spoiler visualizarAline Michele 21/07/2021
Bem mais ou menos
Romance clichê da moça abandonada na igreja que se muda para os EUA para trabalhar como babá e se envolve com o viúvo lindo.
O livro começa daquele jeito que eu adoro, leve, divertido, recheado de situações e frases com a finalidade de fazer quem está lendo rir e com uma escrita muito fluida. Os primeiros capítulos vão que vão numa velocidade impressionante e eu pensei que amaria cada página.
A Zoe, personagem principal, é muito engraçada, acho que é uma marca registrada da autora, em outro livro dela que eu li a Abby (Corra Abby, Corra - Jane Costello) também era assim. Fazia piada da própria sorte (ou da falta dela), é super amável e se envolve em várias situações em que a Lei de Murphy faz a festa.
E o Ryan é aquele viúvo amargo, que não liga para os filhos, só trabalha, tem várias peguetes e no começo é super grosso e vai mudando com o tempo.
Até aí tudo bem, o que me irritava nessa parte é a Zoe ficar comparando o físico do Ryan com o físico do Jason, o noivo em fuga e os capítulos que terminaram de forma abrupta. Nada de mais.
Mas eis que a protagonista resolve ser uma vaquinha de presépio e diz amém a tudo que o Ryan fala. Como lavar a roupa dele, limpar a casa, fazer compras, não ter folga e trabalhar da hora que se levanta até as onze da noite. Minha filha, babá é uma coisa, agora ser faz tudo sem receber nem um obrigado já é demais.
E quando o Ryan, milagrosamente, como em todo romance começa a mudar por conta da Zoe e eles se envolvem, ela continua comparando os dois. Ok a gente até compara, mas ler sobre isso toda hora se torna irritante.
Mas eis que a autora resolve colocar um drama a mais na história que era leve e bota o Jason de novo na jogada e numa atitude no mínimo imbecil a Zoe volta para a Inglaterra para se casar com o cara que a largou literalmente, na frente da igreja.
É isso mesmo que você leu. Ela. Volta. Para. Ele.
Ok você dar uma segunda chance, mas tudo tem limite. Se fosse um término de namoro/noivado ou se a dois meses do casório ele falasse acho que não vai dar, não estou pronto ainda vá lá, mas não ir para a igreja? Largar a noiva, convidados e tudo e nem atender o telefone nos meses seguintes, sem dar nenhuma explicação para o acontecido é demais.
Eu fiquei muito p da vida por ela largar o americano, deixando apenas uma carta explicando e voltar para os braços do inglês imbecil.
Pior é a mãe dela, que concordou com o ex-atual-noivo, e ficava empurrando a filha para que ela realmente se casasse com ele dessa vez. O cara larga a tua filha e você acha que tudo bem ela tentar de novo. Minha mãe jamais concordaria com isso. Ela até iria na cerimônia, mas antes deixaria bem claro que não concorda com a burrada que eu estaria fazendo. Mas isso a minha né.
E pior, ela fica chamando a menina de gorda o tempo todo. E daí que a pessoa ganhou uns quilos a mais? E daí que a filha dela não é magra igual a uma folha de sulfite? Ditadura da magreza é tão cruel e tão ridícula e faz tanto mal as pessoas que não preciso me estender no assunto. Mas que eu achei desnecessário a mãe a chamar de baleia eu achei. E o pseudo noivo concordar mais desnecessário ainda.
Bom, não irei contar o final, mas terminou bem mais ou menos. Se ficasse só no clichê ia ser tão bom, mas o livro derrapa e o sentimento que fica no final é que a balança pende mais para o menos do que para o mais.
Então eu não recomendo o livro assim, 100% e tal, mas dá para passar o tempo se você não tiver nada melhor para ler.