Dublinenses

Dublinenses James Joyce




Resenhas - Dublinenses


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Arsenio Meira 06/07/2013

Que Deus Salve a Irlanda ou Um James Joyce mais acessível


O livro de contos "Dublinenses", o segundo publicado por Joyce, em 1914, soa como a mais acessível de suas obras (pois "Ulisses" e "Finnegans Wake" assustam milhares de leitores, ainda que inúmeros não reconheçam.)

Por sinal, essa parece ser a melhor opção para quem tem interesse ou curiosidade de conhecer um pouco da obra desse escritor que nasceu na periferia de Dublin e, hoje, é muito cultuado em todos os cantos da galáxia.

Os contos de "Dublinenses" são curtos, mas possuem uma qualidade evidente, que salta aos olhos. Todas as histórias são sobre pessoas comuns vivendo situações comuns em Dublin. Durante a leitura, pensava eu, ou melhor, aguardava uma guinada sensacional em alguns deles, mas a ausência desse traço ou drible é justamente o que há de mais interessante.

A beleza do cotidiano, de situações e personagens parecidos com muitos que conhecemos, por exemplo, numa capital brasileira do século XXI, é celebrada por Joyce num estilo seco, sem floreios, mais do que realista.

Contos como Uma pequena nuvem, Contrapartida, Um Caso doloroso ou Dia de hera na lapela são atemporais, de uma universalidade tão cristalina que é quase impossível não reconhecer vidas próximas às nossas em seus parágrafos.

Eu, por exemplo, me identifiquei a ponto de doer com Little Chandler, o sujeito que tenta ler um poema enquanto o filho chora em seus braços sem que ele saiba o que fazer para que o pequeno pare de berrar. Estou passando um pouco por isso e, admito, a semelhança à aflição do personagem me tocou especificamente.

Em Dia de hera na lapela, o pragmatismo dos cabos-eleitorais, militantes nacionalistas a serviço de um candidato ao parlamento por um movimento libertário, também poderia ter sido retratado em português.

Na minha leiga opinião, bastava esse conto para atestar o erro ou a má-fé de alguns estudiosos, que situam Joyce como um ferrenho alienado ou apolítico. Só alguém que entende e se interessa pelo assunto consegue descrever tão bem como políticos supostamente integrantes de projetos coletivos constroem suas carreiras e tocam candidaturas como assuntos pessoais ou projetos privados. Em 1914, Joyce já mandava o seu recado.

Além da prosa clara, seca, e de situar e centralizar toda a narrativa em Dublin, há outro elemento presente em praticamente todos os contos: hectolitros de uísque e cerveja.

Pelo que li, não existe sequer um personagem capaz de enxugar garrafas sem piscar. Até os amigos que conspiram para que o colega largue o vício, tocam a conspiração entre goles de um uisquinho especial.

Finalizando: o que seria a Literatura Universal dos séculos XX e XXI e dos vindouros sem Oscar Wilde, Yeats, Bernard Shaw, Joyce, Beckett e Sean O'Casey ?

Nada... Sem eles, apenas um Saara, com direito a paisagens datadas e aborrecidas.

Portanto, é justo que Deus salve a Rainha, mas opa, é justíssimo que Deus também salve a Irlanda, um país pobre, berço de gente teimosa, cabeçuda mesmo, mas a terra mãe de todos esses gênios literários.
Daniel 06/07/2013minha estante
O conto que mais me marcou é talvez o mais famoso, "Os Mortos", uma comovente reflexão sobre o Tempo e a fugacidade da vida.


Arsenio Meira 06/07/2013minha estante
Esse, sem dúvida, é uma pancada. Eu já o tinha lido, numa outra oportunidade (uma espécie de antologia dos melhores contos, não lembro bem.)

Na empolgação, terminei por comentar aqueles contos que ainda não conhecia. Mas bastante pertinente sua alusão ao conto, Daniel.




Carlos Patricio 15/07/2013minha estante
"Durante a leitura, pensava eu, ou melhor, aguardava uma guinada sensacional em alguns deles, mas a ausência desse traço ou drible é justamente o que há de mais interessante.

