito. Os capítulos são muito bem interligados. Os elos são sutis entre os personagens, mas precisos na sequência dos fatos, como se fosse um bom roteiro de cinema.

É um ótimo livro, mas ainda gosto mais de "Trapo"
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leandro_sa 20/03/2011

A trama de "O Fotógrafo" nos faz pensar em nossas inseguranças cotidianas e o quanto elas nos dominam. Seja na paixão atrapalhada do fotógrafo por Iris, seja na traíção de Lidia ou na ligação entre os destinos das personagens a riqueza psicológica apresentada em cada uma dessas situações é uma das características mais instigantes do livro.
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Jairo.Escudero 03/11/2012

Gostei bastante, mas apenas bom!
É sempre mais difícil de ler um livro que se utiliza do fluxo de consciência, presente nesta obra do começo ao fim. Nos capítulos com dois personagens, é necessário uma atenção maior para determinar quem está pensando o quê. A estrutura, com capítulos muito bem amarrados por acontecimentos, lugares ou objetos em comum, expõe os personagens e suas idiossincrasias, gradativamente. A história é do estilo "slice of life" ("uma fatia da vida") e, portanto, não oferece uma conclusão definitiva. Isso não diminui a qualidade da história, pois retrata as indecisões que enfrentamos no dia a dia. No entanto, Tezza se utiliza de alguns artifícios que não me agradaram; por exemplo, o uso exagerado de dois pontos (o que dificulta a leitura), de certas expressões (por exemplo, "num átimo", "quase disse em voz alta") e de pelo menos uma palavra erroneamente utilizada ("súbito", que em inúmeras sintaxes que exigiam o uso de um advérbio ("subitamente") ou no mínimo uma locução adverbial ("de súbito), foi utilizada em seu estado adjetivo/substantivo). Alguns podem dizer que é estilo, mas para mim apenas atrapalhava a leitura, pois não é o que se espera. Enfim, um livro bom e interessante de se ler.
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Gabalis 17/01/2020

O perigo de ler mentes.
Um almoço, a necessidade de dinheiro, uma visita ao pai, um reencontro, são algumas das várias situações pelas quais passam os personagens dessa história. Não importa tanto o que se passa com eles do lado de fora mas de suas divagações mentais, revelando ao leitor motivações, medos, pretensões e tudo o mais que poderíamos descobrir se pudéssemos ler mentes.

Agora imagine se tivéssemos realmente o poder de ler mentes mas ao mesmo tempo não fôssemos capazes de escolher qual mente lemos. O Fotógrafo é um livro que nos mostra o lado entediante, a maçada, o desagrado completo de conseguir ouvir os pensamentos de pessoas chatíssimas, babosas, de nenhum proveito.

"Ela pensa; eu vejo. Ela é nítida; eu sou fora de foco", "Ela é bonita; eu sou homem" "é preciso, antes de mais nada, separar uma coisa da outra", "Tenho um desejo: é com isso que preciso lidar, na minha exclusiva medida." E é com essa dose interminável de baboseiras que vamos até o fim do livro. É como estar preso numa cabine de trem com um pequeno grupo de idiotas em uma longa viagem, e termos o azar de sermos capazes de ouvir as asneiras mentais dessa gente toda. Só restaria a esse coitado pular pela janelinha do vagão.
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