Uma Constelação de Fenômenos Vitais

Uma Constelação de Fenômenos Vitais Anthony Marra




Resenhas - Uma Constelação de Fenômenos Vitais


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Joana Oliveira 30/08/2016

Amável
Uma Constelação de Fenômenos Vitais é um livro espetacular. Narrado em terceira pessoa, nos traz diferentes núcleos de personagens que, de alguma forma se interligam. Anthony Marra conseguiu me tocar bem lá no fundo do peito em cada página escrita.
Apesar de a sinopse nos mostrar a história de uma criança que perdeu o pai na guerra, não é exatamente isso que acontece. Havaa pode ser a personagem principal por ser ela que liga todos os outros, porém a garota é só uma ponte. Sua história não é o primeiro plano, aliás nenhuma delas é. O que só faz aumentar a maravilhosidade deste livro.
" O trabalho da vida de alguém poderia ser esfregar vasos sanitários. Um trabalho não é significativo apenas porque a pessoa o faz durante toda a vida."
página 53
O que me fez parar um pouquinho a leitura e pensar foi a história de Khassan com seu filho Ramzan. Uma série de "E se?" se passaram pela minha mente. E se eu tivesse agido de tal forma, alguma coisa teria mudado?
"Embora você não possa escolher seu filho, assim como não pode escolher seu pai, pode escolher como vai tratá-lo, e Khassan escolheu tratá-lo como se ele não estivesse ali."
página 76
Ramzan aliás, é para mim o personagem mais intrigante e talvez o que mais retrate (de forma simbólica ou não) algumas pessoas que conhecemos no mundo. Suas atitudes são muito duvidosas, mas e se estivéssemos no lugar dele, no dilema de proteger sua família, embora isso signifique perder o amor de seus amigos e de quem ama, ou não ceder às tentações, mesmo que isso signifique morte certa para si e todos a sua volta? Será que faríamos outras escolhas? Será que tomaríamos as mesmas decisões de Khassan, o pai que sofre com as tomadas pelo filho?

Este livro é um relato sobre guerra, lutas, farsas, morte. Mas também retrata o amor mais puro que pode existir. É uma história pesada, triste, mas também é leve, linda e suave. Uma avalanche de sentimentos que te faz chorar de tristeza e de felicidade.
"Há mapas que mostram como chegar aonde você quer ir, mas não existem mapas que mostrem como chegar ao momento que que você quer estar.
página 94
Com simplicidade e ao mesmo tempo sem papas na língua, o autor traz uma série de tapas na cara e reflexões. É uma história sobre vida e sobre morte que vale cada página virada.
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anabê @anabialeiroz 22/08/2017

Grande potencial narrativo que se perde
Comprei o livro na Bienal de 2015 com a intenção de conhecer mais sobre uma história que não é contada na escola.
Eu amo romances em que o pano de fundo traz o lugar como um personagem vivo. Vi isso em Outlander com a Escócia, em Zafón com A sombra do vento e O jogo do anjo, em Persépolis e o Irã...
Nesse ponto a Chechênia foi bem representada. Ela é um personagem. Mas um personagem em estado terminal e, como muito bem narrado por Marra, uma constelação de vidas que se interligam pelas constantes tragédias que se tornam suas vidas.

O Anthony tem um potencial narrativo absurdo. Algumas passagens do livro são lindas e repletas de inocência, gentileza, carinho, amor. As metáforas para as perdas cíclicas são maravilhosas. Mas eu tenho um problema com a forma como a história foi contada e um livro com partes ótimas não é sinônimo de um livro ótimo

A linha do tempo não funcionou para mim. Alguns personagens secundários se ligavam como estrelas menores na constelação mas por alguns momentos eu não consegui sentir identificação.
É um livro pesado, com uma carga emocional enorme, pontuado pelos eternos silêncios e neve e frio e guerra e perdas e todas as coisas que não aconteceram porque a Chechênia se tornou um campo de batalha. Aí acredito que o livro se perde um bocado. Apesar de terem finais, as histórias são tão densamente contadas que parecem se perder em maquinações.

Não é um livro fácil de ler. É bem cansativo na verdade e foi difícil prosseguir a leitura. Apesar disso, fiquei feliz em terminar e ter uma sensação de quase completude. É uma história linda, bem executada mas simplesmente não encaixou.
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Camila Faria 12/09/2018

Uma menina escondida na floresta observa o pai ser levado no meio da noite por soldados russos, enquanto sua casa arde em chamas. A cena também é observada pelo vizinho de frente e amigo da família, que se encarrega de buscar refúgio para a criança num hospital abandonado, onde uma única médica permanece atendendo pacientes e buscando informações sobre a irmã desaparecida. Uma história complexa que se passa entre 1994 e 2004 na Chechênia, um período de grandes conflitos armados entre grupos rivais chechenos e o exército da Rússia (incluindo duas guerras e mais de 150 mil mortos). A narrativa é muito bem amarrada, com personagens cujas histórias de vida se entrelaçam de forma realista e inesperada ~ e é bacana observar como essas revelações vão sendo liberadas aos poucos, ao longo do desenrolar da história (sem aquele vício terrível da “reviravolta” e do “final surpreendente”). Mas, por algum motivo, eu não consegui me conectar muito com o universo criado pelo autor. Não me entendam mal, o livro é super bem escrito e a temática é sensível e tocante, mas achei tudo um pouco morno e acabei demorando tempo demais para ler (o que certamente diminuiu a minha experiência de leitura).

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-23/
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Evy 30/12/2018

Que grata surpresa!
De volta a Chechênia dessa vez através da imaginação do talentoso Anthony Marra. Embora seja uma ficção (todos os livros que li sobre a Chechênia são relatos sobre a guerra) o livro não deixa nada a desejar, o autor consegui interagir ficção com acontecimentos reais de uma forma bem natural.
Com uma narrativa que me prendeu do começo ao fim, Uma constelação de fenômenos vitais é um excelente livro para quem quer conhecer um pouco soube a guerra da Chechênia sem ter que ler livros jornalísticos ou biográficos.
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Lilyan 03/03/2019

Leitura densa e excelente...
Um romance com muitos fatos históricos de 1994 a 2004, a Guerra na Chechenia...o livro mostra a vida, a morte, a luta, e tudo o que o povo, passava. O autor pesquisou muito e foi incrível nas descrições, em colocar tudo isso no romance. A leitura às vezes é densa, cansativa, pelos fatos históricos, pelos sentimentos que passamos, não sei ao certo.
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Giovanna.Charrone 31/12/2019

Maçante mas delicado
O livro aborda um cenário que não estamos acostumados a ver. A guerra da Chechênia não é um conflito muito comentado, apesar de ser uma guerra horrível e bem recente. O livro me incentivou a pesquisar sobre isso, e fiquei horrorizada ao saber que os Campos de Landfill eram reais. Eu demorei bastante pra ler o livro, talvez pela escrita maçante, mas acho que vale o esforço. As tramas e principalmente os desfechos de cada personagem me fizeram refletir muito. Não é uma leitura leve, mas acho que vale a pena.
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