A beleza do cotidiano, de situações e personagens parecidos com muitos que conhecemos, por exemplo, numa capital brasileira do século XXI, é celebrada por Joyce num estilo seco, sem floreios, mais do que realista"
Muito bom! Alías, ótima resenha, Arsênio! Meus parabéns! Seguindo-te...


Codinome 22/04/2020minha estante
Parece que o conto do Little Chandler foi escrito quando Joyce tinha se tornado pai. Talvez essa experiência tenha o feito ser escrito tão bem.


Mara Marques 20/04/2024minha estante
Excelente resenha! Despertou-me o desejo por conhecer a literatura de Joyce! Obrigada, peço licença para segui-lo.




Guilherme Amin 30/05/2024

Brava gente irlandesa
?Dublinenses? tem legítima existência própria, mas é frequentemente obscurecido pela sombra colossal do romance ?Ulisses?, o que costuma relegá-lo a uma leitura de entrada na obra de James Joyce.

Enquanto esse papel coincide com a cronologia da carreira do escritor ? ?Dublinenses? foi seu primeiro livro em prosa (1914) ?, a qualidade geral desta coletânea atesta que a fama de ser uma boa introdução não é demérito.

São quinze contos que celebram as grandezas e imperfeições do povo irlandês. É verdade que nem todos os textos entusiasmam o leitor, mas têm uma qualidade notável que é o estilo da prosa, destacado pela redação e pelo interessante distanciamento do narrador na abordagem de cenas perturbadoras. Joyce relata com calculada indiferença as maiores iniquidades, o que acaba por estimular a sensibilidade do leitor. Este, desafiado pela frieza do narrador, reage e se comove com o ocorrido.

As histórias se valem de ricos personagens para exaltar a hospitalidade irlandesa, que o autor considerava uma das virtudes de seu povo. Mas despertam nossa indignação contra costumes arcaicos, preconceitos, vícios, a hipocrisia e toda sorte de infortúnios causados pela mentalidade religiosa nas diversas classes sociais de Dublin.

Foi o mesmo provincianismo irlandês da época que transformou a publicação de ?Dublinenses? numa epopeia homérica. Para consegui-lo, James Joyce teve de envolver-se num imbróglio judicial que lhe consumiu nove anos de recursos materiais e emocionais. Um século depois, ao lermos este livro, pagamos com prazer um tributo ao triunfo da literatura.
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Reginaldo Pereira 30/03/2022minha estante
Cássio, muito show a sua resenha! Deu vontade de ler alguns!!
Mas fiquei na dúvida quanto à uma coisa: fiz a média das suas notas para os 15 contos e foi de 7,3. Qual a razão de você ainda assim dar 5 estrelas para o livro??


Kássio Meniglim 30/03/2022minha estante
Eu olhei a obra como um todo e levei em consideração o sentimento que tive ao terminar todos os contos. Algumas histórias não me prenderam tanto, mas achei bem escrito. Tem alguns livros que a história em alguns momentos não ficam tão interessantes, mas "o conjunto da obra" faz merece-la 5 estrelas. Fui mais ou menos nessa linha. ??




Marcelo 04/04/2022

Este livros de contos é notoriamente saudado por mostrar-se uma opção mais acessível ao início na literatura de James Joyce, entretanto, ele apresenta algumas características que, a meu ver, podem surtir efeito contrário em alguns leitores.
A escrita é excelente, ilustrativa ao ponto de conseguir ambientar o leitor na Irlanda do início do século XX, além de cativante. Estes são os pontos fortes desta obra. O fato que, confesso, dificultou a leitura foi a maneira como 9s contos são apresentados, não há princípio e fim, são mostrados recortes, como cenas avulsas de um filme, o que, se por um lado é um recurso não tão usual, por outro deixa o leitor perdido num mar de personagens interessantes, mas que nunca terminam suas trajetórias.
O melhor de todos os contos aqui, na minha opinião, é justamente "Os Mortos", que foge deste padrão.
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Bielzin 17/06/2022

Contos Joycianos
Eu deveria ter lido Dublinenses antes de ter escalado a montanha gigantesca que Ulisses é.
Não me arrependo, mas me prepararia melhor ler esse aqui para adentrar mesmo na obra de Joyce.

