Resenhas - Entre o passado e o futuro

Ademont 20/08/2018

Ótima introdução ao pensamento de Hannah Arendt
Este é um livro muito bom para quem quer conhecer a "filosofia" de Hannah Arendt. Se trata de um apanhado de textos da autora sobre temas relevantes para a época em que ela escreveu, mas que nos dias de hoje ainda são atuais e geram uma ótima reflexão. O pensamento político de Hannah Arendt é diferente da maioria de seus contemporâneos e é leitura obrigatória para quem quer ter uma visão política fora do tradicional.

BeatrizFonseca1 13/03/2024

A cultura de massas está associada a cultura, em forma de entretenimento, e o trabalho cria o homem, o ser humano pode organizar a polis através do trabalho , a função da historia é registrar os efeitos e consequências humanas, a natureza é feita por Deus, portanto cabe a ele entender seus processos, mas a História é construída pelo ser humano, e só ele pode compreender os processos na qual ele criou , a história ocorre e se desencadea do que Karl Marx, demonizou de luta de classes entre burgueses e proletariados, a atica ocidental está associada a contradição de estar mal consigo mesmo, para seguir padrões estabelecidos pela sociedade.
A politica tentar chegar a uma verdade universal, baseada na evidencia e nos pensamentos de Descartes, a liberdade no campo da politica é um axioma porque no campo do pensamento nada vem do nada, ou seja tudo tem causas e consequências, Maquiavel defende que as ações dependem da vontade e do intectuo.
A politica está veiculada a ação, de gestar e movimentar, e a autoridade se constituiu com campo da hierarquia e a política é feita através de conceitos e argumentos , que devem conversar a população , a Idade Moderna o estado e a igreja se separam , isso tornou o estado laico e segue mais a racionalidade.
O existencialismo serve como uma espécie de revolta contra do filosofo, Marx definiu o capitalismo, a historia tem como um dos principais problemas, a imparcialidade
Para Santo Agostinho o espirito manda no corpo e o corpo obedece de bom grado ao espirito, o poder as vezes é visto como opressão ou dominio perante os outros.
Montesquieu defende que o poder deve ser indivisível, portanto deve ser soberano.
Toda a vida humana, a existência da vida humana e seu desenvolvimento evolutivo é visto como um milagre .

Adriano 07/05/2024

Para conhecer e aprofundar em Arendt
Hannah Arendt foi uma autora que comecei a ler tardiamente. Somente uns 3 anos atrás criei coragem para mergulhar de maneira séria em seus textos. Me deslumbrei com ?A condição humana? e terminei de ler recentemente este conjunto de ensaios dela, ?entre o passado e o futuro?, onde ela aprofunda e aplica seus conceitos de outras obras. É um livro de 1968 que procura pensar na crise intelectual porque passava o mundo pós-guerra e de guerra fria, em um contexto de totalitarismos, de pensar na banalidade do mal e da cultura de massa, sempre pensando pelo viés da filosofia política.
Assim, ela passa pelos temas do conceito de história, sobre o que é autoridade?
Falando sobre ?O que é liberdade??, Arendt diz ser a razão de ser da política. Mas também não é uma liberdade de se fazer o que quiser; ?A ciência do viver?, nos diz ela, consiste em saber como distinguir entre o mundo estranho sobre o qual o homem não possui poder e o eu do qual ele pode dispor como achar melhor?. É contra, portanto, um poder dominador e contra a contrabilidade da natureza. Além disso, é contra também um poder sobre outros homens. Para ela, criticando a visão tradicional da antiguidade, o homem deve buscar a liberdade de suas necessidade sem usar de poder sobre outros homens.
Disserta sobre a crise na educação, ela critica o pragmatismo americano influenciado por John Dewey (que inclusive influenciou o Brasil) e a psicologia. Para ela, ?para preservar o mundo contra a mortalidade de seus criadores e habitantes, ele dever ser, continuamente, posto em ordem?, e esse é o papel da educação.
Sobre a ?A crise na cultura?, definindo os conceitos, Arendt também fala de arte e como ela se inter-relaciona com a política.
Sobre verdade e política é um tema que me interessa de perto, e aqui ela comenta bastante acerca de propaganda, até assinalando de passagem algo que ficará muito forte, acerca do impacto de grandes conglomerados e das técnicas modernas em forjar a mentiras para fins políticos.
E até sobre a conquista do espaço e a estatura humana, mostrando a preocupação com a tecnologia e a condição humana, algo que ela já havia assinalado em sua obra A condição humana.

É uma autora que ainda permanece atual.

Nanda 20/04/2020

É um bom livro
A escrita é boa, mas não foi um livro que me prendeu.

Leitura obrigatória para a faculdade

Augusto282 13/05/2024

Entre o passado e o futuro: um terrível presente.
Confesso que obtive esse livro em detrimento do capítulo que trata sobre "A crise na Educação"; referenciado por Guilherme Freire em uma de suas listas de estudo. Mas me surpreendi com os demais temas abordados em seu decurso.

Hannah Arendt aborda distintos aspectos da vida em relação com a política, sendo: história, autoridade, liberdade, cultura, verdade, espaço e a própria educação. Em todos esses pontos a perspectiva futura não é promissora. A autora retrata a péssima atualidade em que vivemos, os pormenores que levaram até isso e os possíveis futuros de degradação social.

Em dos pontos importantes, ela explana sobre os sistemas totalitários e o que eles criam para se manter no poder. A ideia é refutar tudo aquilo que não é aprazível para quem está no comando, criar uma nova ordem das coisas (depositar as narrativas no público) e manter-se no poder. Esse ponto é possível ser verificado em distintos eventos do passado e, até mesmo, no presente. Alguns governos entenderam o funcionamento escuso da mídia, dos empresários e do funcionalismo público. Utilizando dessa compreensão para ter vantagem e se perpetuar por décadas no poder.

E, dentre todas as boas perspectivas que ela apresenta, a visão dos motivos que fizeram a sociedade ocidental declinar é certeira. Ao se afastar da tradição, da autoridade e da religião, os homens tornaram-se fracos e permissivos demais. Não se mantém mais uma ordem natural das coisas, nem o respeito mútuo e a franqueza fraternal. Tudo está dilacerado, sem firmeza e com ares de que ruirá ainda mais.