garilli 02/08/2022
Não é só uma história de guerra. É uma história sobre o amor
Mais uma vez, John Boyne retrata os horrores de uma guerra e seus efeitos devastadores sob a perspectiva de uma criança.
"Fique onde está e então corra" começa na festa de aniversário de Alfie, que completava 5 anos de idade. Nesse mesmo dia, a guerra começou. Seu pai resolveu se voluntariar ao exército e deixou Alfie junto de sua mãe, para servir ao país.
"A guerra terá acabado antes do Natal". Era o que todos diziam. Só não especificaram o Natal de que ano. E assim, quatro anos se passaram e Alfie se viu obrigado a assumir responsabilidades que não eram dele.
Quando seu pai partiu para a guerra, Alfie passou a ser o "homem da casa". Teve de crescer muito antes do tempo. Precisou lidar com a ausência do pai, a falta de notícias, a necessidade de amadurecimento repentino e o extremo cansaço da mãe que trabalhava em diversas jornadas seguidas para garantir a subsistência da família.
Até que um dia algo acontece e Alfie, agora com 9 anos, decide trazer seu pai de volta para casa.
Uma história tocante que só a sensibilidade do olhar de uma criança, um menino-homem movido pelo amor, é capaz de nos proporcionar.
Fique onde está e então corra não é só mais uma história de guerra. É uma história sobre o amor e todo o seu poder.
? "- Me diga, filho. Por que você se deu a todo esse trabalho? (...) Ele não podia contar ao pai a razão. Não ainda. Talvez, quando fosse mais velho, conseguisse dizer as palavras. Ele já sabia quais eram, afinal. (...) Ele tinha feito pela melhor razão do mundo. Por amor". ?
Eu já havia lido este livro lá por volta de 2015. Na época, me lembro de ter ficado por dias com essa história na cabeça. Agora, com essa releitura que resolvi fazer nesta semana, entendi novamente o porquê de ele ter me marcado tanto.