Cada conto é um pedaço da vida em Dublin.
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Claire Scorzi 01/02/2009

Pequenos retratos de pessoas aprisionadas em vidas mesquinhas - essa me pareceu a maior constante do livro. Eu destacaria os contos "Contraponto", "Eveline" e belíssimo "Os Mortos", que merece inclusive ser lido em voz alta.
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Rafael1146 04/05/2020

Quem tem medo de ler James Joyce?
Pois eu tenho. Tinha.

Comprei Ulysses porque tinha muita curiosidade, mas não tive coragem de começar. Decidi procurar obras anteriores, com o pé atrás e um medo quase infantil de ler o autor, e então encontrei Dublinenses. Como são menos de 200 páginas, pausei a leitura de Guerra e paz (na real eu já tinha parado para ler Aniquilição, qual eu me arrependo amargamente) para dar uma chance ao universo Joyceano.

E uau, acabei Os mortos e fiquei meio perdido, um tanto aéreo, chateado, pensativo, com vontade de conversar sobre... pena que meu marido (professor de literatura, brasileira e portuguesa) detesta o senhor James Joyce e não quis nem ouvir sobre minhas realizações ao terminar os contos de Dublinenses. São 15 no total, alguns bem curtos e outros mais longos, mas todos carregam uma precisão detalhista real sobre o cotidiano de moradores de Dublin nas mais diversas situações, divagando sobre vida, política, amores, morte. Joyce é um maestro construindo os personagens e detalhando os ambientes, criando nitidamente a imagem em nossas mentes. Sem falar no fluxo de consciência dos personagens, que nos coloca em seus devaneios e parece que estamos absortos em nossos próprios pensamentos. Alguns contos acabam de maneira brusca, deixando obscuro, de certa forma, suas intenções. Mas todos são ótimas peças reflexivas, principalmente Os mortos, ápice do livro.

Eu pretendo fazer outras leituras para ver o que mais extrairei dos textos, mas já imagino que eles só tem a melhorar. Por fim, achei uma boa introdução à escrita do autor, mas pela linearidade dos contos, acho que ainda preciso de um pouco mais de bagagem para encarar Ulysses. Talvez ler Um retrato do artista... antes, não sei.
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Yeda 05/05/2023

O trabalho mais ?fechadinho? de Joyce, foi surpreendente ver contos perfeitamente acabados(eu só tinha lido um desses contos), apesar de ainda preferir sua versão mais caótica. E eu amei ver vários personagens de Ulysses nesses contos que foram escritos antes da magnum opus dele. É o livro perfeito para quem quer começar a ler Joyce.
Contos preferidos:
? Eveline, uma obra-prima(é incrível como Joyce escrevia mulheres de forma impecável!!!!); ? Um caso doloroso, que me lembrou muito ?Exílios? do autor;
? Dia de hera na sala do comitê(abertamente político sobre uma situação controversa) e
?Os mortos que já fiz resenha por aqui
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Filipe 16/05/2023

Não foi uma leitura que me prendeu muito. Em todos os contos, senti falta de um fio principal que ajudasse na continuidade da narrativa. O que mais me prendeu, foi ?Graça?.

É possível, porém, ver uma semelhança e leve conectividade entre todas as narrativas.
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Maria290 24/04/2023

Rocky road to Dublin...
Este foi um daqueles livros que fiquei com vontade de ler porque achei a capa lindíssima (sério, estou apaixonada por essa capa!!!!) e também porque me interesso muito pela história da Irlanda, mas, confesso que estava preocupada de achar a leitura difícil, afinal, sempre que via alguém falando de James Joyce era pra dizer o quanto era uma leitura densa e complicada.

Para a minha sorte, não é esse o caso de Dublinenses... A leitura é bem gostosa e fácil, bem simples na verdade, retratando acontecimentos do dia a dia e que não são totalmente distantes da nossa realidade. Gostei muito!!!

Só não dou cinco estrelas porque achei que alguns pedaços de alguns contos são um pouco confusos e a maioria deles termina de repente, em pedaços da história que nos deixam totalmente sedentos pela continuação (que não existe).

Enfim, gostei demais e, pra quem quiser começar a ler Joyce, recomendo demais este livro aqui!!
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Lara 07/12/2020

Primeiro contato com James Joyce
Há meses venho me preparando para ler Ulysses, e esta é a penúltima etapa, sendo que a última antes do objetivo final será Retrato do Artista Quando Jovem.

Achei a experiência deste livro muitíssimo interessante, e gostei da maioria dos contos. Apesar de o objetivo da narrativa seja trazer o cotidiano dos dublinenses, muitas das situações acabam sendo típicas de quase qualquer cidadão do mundo ocidental. Entretanto, algumas questões são muito específicas daquele lugar e daquela época, sendo até difícil de entender para quem não conhece Dublin e sua história. Existem alguns pontos muito fortes no livro, que distinguem essas narrativas de narrativas genéricas, para ambientá-las na Dublin do início do século XX, como a questão do catolicismo vs. protestantismo, o nacionalismo e a política.

Me atrevo a dizer que o fatalismo, o niilismo e o desprezo à religião de Joyce permeia todo o livro. Os episódios abordados pelos contos são banais, e praticamente todos terminam abruptamente. A narração é simples e normal, sendo totalmente diferente de Ulysses e Finnegans Wake, que são muito difíceis de se ler. É interessante refletir sobre o que cada conto aborda após a leitura, e até procurar na internet por análises, que são mais facilmente encontradas em inglês.
Evelize Volpi 22/08/2022minha estante
Bom dia Lara.
Você poderia me dizer quais livros boce leu antes de Ulysses.( você gostou?)
Ainda quero enfrentar esse desafio também.
Obrigado.




jota 08/02/2021

BOM (histórias joyceanas publicadas antes de Ulysses, mais palatáveis do que as desse complexo e caudaloso romance)

Ano passado finalmente li Ulysses, de James Joyce (1882-1941), de quem já havia lido antes Retrato do Artista Quando Jovem (1916) e Dublinenses (1914), obras menos volumosas e mais palatáveis do que o revolucionário clássico de 1922. Agora trata-se, na verdade, de uma releitura do segundo, porque não me lembrava de quase nada dessas histórias dublinenses, exceto um pouco de Os Mortos. É o conto que fecha o volume e que virou um bom filme em 1987 sob a direção de John Huston (no Brasil recebeu o título de Os Vivos e os Mortos). São vários personagens a circular pela católica capital da Irlanda e alguns deles aparecem nas páginas das três obras, interligando-as todas...

Nessa cuidadosa edição da Penguin – Companhia, com tradução de Caetano W. Galindo, que atualiza certos termos usados por Joyce (é possível, entre outras coisas, encontrar personagens falando “conversê”, em vez de papo, conversa etc.), temos não apenas quinze narrativas curtas, também um apêndice com um conto de Berkeley Campbell, O Velho Vigia. Que um editor, George Russell, enviou uma cópia, em carta datada de 1904, ao autor irlandês como modelo literário para que ele escrevesse para sua revista uma história que não “chocasse os leitores”. Isso vários anos antes de Ulysses...

Na Nota do Tradutor, bastante útil, especialmente para quem lê Joyce pela primeira vez, Galindo informa que todos os contos foram escritos entre 1904 e 1906, exceto Os Mortos (que por sua extensão pode ser classificado como uma novela), que é de 1907. Depois, durante os contos propriamente, Galindo introduz várias notas no final de cada história, tudo muito parecido com o que encontramos em Ulysses, tradução dele mesmo para a Companhia das Letras em 2012, na tentativa de fazer o leitor sentir-se mais confortável (informado) a respeito do que está lendo.

Apesar de memoráveis por seu valor, porque permanecem modernos e dizem muito sobre a Irlanda do tempo de Joyce, nenhum conto de Dublinenses me pareceu empolgante, capaz de provocar alguma emoção mais profunda ou com reviravoltas que pudessem surpreender o leitor ou coisa parecida. Apesar de haver escrito uma odisseia, Joyce não era dado a ousadias, aventuras, apenas na forma de escrever, de narrar. Nem todo mundo tem uma vida aventurosa, como os personagens desse Joyce também não têm, são irlandeses comuns, dublinenses comuns. Mas alguns trechos podem comover um bocado o leitor, como o final de Os Mortos, que se é uma narrativa parecida com as demais do volume, tem a seu favor uma pequena, bela e triste história que a finaliza. Que não se parece muito com o que lemos antes, se me entendem. Da mesma forma, o final de Duplicatas é extremamente doloroso; foi assim comigo.

Bem, essa foi uma releitura, mas por suas características, pelo modo como Joyce as conta, as histórias desse volume, passados mais de dez anos da primeira vez que as li, soaram agora como se esse fosse meu primeiro contato com o livro. Ou seja, os contos de Dublinenses pertencem àquele tipo de literatura que pode ser relido de tempos em tempos e quase sempre parecerá novidade. Certamente o mesmo pode ser dito de seus demais livros...

Lido entre 25/01 e 06/02/2021.
Paulo Sousa 13/02/2021minha estante
Tb li esse, mas ano passado. Não foi nada empolgante. Não posso classificar o que acho do autor somente por um livro, mas acho mto difícil eu voltar a Joyce brevemente.


jota 13/02/2021minha estante
Concordo. As leituras de Joyce para mim foram mais um caso para conhecer sua forma de narrar e a fama de seus livros do que propriamente um caso de paixão literária cega. Sou mais ligado em narrativas e histórias tradicionais, sem dúvida.


Paulo Sousa 13/02/2021minha estante
Idem. Agora mesmo estou concluindo ?A pianista?, da Jelinek. Livro cru mas excelente, uma das melhores leituras que já fiz...


jota 13/02/2021minha estante
Ah, esse é ótimo. E o filme nele baseado também vale a pena ver, se já não viu.


Paulo Sousa 13/02/2021minha estante
Ainda não. Mas devo assisti-lo ainda esta semana! Bom domingo!




Cy 20/02/2022

Essa gente de Dublin...
Em quinze contos, James Joyce traz um retrato vivo de uma Dublin do início do século 20, capturando não só o coração da cidade, mas também os sentimentos e pensamentos e ânsias de um povo marcado por séculos de conflitos e busca de uma identidade nacional. Provavelmente é a obra mais acessível de Joyce, e uma boa porta de entrada para quem gostaria de experimentar o autor, mas não tem vontade de embarcar em Ulysses. Vai ajudar bastante a conhecer as temáticas mais caras ao autor, e que se repetem ao longo de suas obras.

Precisei de três livros para começar a entender a grandiosidade de James Joyce e o que significa Ulysses para a literatura. Dublinenses deu uma amarrada em tudo o que li do Joyce até agora: 'Retrato do artista quando jovem' e 'Ulysses'.

No entanto, a linguagem usada por Joyce em seus contos não tem nada a ver com o que ele vai desenvolver em suas duas principais obras (Retrato e Ulisses): os contos são compreensíveis. Hahahaha. Brincadeiras à parte, vale demais a pena conhecer a gente de Dublin retratada por Joyce. É um tremendo abrir de olhos para uma outra cultura.

Se ainda não te convenci, largue tudo e leia ao menos o conto 'Os Mortos'. Pelo menos uma vez na vida. Esse conto é destruidor em todos os sentidos. Uma obra prima narrativa. (PS: você encontra Os Mortos facilmente em edições avulsas, tamanha é a grandiosidade desse conto).
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Cinara... 22/06/2020

"Gabriel sentiu a alma desfalecer aos poucos enquanto a neve que caía suave por todo o universo e suave caía, como a descida ao derradeiro fim, sobre todos os vivos e os mortos." - Os mortos
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